Há coisas que não percebo

Então agora os governos já podem interferir nos negócios das empresas? A UE já não protesta como fez com o governo português aquando da PT? A nossa oposição não comenta? Cala-se? Bem fez Sócrates que levou o caso até ao fim. Esta hipocrisia europeia está a atingir limites inconcebíveis....


Merkel contra aquisição da construtora Hochtief pela espanhola ACSNegócios

OJE/Lusa

A chanceler Angela Merkel manifestou-se contra o desmantelamento da empresa de construção civil alemã Hochtief, que está a ser alvo de uma operação pública de aquisição por parte da construtora espanhola ACS.

"A chancelaria federal e o Governo defendem a manutenção das estruturas industriais da Hochtief, assim como a manutenção da sua sede em Essen", disse em Berlim o porta-voz do Executivo, Steffen Seibert.

"A Hochtief é uma importante empresa da indústria de construção civil alemã", acrescentou o mesmo responsável.

O esclarecimento em nome da chanceler surge poucos dias depois de o ministro da Economia, Rainer Bruedewrle, ter afirmado que não iria interferir no negócio.

Num caso idêntico ocorrido no passado, quando uma companhia energética alemã tentou adquirir a espanhola Endesa, Angela Merkel pronunciou-se contra qualquer ingerência do Governo de Madrid.

A ACS, propriedade do presidente do Real Madrid, Florentino Perez, e que já detém cerca de 30% do capital da Hochtief, anunciou há quatro semanas a intenção de adquirir a concorrente alemã, oferecendo aos accionistas 8 das suas acções em troca de 5 acções da construtora germânica.

A administração e a comissão de trabalhadores da Hochtief rejeitaram a oferta, e pediram ajuda ao Governo alemão, alertando para o risco de desmantelamento da empresa, e para a sua importância estratégica.

Entretanto a ACS solicitou à Agência Alemã de Controlo Financeiro, a Bafin, o prolongamento do prazo da sua oferta, por mais quatro semanas, pedido que já foi aceite.

A ACS invocou a necessidade de proceder a um aumento de capital antes de adquirir a Hochtief, para justificar o adiamento da operação destinada a obter a maioria das acções da firma alemã.