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Primeira viagem ao Oriente - Por Jose Ezequiel Poças Gomes

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Mensagem por Vitor mango Sex Out 15, 2010 10:27 am

Primeira viagem ao Oriente - Por Jose Ezequiel Poças Gomes

Iniciamos aqui a publicaçao de um extenso relatorio de viagens feito pelo meu amiggo Poças que desde tenra idade palmilhou pelos 4 cantos do mundo reunindo preciosos documentos da nossa historia
Trata.se de uma documentaçao de muita valia cuja publicação aqui é possivel pela amizade pessoal

PRIMEIRA VIAGEM

AO

EXTREMO ORIENTE

NOTA
Este texto foi escrito durante a viagem, nos intervalos das deslocações, nas paragens de autocarros, nos aviões, nos barcos, à beira do mar, enfim, nas horas de descanso nos hotéis, em bancos de jardim, nas mesas de cafés...
As datas e dados históricos carecem de verificação pois foram obtidos das mais diversas fontes (jornais, livros/guias, museus, conversas, etc), sempre durante a viagem.
Foi escrito sem preocupações nem ambições literárias, nem com a intenflo de vir a ser publicado, mas tio-somente como auxiliar de memória e referência fuwra para mim próprio. Depois desta viagem já fiz mais duas com a mesma duraç&o ao Oriente e as recordações dos episódios, itinerários, nomes de pessoas e de lugares, começam a baralhar-se. A consulta dos “Diários” é essencial para reavivar a memória.
Alguns extractos do texto foram publicados na revista ‘Magazine — Grande Informação”.

AGRADECIMENTO
A Ethel pela sua paciência e persistência em dactilografar o texto até ao fim, n~o obstante as dificuldades em decifrar a minha caligrafia (muitas vezes escrita sobre ojoelho), agravadas pelo seu pouco conhecimento da língua portuguesa.

José Ezequiel Poças Gomes
Quinta de Rio Alcaide, 1 de Março de 2009









pagina um


VIAGEM AO ORIENTE Inicio 12-09-2003
Fim 15-03-2004
….A visita ao Taj-Mahal suscitou-me a curiosidade de conhecer melhor a história do seu erector, Shah-Jallan, e a dos seus aguerridos antepassados maometanos
A penetração do Islão na India não é diferente do que se passou com a expansão daquela religião no resto do Mundo. Desde aquela fatídica revelação em que Aflah instruiu o Profeta ~1aomé de que poderia, a partir daquele momento, usar a força das espadas como meio de persuasão para converter infieis, o Islão não mais parou de utilizar as maiores atrocidades para se instalar nas diversas partes do Globo Para quê missionários se o próprio Deus lhes ordenou que usassem as espadas
Unificadas pela força as diversas tribus da Peninsula Arábica, sucessivas bordas islâmicas submeteram a Sina, a Mesopotâmia, Palestina, Egipto, Norte de Africa, Marrocos, Península Ibérica atravessando os Pirinéus para subjugar a Europa, só parando às portas de Paris onde Carlos Martel os susteve. Para Oriente o avanço foi Idêntico chegando à China. Quanto à India a agressão islâmica começou no Sec. XI pela espada de Mahmud de Gahzni, pequena cidade afgã entre Kabul e Kandahar. Para Gahzni carreou Mahmud os tesouros saqueados no Norte de India transformando a pequena e obscura cidade em opulenta capital do seu reino
Das atrocidades perpetradas por Mahmud avulta a execução de 70.000 hindus que obstinadamente defenderam o seu templo á divindade Shiva, na cidade de Somnath.
Os Séculos seguintes viram sucessivas invasões islamicas porem a ferro e fogo o Morte da India atingindo o apogeu com a descida desde Samarcanda,.. em 1398, dos exércitos do sanguinário Tamerlão, que tinham ordens expressas do tirano para saquear, arrasar e queimar todas as povoações por onde passassem e de passar pelo fio da espada todos os hindus em quem pusessem a vista em cima... Após o saque, destruição e incêndio de Deli, 100000 hindus (segundo alguns autores a totalidade da população) Ibram degolados. Declarando-se a peste nas hostes muçulmanas, Tamerlão ordena o regresso a Samarcando. Formou-se então a maior caravana que a Mia jamais vira ... filas intermináveis de elefantes, cavalos e camelos, levaram da India os seus tesouros e as mais belas mulheres para abastecerem os harens de Samarcanda...
Em 1527 já com os portugueses em Goa, é a vez de Babur ou Babar, ele próprio descendente de Tamerlão e de Gengis Cão. Fiel ás tradições familiares e aos ensinamentos de Maomé, comete as mais horrendas atrocidades, de entre as quais avulta a de mandar degolar, de uma só vez, 15.000 indianos,. .Babur não regressa aos desertos afgàos; prefere ocupar a terra alheia e ficando na India até o programa
Se Imperador.COfll ele começa a dinastia Mogol (Mogul. ou •Mugal) de qüe irâo sobressair o seu neto Akba (amigo dos português e casado com a portuguesa Maria, de Goa, aqui conhecida por Mariam e o neto de Akbar, Shah )ahan, Directorr do Taj-Mahal
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Mensagem por Vitor mango Sex Out 15, 2010 11:43 am

notas apenças

O Prince Khurram com 35 anos ascendeu ao trono como Shahabuddin Mohammed Shah Jahan (também escrito Shah Jehan ou Shahjehan), شاه ‌جهان em persa, 5 de Janeiro de 1592 – 22 de Janeiro de 1666) foi um governante e imperador do Império Mogol, no subcontinente indiano entre 1628 e 1658. O nome Shah Jahan vem do persa e significa "Rei do Mundo". Foi o quinto soberano mogol depois de Babur, Humayun, Akbar e Jahangir.Sobre o túmulo de sua amada, falecida ao dar à luz o seu 14º filho, Shah Jahan construiu o mausoléu Taj Mahal, que é, hoje,uma das sete maravilhas do mundo.
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Mensagem por Vitor mango Sex Out 15, 2010 11:44 am

Shah Jahan
Imperador do Império Mogol
Primeira viagem ao Oriente - Por Jose Ezequiel Poças Gomes Shahjahan
Shahabuddin Mohammed Shah Jahan, Imperador Mogol
Reinado1628 – 1658
Coroação1628
Nome completoShahabuddin Mohammed Shah Jahan
Nascimento5 de Janeiro, 1592

Lahore
Morte22 de Janeiro, 1666

Agra
AntecessorJahangira
HerdeiroAurangzeb
SucessorAurangzeb
RainhaMumtaz Mahal
ConsorteAkbarabadi Mahal (d. 1677)
EsposasKandahari Mahal (b. 1594, m. 1609)

Mumtaz Mahal (b. 1593, m. 1612, d. 1631)

Hasina Begum Sahiba (m. 1617)

Muti Begum Sahiba

Qudsia Begum Sahiba, Shrimati Manbhavathi Baiji Lal Sahiba (m. 1626), Sarhindi Begum Sahiba (d. after 1650)
FilhosJahanara Begum, Dara Shukoh, Shah Shuja, Roshanara Begum, Aurangzeb, Murad Baksh, Gauhara Begum
DinastiaMogol
PaiJahangira
MãePrincesa Manmati
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Mensagem por Vitor mango Dom Out 17, 2010 1:48 pm

pagina 2


o mais bela monumento ao Amor que a humanidade possui..” Segundo palavras de Ferreira de Castro.
Até aos nossos dias o islão não mais deixou de atormentar a India pois as entre os dois credos continuam em diversos pontos do sub-continente.

O TAJ-MAHAL — Este lindíssimo monumento é feito de mármore bi transportado por elefantes, cavalos e camelos, de pedreiras no Rajas~o, km de distância. Frisos em baixo relevo: trabalhados no mármore embutidos de pedras semi-preciosas, são a principal decoração.
Consoante a luminosidade do firmamento o edifício oferece à diferentes tonalidades e, por isso, os tuiistas vão vê-lo em diferentes hor dia.
Tivemos a sorte de um guia culto, homem de meia-idade, natural de Bengala (Calcutá), espirituoso e simpático, que além do Taj-Mahal nos le visitar o Forte de Agra, construido pelo grande chefe Akbar, avôdo erect Taj-Maha L.
Em Portugal, nos meses que precederam o inicio da viagem, fiz algumas leituras para prepará-la e escolher o itinerário, aparecendo .o nome de em muitos textos relativos ao que aconteceu por estas paragens.em mead Séc. XVI. ALem do seu harem, bem provido de centenas de escuLturais beld Akbar tinha várias esposas oficiais das quais se destacou pelo carinho qt dedicou, a segunda esposa, a portuguesa Maria, aqui conhecida por Ma goesa cristã a quem o imperador ofereceu um pequeno palácio revestido a ouro, que ainda está de pé (mas sem nenhum ouro, é claro) e
mencionado nos livros turisticos por Casa de Ouro ou por Palácio, de la Situa-se o referido palácio em Fatehpur Sikri, a 37 kms de Agra. Quando morreu, Pdcbar mandou erigir em sua homenagem um imponente mauso beira da estrada que liga Agra a Delhi, onde repousam os seus restos mortais
Devido à influência de Maria sobre o Imperador, as relações de P0 com o poderoso Império Mogol foram excelentes durante o reinado de A~ as nossas posseções na costa de Malabar usufruiram de uma relativa acordo politico-militar. Embora maometano, Akbar não deveria estar muito convicto das teorias de Maomé pois quis estudar outras religiões e mandou vir 0 quem lhe explicasse os mistérios da religião católica. Tambem quis ou teorias de outros credos e assim na süa corte
rodeou-se de filósofos pensadores representantes das várias

conti...
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Mensagem por Vitor mango Dom Out 17, 2010 1:49 pm

Akbar tinha várias esposas oficiais das quais se destacou pelo carinho qt dedicou, a segunda esposa, a portuguesa Maria, aqui conhecida por Ma goesa cristã a quem o imperador ofereceu um pequeno palácio revestido a ouro, que ainda está de pé (mas sem nenhum ouro, é claro) e
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Mensagem por Vitor mango Sex Out 22, 2010 8:04 am

*

pagina 3


religiôes conhecidas na época — budistas, jainistas, binduistas, persas De tudo quanto ouviu nenhum o convenceu e não se converteu a outra religião, mas tentou criar uma religião universal que congregasse o melhor de todas as religiões existentes — a religião Deen-Llahi, que apenas durou alguns anos após a sua morte.
O seu vasto tmpério e as sublevações constantes que nele tinham lugar obrigavam Akbar a deslocaçóes permanentes com Os Seus exércitos, muita~ vezes fazendo-se acompanhar da corte e dos filósofos estrangeiros. Foi durante uma dessas marchas para Norte, a caminho de Lahore, que um dos jesuitas que o acompanhavam, o açoriano Bento de Góis, abandonou a comitiva para efectuar uma das mais extraordinárias travessias da Asia de que bá registos e que acabaria por levá-lo á morte.
Parece que Bento de Góis deixou a longa caravana dos exércitos e da muLtidão que os seguia, sem dar disso conhecimento ao imperador, com o pretexto de que a distancia entre a frente onde Âkbar seguia e a retaguarda onde seguiam os jesuítas, era muito grande, alegando dificuldades de comunicação. provavelmente a realidade seria que o jesuita teria receio que Akbar não autorizasse a sua partida!
Acompanhado de um criado cristão goês, Bento de Góis pôs-se a caminho do Norte á procura do reino do Cataio (China). Para evitar as montanhas deu a volta pelo Paquistão, Afeganistão, Mongólia, ficando retido por doença a algumas centenas de quilómetros de Pequim, onde os jesuítas ali residentes receberam uma carta sua a pedir socorro. O Padre italiano Ricci, chefe da missão jesuíta em Pequim, foi ao seu encontro. Bento de Góis agonizava febril sem dinheiro para alimentos nem para médico que o assistisse, numa cidadezinha hostil do Norte da China. Góis e Ricci que ainda



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Mensagem por Vitor mango Sex Out 22, 2010 8:05 am

Foi durante uma dessas marchas para Norte, a caminho de Lahore, que um dos jesuitas que o acompanhavam, o açoriano Bento de Góis, abandonou a comitiva para efectuar uma das mais extraordinárias travessias da Asia de que bá registos e que acabaria por levá-lo á morte.
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Mensagem por Vitor mango Sáb Out 30, 2010 10:48 am

pagina 4

tiveram tempo de trocar algumas palavras antes de o português exalar o 1 suspiro, chegaram então á conclusão de que Cataio e China etBm um; mesma nação, terminando ali o equívoco que grassava na Europa, de
tratava de duas nações distintas.
Bento de Góls nasceu nos Açores e foi baptizado com outro 1 Desconhecem-se as razões por que mudou de nome ao chegar a GO protagonista de uma das mais extraordinárias travessias da Asia de qi memória, mais um feito quase esquecido, tanto internacionalmente dentro de portas. Esta aventura em que um jesuíta se disfarça com aferentes conforme as necessidades do momento, para poder prosseguir viagem através de regiões Ignotas e hostis, se tivesse sido levada a cat um francês ou inglês, teria lugar em todos os manuais de história... Cc filho de um país pequeno.. o resultado é quase cair no esquecimento, entre os seus...
Se ponderarmos, por exemplo, no feito do explorador inglês Living que toda a gente conhece nos 4 cantos do mundo e o compararmos coo quase desconhecido Gonçalo da Silveira que (apenas...) 300 anos ant Uvingstone, explorou o interior da Africa Austrai, vindo a acabar os seu cozinhado num pote de barro pela tribo Matabele, no actual Zimbabwe, que a história é escrita não apenas pelos vencedores mas também pelos mais poderosos e ricos.
Visitámos Fatehpur Sikh, património da humanidade, Foi constru~ Akbar para capital do reino e abandonada logo de seguida por
descoberto tardiamente, que o local era multo carente em água. Talvez ao abandono súbito a cidadela está muito bem preservada. Lá encontra Palácio de Maria feito de pedra vermelha próximo dos palácios das esposas eg&imas. A primeira esposa era urna princesa maometana, a Se a cristã Maria e a terceira uma princesa hindu.
Peito destes três pequenos palacetes e no mesmo recinto, tinha Akbar harém provido de três centenas de concubinas para se desenfast monotonia de apenas 3 esposas oficiais...
Os 40 km entre Agra e Fatehpur Sikri são um festival de miséria, de pc de exotismo e de tráfego inconcebível. Ursos amestrados e pres cabrestos fazem piruetas na beira da estrada paro os turistas fotografe troco de umas magras rupias. Vacas sagradas, camelos puxando carros b riquexós ás centenas, bicicletas, alguns automóveis de modelo muito máquinas agrícolas rudimentares adaptadas com carroças de madeira transportarem passageiros, pedes aos milhares tudo se amontoa ao lor estrada, cada um a querer seguir o seu caminho. Ao fim do dia as sagradas regressam dos seus pastos e por vezes decidem deitarem-se ti da estrada a remoer a erva que durante o dia acumularam nas suas sa panças,
Rio Ganges






A principal atracção de Varanasi (pelos ingleses crismada Benar os Gales ou santuários em escadaria de pedra á beira da Ganges indianos chamado Ganga) nos quais têm lugar cerimónias religiosas e o cremados os corpos dos defuntos hindús.
Há cerca de 100 Gates, todos na mesma margem do Ganges. O sáo o coração da cidade e neles vêm desembocar estreitíssimas vielas, mais estreitas que as de Alfama, sempre apinhadas de gente. -
Rituais íntimos têm tjgar á vista de toda a gente na margem banhos, lavagens, oferendas, rezas, cremações, cânticos, lamentações.. feito em publico. No Gate Mir, que visitámos já de noite no dia da cheg~ homem de meia-idade desabafou comigo que quem ardia naquela fogu a sua mulher e na fo9ueira ao lado ardia a filha, ambas falecidas & natural havia já alguns anos, mas que só agora tinha conseguido dinheiro suficiente para trazer os corpos da sua aldeia longínqua e crer beira do Rio Sagrado!
Em alguns Gates se concentram as cremações enquanto outros utilizados para orações e banhos, O principal Gate de cremaçao N4anikarnika e para visitá-lo, em vez de seguir pelas vielas, alugámos urt a algumas centenas de metros de distãncia. Três remadores manej2 com destreza sobre as águas lamacentas do Ganges, não sem que eu algum receio por o rio ir enormemente cheio devido ás copiosas chu últimos dias que coincidiram com o fim da monção. Devido á cheia, Gates estão parcialmente submersos, concentrando-se as actividade poucos espaços que a água não cobriu. No Manikarnica, 100 degrau debaixo da água e as 10 fogueiras que ardem a queimar outros tantos apertam-se num pequeno terreiro encostado ás casas. A margem do

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Mensagem por Vitor mango Sáb Out 30, 2010 10:51 am

sorry pelas palavras gagas ...mas é o resultado de copiar pelo scan do papel para paleio
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Mensagem por Vitor mango Seg Nov 15, 2010 6:31 am

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tinha um palmo de terra livre para a nossa barca encostar, ocupada que estava por barcos carregados de madeira que seria vendida aos familiares dos defuntos depois de pesada em enormes balanças. O único pedaço de chão que poderia ser utilizado para o nosso desembarque estava ocupado por uma manada de cerca de 30 búfalos que, refastelados, dormiam a sesta dentro de água: Com a ajudadas gentes de terra conseguimos abrir uma clareira entre os ruminantes e desembarcar.
O reboliço era enorme á nossa volta; uns a pôr lenha nas fogueiras, outros a pesar a madeira e acarretá-la, outros ainda trasnsportando corpos mortos em padiolas de bambu para demolhá-los na sagrada água do Ganges antes de os colocarem nas piras de lenha. As padiolas são leves e muito estreitas, á medida do cadáver, o qual se for de mulher vai envolto em tecidos brilhantes vermelhos e dourados sendo homem o tecido é branco, Um dos corpos de mulher que passou numa viela mesmo encostada á minha cabeça, tinha, a fazer de almofada onde apoiava a nuca, pedaços de bosta seca de vaca sagrada;.
Ao sairmos da barca e pormos os pés em terra, logo o arrais chamou um rapaz que trabalha no Gate ‘e recomendou-lhe que nos fosse mostrar o que havia para ver. Subindo várias escadarias o rapaz levou-nos a uma enorme sala onde jaziam no’ chão, em cima de tapetes e esteiras, alguns corpos humanos moribundos. Era a ‘Sala Dos Que Esperam, a Morte”. Ali apresentou-nos a um velhote franzino com ares de intelectual que passou a ser o nosso guia. Levou¬nos a uma torre de onde se via em baixo toda a azáfama da cremação, os búfalos sonolentos dentro de água, o vai e vem dos barcos no rio, os corpos nas padiolas a irem ser demolhados’ no rio regressando depois ás fogueiras, a lenha a ser pesada e transportada ás costas de carregadores semi-nus, o fumo das fogueiras a elevar-se no ar, enfim todo o burburinho do Cate. Ali ficámos especados e incrédulos durante algum tempo, ouvindo as explicações do. homem franzino, que era afinal, o chefe do Cate.
No meio da multidão. não se vislumbrava uma única mulher, porque, segundo o nosso homem, as mulheres sendo mais sensíveis, começariam a chorar e o seu barulho afugentaria os espíritos e perturbaria a sua caminhada até o Nirvana.
A madeira transportada nas barcas para alimentar as fogueiras e cremar os corpos é toda de um determinado tipo .de árvore — Banyan - (a mesma árvore à sombra da qual Buda meditou durante vários anos), a qual, ao arder, tem a particularidade de absorver o odores da carne queimada. Vem de muito longe, do Estado de Bihar. Para cremar um corpo são necessários 180 ou 200 kgs. Os ricos são cremados com madeira de sândalo por causa do seu perfume. Os pobres, para remediar, compram um quilo ou dois de serradura de sândalo que atiram para cima da fogueira significando com esse gesto que, se tivessem posses, também homenageariam o seu defunto cremando-o com’ madeira sândalo.

pagina 8

da fogueira e afectar os ffirnillai~s e presentes durante a cremação) e mortos vitimas de mordedura de cobra (o veneno queimado poderia propac se na atmosfera). Estas pessoas, cuja cremação é proibida, so atiradas Ganges atadas a um pedregulho, mas como nem sempre so bem atac acontece multas vezes, ao andar de barco no Ganges, cruzarmo-nos
corpos mortos flutuando rio a baixo alguns dos Quais chegariam a Calcutá não fora a abundância de crocodilos estacionados em uma curva do rio, algum a jusante de Varanasi.
Aquela meia hora no cimo da torre, sozinhos com o nosso esquelél guia /administrador do Gate, foi o ponto alto da estadia em Varan~ Estávamos por cima da multidão, das fogueiras, dos búfalos, do rio e burburinho. Dali se desfrutava uma azáfama surpreendente e exótica, De sút o vento mudou e o fumo das 10 fogueiras que cremavam outros tantos cadáveres veio na direcção da torre e envolveu-nos; embora o vento e o fui não cheirassem a carne queimada, não pude evitar uma sensação de vómito nojo; já ia para cuspir a saliva que de repente cresceu com repulsa na miri boca, quando me lembrei de que esse gesto poderia ferir as susceptibilidade religiosas do nosso interlocutor e . tive de engolir...
Na descida da torre passamos outra vez pela “Sala dos Moribundos fomos convidados pelo Chefe a contribuir com algumas rupias para comprar lenha para queimar uma velhota Que ali estava deitada no chão à espera morte, a qual, á nossa chegada se mexeu emitindo um quase imperfeita ruído, presumi que para dar a entender que ainda estava viva. Contribuí com rupias suficientes para comprar duas arrobas de lenha e saímos
emocionados, e ao mesmo tempo convencidos de que a nossa esmola ii contribuir para aumentar o nosso <arma...
Já em baixo, junto das fogueiras, vimos os “intocáveis” ou”párias” qi debaixo de um pequeno torreão. se sentam nos intervalos do seu trabalho atiçar as fogueiras. Pertencem à casta mais baixa da Índia, são quase Su humanos e aceitam com resignação a sua inferioridade. Para eles são reservados os trabalhos mais duros, mais sujos e degradantes, e são eh também os guardiões do fogo sagrado que há 3.000 anos (três mil ...) arc sem parar num canto do Gate e do qual, com archotes de erva seca, é tirado fogo para atear as piras de lenha dentro das quais estão os defuntos hindu Seria sacrilégio atear as fogueiras com fósforos ou com isqueiros.
Secundo a religião hindu não são cremados alguns grupos de pessoas consideradas limpas e ainda cubos grupos de pessoas cuja queima empestaria o ar, Do primeiro grupo fazem parte as crianças e as mulheres grávidas (a pureza das criança ‘.i’’ é transmitida às mães pelo cordão umbilical). No segundo grupo ~~1”’’! leprosos (a doença poderia contaminar os fumos
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KUSHINACAR (Estado de Utar Pradesh, Norte da India) Na rota para Norte, a caminho do Nepal e dos contrafortes dos Himalaias, atravessa-se uma região que está para os budistas como a Terra Santa da Palestina está para os cristãos. Aqui nasceu e por aqui deambulou, meditou, pregou e morreu, há 2.500 anos: o Príncipe 3autama Sidarta, mais conhecido por Buda (o Iluminado). Há muitas parecenças entre os dois grandes filósofos da antiguidade, fundadores das duas principais religiões dos nossos dias — budismo e o cristianismo. Nascido Gautama Sidarta, o príncipe indiano foi cognominado Buda (o Iluminado ou Esclarecido). O hebreu Yeshua, terá sido conhecido no seu tempo por Yeshua ben Pandhera e por Yeshua ben Stada, mas ficou para a posteridade como nome grego de Cristo (o Messias).
Buda nasceu em Lumbini (Nepal) junto da fronteira com a India. Aos 29 anos sola-se em Bodhgaya a meditar; aos 36 saiu pela mundo a pregar a sua mensagem sendo o seu primeiro sermão em Sarnah a 10 kms de Varanasi. Morreu em Kushinagar, de onde escrevo estas notas. Em Lumbini há pouco para vêr! Os milénios, as invasões, as intempéries, apagaram os vestigios dos antigos templos.E a Kushinagar que se dirigem as peregrinações do mundo budista. Escavações feitas em 1870 puseram a descoberto uma enorme estátua de Buda reclinado, esculpida há 1.500 anos e que é, actualmente, a principal atracção dos peregrinos budistas. Em volta da estátua os crentes circulam com uma compostura idêntica á dos católicos em Fátima ou em redor do túmulo de S.to António, em Pádua. A maneira de colocar as mãos, junto ao peito, palma contra palma, e as leves vénias que fazem com a cabeça, lembram muito os rituais católicos. Aliás, o comportamento dos budistas nos templos é muito parecido com o dos católicos:, - silencioso e comedido. Nada da teatralidade maometana com lavaste •. pé e mãos, cabeçadas no chão virados para

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Mensagem por Vitor mango Qua Out 03, 2012 1:22 am

amen

_________________
Só discuto o que nao sei ...O ke sei ensino ...POIZ
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