A impunidade de Passos Coelho

A impunidade de Passos Coelho

Passos Coelho quer responsabilizar civil e criminalmente os responsáveis pelos maus resultados da economia do país, para que não continuem "a andar de espinha direita, como se não fosse nada com eles".

De há uns anos a esta parte, o PSD conquistou na cena política portuguesa um claro estatuto de impunidade. Tudo lhe é permitido, desde sugerir a suspensão da democracia a apelar à responsabilização criminal do exercício político.
Essa impunidade materializa-se, por exemplo, na indiferença com que é recebida esta bojarda de Passos Coelho, exemplar da ideia que este PSD faz do estado de direito.

Mas isso até nem é o mais preocupante. Preocupante é imaginar os métodos de trabalho político que uma pessoa com estas concepções de democracia pode estar a desenvolver longe da nossa vista.

Publicado por João Magalhães

Ideias estranhas sobre a Democracia


As democracias vivem tempos difíceis. Falta cultura democrática e política a muitos dos actores políticos dos nossos dias. Já poucos se espantam que o presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, defenda a responsabilização civil e criminal por actos no exercício da actividade política, exemplificando com o a execução do Orçamento de Estado. De um dia para o outro, qualquer governo perderia a legitimidade democrática, deixaria de responder politicamente apenas a quem os elegeu, e poderia passar a um bando de arguidos, senão mesmo a um bando de presidiários. Na antiga URSS de Staline e na Albânia de Enver Hodja essa possibilidade existia: ser preso ou fuzilado o ministro que caísse em desgraça por não ter cumprido o plano quinquenal. Pedro Passos Coelho tem ideias muitas estranhas sobre a democracia. Aliás, as declarações de Pedro Passos Coelho são copiadas do que escreveu, no Correio da Manhã, João Palma, Presidente do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público: «cabe perguntar se é suficiente o ‘julgamento em eleições viciadas por manipulações de toda a ordem, que influenciam o voto dos eleitores.» A ânsia anti-democrática do Ministério Público se querer substituir aos portugueses no julgamento da governação não tem limites, mas que o dirigente de um partido político democrático lhe siga as pisadas é muito mau: é perigoso para a democracia.

Por Tomás Vasques

Passos Coelho endoidou?


Se não parece...anda lá muito perto. Em Viana do Castelo..passou-se, completamente.

Ameaça que quer criminalizar a politica; sugere que quer politizar a justiça (por que se incumbe uma deriva justicialista sobre os políticos, sobre os empresários..).

O homem já não diz coisa com coisa.

No seu, dele, discurso já não bate a bota com a perdigota.

Leia-se a noticia por aqui e o texto do jornalista:

«O líder do PSD defendeu hoje a responsabilização civil e criminal dos responsáveis pelos maus resultados da economia do país, para que não continuem "a andar de espinha direita, como se não fosse nada com eles".

"Se nós temos um Orçamento e não o cumprimos, se dissemos que a despesa devia ser de 100 e ela foi de 300, aqueles que são responsáveis pelo resvalar da despesa também têm de ser civil e criminalmente responsáveis pelos seus actos e pelas suas acções", referiu Pedro Passos Coelho.

Falando em Viana do Castelo, durante um jantar promovido pelo PSD de Barcelos, Passos Coelho sublinhou que o país precisa de uma cultura de responsabilidade.

"Não podemos permitir que todos aqueles que estão nas empresas privadas ou que estão no Estado fixem objectivos e não os cumpram. Sempre que se falham os objectivos, sempre que a execução do Orçamento derrapa, sempre que arranjamos buracos financeiros onde devíamos estar a criar excedentes de poupança, aquilo que se passa é que há mais pessoas que vão para o desemprego e a economia afunda-se", referiu.

Para o líder social democrata, "não se pode permitir que os responsáveis pelos maus resultados "andem sempre de espinha direita, como se não fosse nada com eles".

"Quem impõe tantos sacrifícios às pessoas e não cumpre, merece ou não merece ser responsabilizado civil e criminalmente pelos seus actos?", questionou.»

Então e a turminha do BPN, senhor Passos Coelho?

E o senhor Silva, e o engº Luís Montez também entram neste clube? E, juntamente com o "conselheiro de Estado" Manuel Dias Loureiro irão ser vergastados pelo "golpe" que deram no Banco?

Então, senhor Coelho, como vamos fazer?

Dizer, pode-se dizer.

Agora, fazer, já é mesmo muito complicado.

Não lhe parece?


De Ana Paula Fitas

o gajo profissiomalmente nada fez ate hoje e ...e,,,o Marcelo ontem puxou-lhe as orelhas e gritou-lhe
Pah cala a boca que se fores para o governo tens de apertar ainda mais os botoes pah

Se alguma dúvida houvesse quanto à capacidade de Passos Coelho vir a ser um bom primeiro ministro, essa dúvida desapareceu de vez com as afirmações que fez.
Infelizmente para o país parece estar a chegar a sua vez de nos dirigir, isto é, de nos afundar mais ainda do que já estamos.
Como é possível que o chefe do maior partido da oposição tenha dito tamanho disparate? O que andou ele a fazer na universidade e no parlamento? Por acaso não percebe que aquilo que afirmou é de tal forma disparatado num regime democrático que, para ser levado avante, teria que alterar a constituição acabando com o próprio regime democrático? Ou essa alteração teria somente a validade de 6 meses como pretendia Manuela Ferreira Leite?
Em Portugal existe um poder de soberania que, embora não eleito, tem por finalidade exercer a justiça. Deverá ser esse organismo que deverá julgar os cidadãos pelos seus actos e portanto deverá ser independente do poder político. Deverá ser esse organismo que, em caso de desvio de dinheiros públicos, deverá julgar em tribunais apropriados todos aqueles que transgredirem a Lei. Mas o desvio de um orçamento, nunca poderá ser motivo de crime, tendo em conta que ele se faz sobre perspectivas que podem não se concretizar. Temos casos recentes de um governo conseguir obter no fim do ano défices orçamentais abaixo do que estava planeado. Deverá também um governante que consegue alcançar um feito desses ser julgado como criminoso?
A campanha já vai bastante avançada e com mentiras demasiadas. Paços Coelho foi desonesto para com aqueles que o escutavam. Isto é tanto mais grave, quanto é certo que ele se dirigia a jovens que ainda não têm o traquejo político necessário para saberem entender as mensagens políticas como aquela que ele lhes enviou.
Pura demagogia.