Do mercado do Bulhão ao mercado da dívida
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Do mercado do Bulhão ao mercado da dívida
Do mercado do Bulhão ao mercado da dívida
Antes, abastecíamo-nos no mercado da Ribeira e no mercado do Bulhão. Hoje, perdidas as tradições, abastecemo-nos no "mercado da dívida".
Tomás Vasques
Os juros da dívida pública atingiram, esta manhã, os 7,1%, no "mercado da dívida" - palavra que entrou definitivamente no nosso vocabulário. Antes, abastecíamo-nos no mercado da Ribeira e no mercado do Bulhão. Hoje, perdidas as tradições, abastecemo-nos no "mercado da dívida". Aparentemente, parece não haver relação entre os mercados da Ribeira e do Bulhão e o "mercado da dívida".
Mas há. A mudança dos hábitos de consumo dos portugueses, (deixámos de frequentar os mercados tradicionais para entrarmos na voragem dos centros comerciais, dos stands de automóveis e nas agências de viagem), e a mudança dos meios de pagamento (substituindo as notas do Banco de Portugal que nos eram entregues como remuneração pelos cartões de crédito ilimitado) levaram-nos a percorrer o caminho até ao "mercado da dívida". Foi o ciclo do crescimento assente no investimento público e no consumo inaugurado pelos governos de Cavaco Silva e pela integração europeia. O Estado, as empresas e as famílias entregaram-se ao deboche e não mais pararam de aumentar as despesas.
A crédito, obviamente. A produção de riqueza não chegava para tanto esbanjamento. Agora, mesmo os mais optimistas já perceberam que temos de voltar aos mercados da Ribeira e do Bulhão. Nunca a expressão Vais pagar e com juros foi tão adequada à nossa situação.
Antes, abastecíamo-nos no mercado da Ribeira e no mercado do Bulhão. Hoje, perdidas as tradições, abastecemo-nos no "mercado da dívida".
Tomás Vasques
Os juros da dívida pública atingiram, esta manhã, os 7,1%, no "mercado da dívida" - palavra que entrou definitivamente no nosso vocabulário. Antes, abastecíamo-nos no mercado da Ribeira e no mercado do Bulhão. Hoje, perdidas as tradições, abastecemo-nos no "mercado da dívida". Aparentemente, parece não haver relação entre os mercados da Ribeira e do Bulhão e o "mercado da dívida".
Mas há. A mudança dos hábitos de consumo dos portugueses, (deixámos de frequentar os mercados tradicionais para entrarmos na voragem dos centros comerciais, dos stands de automóveis e nas agências de viagem), e a mudança dos meios de pagamento (substituindo as notas do Banco de Portugal que nos eram entregues como remuneração pelos cartões de crédito ilimitado) levaram-nos a percorrer o caminho até ao "mercado da dívida". Foi o ciclo do crescimento assente no investimento público e no consumo inaugurado pelos governos de Cavaco Silva e pela integração europeia. O Estado, as empresas e as famílias entregaram-se ao deboche e não mais pararam de aumentar as despesas.
A crédito, obviamente. A produção de riqueza não chegava para tanto esbanjamento. Agora, mesmo os mais optimistas já perceberam que temos de voltar aos mercados da Ribeira e do Bulhão. Nunca a expressão Vais pagar e com juros foi tão adequada à nossa situação.
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