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Mensagem por Joao Ruiz Qua Set 29, 2010 8:13 am

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A muita satisfação

por VASCO GRAÇA MOURA
Hoje

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É verdade que com a crise imediata se cumulam várias outras questões de fundo: na origem do que se passa estão também a desagregação de valores da civilização e da cultura europeias, a preocupação esquerdista de branquear o terrorismo, de ser anti-Israel e anti-Estados Unidos, a perda do sentido da identidade e de qualquer espécie de orgulho, nervo e dignidade nacionais (salvo no tocante ao sacrossanto futebol), a decadência das Humanidades e o desastre do ensino, a desagregação do património e o assassínio da língua, o fim do tão inefável quanto inviável modelo social europeu agora que os norte-americanos já não são o nosso guarda-chuva, o esvaziamento da autoridade democrática do Estado e das instituições, a abolição do serviço militar obrigatório, a permissividade excessiva, a desculpabilização sistemática, a adopção idiota do politicamente correcto, a falta de coragem ou o servilismo de muita gente… Por cá, tudo isso combinado, por junto ou a retalho, com a governação que temos resultou num lindo serviço. E a um lindo serviço seguir-se-á inevitavelmente um lindo enterro.

Já se sabia que o Estado em Portugal dificilmente se comporta como uma pessoa de bem. Mas agora vê-se que está em vias de se tornar um malfeitor. O assalto fiscal aos poucos recursos dos portugueses vai continuar. A cada dia que passa, mais eles sentem que estão a ser roubados pelo Estado do seu país.

E agora, de repente, no palco da política, desatam todos a gritar "- Ó tio! Ó tio!", porque o País não pode passar sem orçamento, porque vem aí o FMI, porque a desgraça está iminente, porque Portugal está na bancarrota e cada dia se afunda mais nela - e lá se vão negócios e compadrios e benesses e subsídios e pensões e rendimentos mínimos e o mais a que se habituou o eleitorado analfabeto e oportunista que em Setembro de 2009 reconduziu o PS ao poder… Se essa gente pensasse um pouco mais e regougasse um pouco menos, talvez as coisas tivessem tomado um rumo diferente na altura própria. Agora é tarde.

Afinal, o que é que se esperava deste Governo, a não ser a impotência mais derrancada e os resultados mais sinistros? O que é que se esperava deste primeiro-ministro, a não ser a pior, a mais inábil e a mais incompetente das chefias do Executivo de que há memória nos últimos 100 anos em Portugal? Não há resposta satisfatória, a não ser que a busquemos na conta redonda de um século.

Só se também foi, exactamente por causa disso, que o mais estúpido eleitorado da Europa deu a vitória ao PS, isto é, para comemorar, de maneira fúnebre, inorgânica e paralela a uma comissão oficial que vai fazendo o que pode com tão fraco pretexto, o centenário da tristérrima República implantada em 1910 por obra e graça de uma pseudo-elite despeitada, tanto monárquica como republicana, de uma tropa dividida e sem dignidade, de um maralhal de marçanos e carbonários, de uma sinistra piolheira popular abaixo de toda a qualificação...

De facto, se o fez para comemorar o centenário da República, o eleitorado que votou PS em Setembro passado conseguiu o que queria. Reinstaurou a balda e o forrobodó e bem pode limpar as mãos à parede. Não vai longe com a celebração. De resto, ninguém pode ir longe com o que se está a passar neste pátrio ninho de patos-bravos, calaceiros e espertezas saloias.

Não tem por isso grande significado qualquer entendimento, explícito ou implícito, que venha a ocorrer entre os partidos políticos. Todos ralham e ninguém tem razão. Uns porque nunca a tiveram. Outros porque entretanto a perderam ou se arriscam a perdê-la. Num país a esboroar-se não há um desígnio estratégico nacional nos partidos. Só há tacticismos eleitorais a curto prazo e todos eles são perdedores.

Este país não tem saída e já não é governável. Nem a bem, nem a mal. Não tem nem vai ter com quê. Não tem nem vai ter por onde. Esqueceu-se de onde vem. Não sabe para onde vai e provavelmente não lhe interessa saber. Perdeu o rumo e um dia destes não conseguirá esboçar sequer um simulacro de independência. E é inconcebível, mas é muito capaz de se sentir bem satisfeito com isso.

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Mensagem por Joao Ruiz Qua Out 05, 2011 4:18 am

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O descrédito

por VASCO GRAÇA MOURA
Hoje

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Estará em risco a autoridade democrática e portanto a sobrevivência do próprio Estado de Direito? Que meios tem este à sua disposição para fazer acatar as normas que as suas instituições aprovam com respeito de todos os requisitos legais? Ou, por outras palavras, onde está a coercibilidade necessária se for caso disso?

A sociedade civil resvala cada vez mais para a insubordinação, e o sector público, incluindo o castrense e o policial, para lá caminha rapidamente.

Todos os dias se entrechocam os protestos e as declarações de não aceitação das decisões do poder político.

Uma vez que os titulares dos órgãos deste foram democraticamente designados em eleições livres, esta situação corresponderá a uma forma de sabotagem do seu funcionamento, sob a legitimação aparente de um exercício de direitos, sem se atentar em que, se de exercício se trata, haverá um conflito que não pode ser resolvido no sentido imediatista pretendido pelos promotores de tais reacções.

É verdade que a situação é dificílima e ninguém gosta de ter de apertar o cinto. É verdade que esse aperto é indignante e vai ser feito muitos furos acima do que se esperava. Mas se ninguém o aceitar, acabará por ser necessário impô-lo, no falhanço dos diálogos e das concertações. A alternativa é a implosão.

E aí é que está o problema. Todas as áreas e segmentos ligados ao sector público, do funcionalismo às empresas, parecem dispostas a enveredar por uma espécie de desobediência civil, proclamando não acatar cortes, nem imposições internas ou externas, nem nada que possa significar uma redução daquilo que lhes tem sido assegurado e a que chamam direitos adquiridos.

Certas corporações - o funcionalismo da administração pública, os magistrados, os professores, os médicos, os polícias, os trabalhadores das empresas públicas, em especial as ligadas aos transportes, mas não só, todos os dias reclamam, todos os dias vociferam, todos os dias ameaçam.

Na contestação generalizada, o paradoxo é que os que ainda têm emprego, e portanto se encontram numa situação relativamente melhor do que a dos desempregados, parecem dispostos a tudo para agravar o próprio flagelo que pretendem combater. Por este andar, à catástrofe somar-se-á a catástrofe e todos se sentirão mui conspicuamente realizados, mesmo que não escapem a ela.

A verdade é que não é por essa via que Portugal sairá do buraco em que se encontra. Estamos num barco à deriva e que mete água por todos os lados. Ou remamos todos no mesmo sentido, ou vamos ao fundo. E remar requer uma tremenda aplicação de energias, sem privilégios de assento e com a ração diminuída.

Os problemas imediatos da Europa e de um país falido como o nosso não se resolvem com cortejos da ideologia desfilando nas ruas e avenidas e movimentos de massas. Tão pouco se resolvem com bloqueamentos do aparelho de Estado cujos resultados só podem ser negativos.

Como a situação vai piorar, as reacções corporativas tendem a agravar-se. Se não houver autoridade, rapidamente se chegará a uma situação de desregramento e conflitualidade social de consequências imprevisíveis.

Para a solução dos problemas nacionais também não contribuem as pantominas esparvoadas que nos chegam do Partido Socialista, principal responsável pelo estado a que chegámos.

As interpelações que o seu secretario- -geral tem andado a fazer ao primeiro-ministro e à actuação do ministro das Finanças são confrangedoras de inexperiência política, distorção da realidade, demagogia barata e má-fé.

O pedido de audiência ao Presidente da República, a propósito da tragédia financeira da Madeira, é de um singular impudor por parte do mesmo partido que atentou contra os poderes presidenciais constitucionalmente assegurados, exactamente a propósito das autonomias regionais.

Só é de lamentar que o Presidente se tenha prestado a uma audiência inútil: porque não traz nenhum facto novo, porque não o habilita a qualquer intervenção diferente da que tem tido, porque não condiciona o Governo no tocante às medidas a tomar.

O Presidente fica assim confinado ao expediente de propaganda eleitoral de um dos partidos em presença. É pena.

Ao longo dos anos, o PS contribuiu em boa medida para desacreditar e desmantelar a autoridade do Estado e não está a fazer nada para reabilitá-la.

In DN

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Mensagem por Joao Ruiz Sáb Fev 25, 2012 11:04 am

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Um político com crédito

por FERREIRA FERNANDES
Hoje

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Há um Santos Silva banqueiro (Artur) e um Santos Silva ex-ministro (Augusto), e foi naturalmente a este que se passou cartão porque o assunto era achincalhar: "Cartões milionários na Defesa", titulou o Correio da Manhã. O Santos Silva não milionário, afinal, era-o... O ministro da Defesa do último Governo tinha dez mil euros de plafond!, gritou o jornal, tão alto quanto o teto do cartão bancário. O CM tem a mais apurada pituitária dos jornais, se fosse escaravelho haveria de se chamar rola-bosta, quem gosta fica bem servido. E assim lá houve mais um episódio de indignação esganiçada. Tudo normal, não fosse o tal Santos Silva não ser dos políticos que quando há suspeitas sobre as suas contas se negam a divulgá-las. A contracorrente do que é norma, o Silva do teto alto, em vez de deixar a suspeita assentar e esquecer, espevitou-a. É certo que começou por dizer, o que podia ser mero truque para protelar a explicação, que do cartão de serviço só gastara em serviço. Oh filho, os fãs do rola-bosta querem é saber se bebeste Petrus à custa do povo... Mas não, o Silva do cartão não estava a protelar coisa nenhuma, tirou a coisa a limpo e exigiu que o Ministério da Defesa tornasse público o que gastara. E ontem soube-se: nos 20 meses em que foi ministro, do seu cartão super-hiper de dez mil euros, Augusto Santos Silva gastou uma média de 147,72 euros mensais. Deixa-me fazer contas: dez mil, manchete; 147 euros, deve dar duas linhas.

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Dor de cotovelo Empty O cardeal e o dr. Zorrinho

Mensagem por Joao Ruiz Qua Jul 25, 2012 7:05 am

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O cardeal e o dr. Zorrinho

por VASCO GRAÇA MOURA
Hoje

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Conta-se que certa vez, à chegada a Nova Iorque de uma alta figura do Vaticano, houve um jornalista que lhe perguntou se tencionava visitar os clubes nocturnos da cidade. Embaraçada, a eminência tartamudeou qualquer coisa como: " Há clubes nocturnos em Nova Iorque?". E, fatal como o destino, no dia seguinte, lá estava um periódico a pôr na primeira página que essa tinha sido a primeira pergunta do cardeal fulano ao descer do avião...

Sinto-me solidário com o cardeal. Numa entrevista recente, perguntaram-me qual seria a primeira medida, note-se a "primeira medida", que eu tomaria se fosse ministro ou secretário de Estado da Cultura. Respondi que provavelmente seria pedir a demissão. E esclareci que a razão seria a de não me apetecer desempenhar o cargo.

Houve gente que não percebeu a ironia da resposta e a notícia correu célere. Se eu fosse ministro da Cultura, pediria a demissão e pronto, estava tudo dito! O grau de analfabetismo e de precipitação demonstrado pelo estrépito desse citacional alvoroço mostra bem como, no espaço público, há criaturas que não são capazes de ler um texto e de lhe entender o sentido.

Mas isto nada é, comparado à interpretação das minhas palavras feita pelo formidável dr. Zorrinho, facundo ex-deputado socratista e actual deputado segurista. Do alto da sua autoridade exegética, este professor catedrático da Universidade de Évora, doutorado em Gestão, na especialidade de Gestão da Informação, mostrou-se bem menos capaz de gestão da informação do que propício a uma perversa congestão ou indigestão da mesma.

Com efeito, o dr. Zorrinho veio logo à liça dizer com o denodo habitual que eu pedia a demissão do primeiro-ministro. Algumas pessoas, quedando-se perplexas ante esse meu abominável comportamento, telefonaram-me a perguntar o que era aquilo. Eu não sabia e fui ver as notícias. Era verdade. Confirmando que "les portugais sont toujours gais", o dr. Zorrinho tinha proferido a esfuziante acusação.

Fiz então algumas desvairadas conjecturas, até que me pus a pensar cá com os meus botões que a mais plausível era a que passo a expor. Num dos acessos de delírio tremendista que têm vindo a acometer frequentemente os próceres do pensamento e do comportamento socialistas, este dr. pensou assim e, se bem o pensou, melhor o disse: o PM tem as funções de ministro da Cultura; VGM disse que se fosse ministro da Cultura apresentava a demissão; logo, VGM pede a demissão do PM. Fica-se deveras atordoado com o rigor implacável e adamantino do silogismo. Por mim, confesso que tardei a recompor-me.

É claro que já seria grave que o dr. Zorrinho se tivesse esquecido de ler a entrevista antes de se pôr a perorar assim, se não fosse típico dos responsáveis socialistas navegarem na rala espuma dos dias e na mera periferia das questões. Mas se acaso a leu, então as coisas tornam-se assaz caricatas, para um especialista em Gestão da Informação. Não se pode gerir o que não se percebe e o dr. Zorrinho não conseguiu decifrar o sentido daquela parte da minha resposta, para ele, pelos vistos, capciosa e notavelmente obscura, que dizia assim: "Não me apeteceria desempenhar o cargo. É tudo."

E também é muito pior, na medida em que o impagável dr. Zorrinho interpretou a minha falta de apetência pessoal pela pasta da Cultura como crí-tica ao PM, esse PM que, além de ser saudavelmente indiferente aos meus apetites ou desapetites ministeriais, eu elogiei na mesmíssima entrevista num sentido que envolvia o meu evidente apoio à sua continuidade em funções (esta observação é também gostosamente dirigida à célula de canalhas anónimos e filhos de pai incógnito que costumam pôr-se aos uivos com os meus artigos, aqui na caixa de comentários do DN, e a quem da próxima vez terei a justeza de chamar hienas fétidas).

Enfim, mesmo admitindo que o dr. Zorrinho tenha conseguido fazer sem favores o exame de Português da quarta classe, admiro-me de que se tenha alçapremado ao doutoramento e chegado à cátedra. E também me pergunto se é isto o que o PS, principal partido da oposição, tem para propor aos portugueses: distorção e má-fé, falta de senso e de inteligência, oportunismo e manipulação, asneira e mediocridade.

Repito que me sinto solidário com o pobre do cardeal. O que não lhe aconteceria se o dr. Zorrinho se pusesse a citá-lo no dia seguinte?

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