Portas atira caso contra primeiro-ministro

Portas atira caso contra primeiro-ministro

por J.P.H.

Líder do CDS interpelou José Sócrates: nesta história quem fala verdade? O primeiro-ministro optou por não lhe responder.

O caso Vítor Baptista atravessou- -se no caminho de José Sócrates, ontem, em mais um debate quinzenal na Assembleia da República. Foi o líder do CDS-PP, Paulo Portas, quem o usou.

A certa altura, vendo Vítor Baptista entrar no hemiciclo, Portas "disparou" ao primeiro-ministro: "Visto que entrou na sala um deputado do PS muito em voga, há um deputado do seu partido que acusa um assessor do seu gabinete que promete lugares numa empresa pública que ele deve julgar que é dele, pagos a 15 mil euros pelos nossos impostos para ganhar votos no seu partido", afirmou Paulo Portas.

Pedindo depois ao primeiro- -ministro que, "como o deputado está ali, o senhor primeiro-ministro está aí, a empresa não é longe e o assessor há-de estar acolá, que pudesse explicar quem é que está a mentir e quem é que está a dizer a verdade". Sócrates não respondeu. Só depois, confrontado nos Passos Perdidos pelos jornalistas.

Nos corredores da Assembleia da República, Vítor Baptista foi sendo confrontado com o caso. Disse ao DN que não revelou logo na altura a alegada tentativa de aliciamento de que terá sido alvo por parte de André Figueiredo para "preservar o PS, a sua imagem".

Face aos protestos de Vítor Baptista, a COC (comissão organizadora do congresso) do PS de Coimbra decidiu repetir as eleições em 16 mesas de votos.

Todo o processo se arrisca, porém, a ser avocado pela comissão nacional de jurisdição, que ontem se reuniu no Largo do Rato. O caso vai durar.