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A agonia do centro-direita

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A agonia do centro-direita Empty A agonia do centro-direita

Mensagem por O dedo na ferida Qui Set 18, 2008 8:33 am

A agonia do centro-direita

Sem carisma e sem discurso, o centro-direita agoniza. A um ano das eleições, as previsões não podem ser mais negras.

Domingos Amaral


Até há uns anos, Portugal tinha um centro-direita relevante e decisivo. Cavaco chegou, entre 86 e 94, a ultrapassar os 50 por cento de votação, e mesmo Barroso e Portas, em partidos separados, ultrapassaram a fasquia dos 45 por cento. O desastre iniciou-se aí. A fuga de Barroso para Bruxelas foi uma facada duríssima no coração do centro-direita e da qual ele ainda não recuperou. Depois, a solução seguinte só serviu para piorar. Santana foi escolhido sem eleições, e não era sequer deputado quando foi primeiro-ministro, e o seu atribulado consulado só desgastou os partidos da coligação e minou a pouca credibilidade ainda existente naquele grupo de pessoas. Quando Sampaio se fartou daquela malta e convocou eleições, ninguém no centro-direita previu uma coisa tão terrível. Sócrates dava pela primeira vez a maioria absoluta ao PS, sozinho e sem precisar do Bloco ou do PCP para governar. Mas, para além disso, o PSD tinha um resultado miserável, com 29 por cento, e o PP ficava-se pelos 8 por cento, salvo erro. Juntos, os partidos do centro-direita não chegavam sequer aos 40 por cento de votos expressos, uma humilhação tremenda. Pelo caminho caíam também por terra os mitos eleitorais desse centro-direita: o mito da “força eleitoral” de Santana, o mito do “possível crescimento do CDS-PP”, o mito da “boa gestão financeira”, e coisas assim. O centro-direita ficou feito em cacos, os seus líderes de joelhos, feridos no orgulho e na confiança, vencidos por KO técnico nas urnas. Portas demitiu-se com lágrimas nos olhos, Santana saiu de cena ameaçando continuar a “andar por aí”.

Depois, seguiram-se Marques Mendes e Ribeiro e Castro, que por mais que tentassem não conseguiam inverter o ciclo terrível de decadência do centro-direita. A derrota humilhante em Lisboa, com um PSD dividido entre o candidato oficial e o candidato à revelia, mostrou ao país o estado fragmentado das hostes e dos líderes. O PSD tornou-se numa guerra de bandos ou facções, de personagens menores, sem discurso, ideias ou carisma. No CDS-PP, a mitologia de Portas ainda foi reanimada para consumo interno, e o regresso do desejado deu-se, mas como se viu nos anos seguintes, era apenas um filme triste, sem a emoção nem o vigor dos tempos iniciais. Portas perdeu o seu brilho, nunca conseguiu recuperar a boa vontade com que o olhavam no início e apesar de, como Lucky Luke, ainda disparar mais rápido que a própria sombra, o que as pessoas agora vêem é a sombra do que ele foi, uma sombra lenta e sem graça e até incómoda.

No PSD, entretanto, houve a aberração Menezes. O homem foi líder, venceu umas directas, esteve lá durante seis meses, e depois, subitamente, perdeu o ânimo e voltou para Gaia, com mágoa e raiva a Pacheco Pereira, uma coisa patética e sem dignidade nenhuma. Como um alucinado, continua a falar, mesmo tendo prometido o contrário, e continua a falar em regressar, errático e totalmente inútil.

Agora, e depois de umas eleições directas onde se demonstrou que o PSD é uma manta de três grandes retalhos, dividido e sem rumo, sem identidade ou ideias para o país, Manuela Ferreira Leite é a líder, e opta por um estranho silêncio, só cortado para dizer coisas como “o país não tem dinheiro para obras”, “o casamento é para procriar”, ou “o ministro da Administração Interna devia demitir-se”, e ainda choramingar umas queixinhas sobre o controle da comunicação social feito pelo PS. É pouco, e no limite são coisas ressequidas e requentadas. Não há nem uma ideia de vitalidade, de ânimo, de desejo em ser poder – que Santana apesar de tudo tinha; nem um discurso ideológico minimamente coerente – que Barroso tinha; nem muito menos uma imagem clara de autoridade, que Cavaco sempre teve.

Sem carisma e sem discurso, o centro-direita agoniza. A um ano das eleições, as previsões não podem ser mais negras. Não só é possível Sócrates voltar a vencer com maioria, como é possível o centro-direita perder mais votos ainda.
O dedo na ferida
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A agonia do centro-direita Empty Re: A agonia do centro-direita

Mensagem por Socialista Trotskista Qui Set 18, 2008 9:04 am

Em Portugal é tudo igual.

Faltam muitas qualidades humanas... Para mudar o que seja preciso. Desde eleitores a políticos.

Todos os governos desde o 25 de Abril fizeram coisas de bem. A começar pela criação de um estado que é uma empresa sem patrão e com muitos funcionários. E há funcionários e funcionários, os das tarefas rotineiras e os das tarefas bem remuneradas, mas não quer dizer que todos esses pela mesma ordem, contribuam da mesma forma que recebem.

Prontos está tudo dito!!!

Socialista Trotskista

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A agonia do centro-direita Empty Re: A agonia do centro-direita

Mensagem por Vitor mango Qui Set 18, 2008 9:14 am

socialista trotskista escreveu:Em Portugal é tudo igual.

Faltam muitas qualidades humanas... Para mudar o que seja preciso. Desde eleitores a políticos.

Todos os governos desde o 25 de Abril fizeram coisas de bem. A começar pela criação de um estado que é uma empresa sem patrão e com muitos funcionários. E há funcionários e funcionários, os das tarefas rotineiras e os das tarefas bem remuneradas, mas não quer dizer que todos esses pela mesma ordem, contribuam da mesma forma que recebem.

Prontos está tudo dito!!!
E DICE(*) muito bem
A Unica Direita com tomates e cerebro para andar era o Freitas de Amaral


(*) novo verbo a introduzir nas Ortas graficas
[b]
Vitor mango
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A agonia do centro-direita Empty Re: A agonia do centro-direita

Mensagem por Vagueante Qui Set 18, 2008 4:44 pm

E DICE(*) muito bem
A Unica Direita com tomates e cerebro para andar era o Freitas de Amaral


Mas, esse senhor não é agora um perigoso esquerdista?

Vagueante

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A agonia do centro-direita Empty Re: A agonia do centro-direita

Mensagem por Vitor mango Sex Set 19, 2008 2:12 am

Vagueante escreveu:E DICE(*) muito bem
A Unica Direita com tomates e cerebro para andar era o Freitas de Amaral


Mas, esse senhor não é agora um perigoso esquerdista?

Insacto
Factura tudo o que são leis
Agora joga a avançado Centro e cobra 100 milhoes por um parecer na Bola
Vitor mango
Vitor mango

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A agonia do centro-direita Empty Re: A agonia do centro-direita

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