A irresponsabilidade
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A irresponsabilidade
Vasco Pulido Valente, A irresponsabilidade, hoje no Público. Excerto, sublinhados meus:
«[...] De qualquer maneira, a mera teatralidade da atitude de Passos Coelho, que já se reflecte no mercado financeiro internacional e no ambiente doméstico, não passa de um acto de irresponsabilidade.
A irresponsabilidade não chegou ontem ao PSD. Quem durante quase 15 anos contemplou com espanto as cenas que essa tresloucada agremiação oferecia ao país certamente não se espantará. Como ontem tratava a sua vida interna, o PSD trata agora a vida de todos nós. Ou seja, sem pesar as consequências do que por oportunismo ou frivolidade resolve fazer e com a absoluta ligeireza do improviso e da imaturidade, que Passos Coelho hoje representa. [...] nesta altura o que está em causa não é o Orçamento, é o respeito pelo calendário constitucional, a existência de um governo com um mínimo de legitimidade e a conservação de uma sombra de ordem nas contas do Estado.
Se Passos Coelho não aprovar o Orçamento, a recessão que ele teme virá mais depressa e com mais violência e os juros da dívida soberana necessariamente aumentarão. No meio de uma inevitável insegurança política, a eleição presidencial irá dividir o país, ninguém sabe como e por quanto tempo. E Sócrates talvez se consiga aguentar no meio do tumulto. Mesmo Passos Coelho e a sua extravagante direcção ficam em perigo de despejo. É isto que ele sóbria e racionalmente quer? Ou o que ele quer, na sua manifesta inconsciência, é ganhar um voto fácil para 2011 e fingir que segue o inaplicável liberalismo dos bonzos da casa? Não se percebe. O que se percebe é que a história não vai acabar bem.»
posted by Eduardo Pitta
«[...] De qualquer maneira, a mera teatralidade da atitude de Passos Coelho, que já se reflecte no mercado financeiro internacional e no ambiente doméstico, não passa de um acto de irresponsabilidade.
A irresponsabilidade não chegou ontem ao PSD. Quem durante quase 15 anos contemplou com espanto as cenas que essa tresloucada agremiação oferecia ao país certamente não se espantará. Como ontem tratava a sua vida interna, o PSD trata agora a vida de todos nós. Ou seja, sem pesar as consequências do que por oportunismo ou frivolidade resolve fazer e com a absoluta ligeireza do improviso e da imaturidade, que Passos Coelho hoje representa. [...] nesta altura o que está em causa não é o Orçamento, é o respeito pelo calendário constitucional, a existência de um governo com um mínimo de legitimidade e a conservação de uma sombra de ordem nas contas do Estado.
Se Passos Coelho não aprovar o Orçamento, a recessão que ele teme virá mais depressa e com mais violência e os juros da dívida soberana necessariamente aumentarão. No meio de uma inevitável insegurança política, a eleição presidencial irá dividir o país, ninguém sabe como e por quanto tempo. E Sócrates talvez se consiga aguentar no meio do tumulto. Mesmo Passos Coelho e a sua extravagante direcção ficam em perigo de despejo. É isto que ele sóbria e racionalmente quer? Ou o que ele quer, na sua manifesta inconsciência, é ganhar um voto fácil para 2011 e fingir que segue o inaplicável liberalismo dos bonzos da casa? Não se percebe. O que se percebe é que a história não vai acabar bem.»
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