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Literatura de guerra

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Literatura de guerra  Empty Literatura de guerra

Mensagem por Viriato Ter Nov 23, 2010 8:08 am

Literatura de guerra

Literatura de guerra  Guerra+Colonial+-+livro

Toda a guerra suscita compreensíveis emoções. As guerras colonais que Portugal disputou em Angola (a partir de 1961), em Moçambique e na Guiné (estas últimas depois de 1964) representaram um período muito importante da história portuguesa, estando na génese do próprio movimento de 25 de abril de 1974. As guerras mudaram o país e, de uma forma muito nítida, mudaram também os portugueses que nelas intervieram. Mortos, feridos, deficientes e traumas de guerra marcaram uma geração de sacrifício, a qual inclui quantos tiveram de procurar no estrangeiro acolhimento para fugir a participar num conflito que nada lhes dizia ou à penúria de um país que se arruinava nessa aventura insensata.


A Revolução de abril como que procurou exorcizar essa tragédia, pela indução no país de um movimento coletivo de esperança num futuro melhor. Mas os sentimentos dos "retornados" e dos soldados que sofreram esse período ainda estão presentes em muitos setores da sociedade portuguesa, por muito que mais de três décadas nos distanciem do momento em que ele terminou. É que as guerras só acabam, dentro das pessoas, muito depois do cessar-fogo.


Não há muita literatura, em língua portuguesa, sobre as guerras coloniais portuguesas da segunda metade do século XX (outra houve, no passado). Ontem, a Fundação Gulbenkian, em articulação com universidades francesas onde a cultura portuguesa se investiga e estuda, trouxe a Paris João de Melo e Carlos Vale Ferraz, dois escritores que colocaram em vários romances a sua vivência pessoal desse período - "atores e autores da História". Julgo que foi importante ouvi-los, embora seja mais importante lê-los, se possível em contraponto com os testemunhos de escritores oriundos das antigas colónias, aqueles que nos dão a visão "do outro lado". Como é "dos livros", só nos percebemos completamente quando nos reconhecemos no olhar dos outros sobre nós.


Postado por Francisco Seixas da Costa
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