Wikileaks revela segredos da Visa e MasterCard

Wikileaks revela segredos da Visa e MasterCard
8 de Dezembro, 2010
Revelações surgem depois da Visa, MasterCard e PayPal terem bloqueado todas as transferências para a organização do site. Hackers vingam Wikileaks

A Visa e a MasterCard levaram o Governo dos Estados Unidos a fazer lóbi sobre a Rússia para Moscovo não aprovar uma nova lei sobre transacções bancárias que iria prejudicar as duas empresas, revelou esta quarta-feira o site de denúncias Wikileaks.

De acordo com uma comunicação entre a embaixada norte-americana em Moscovo e a Casa Branca, o Presidente Barack Obama foi exortado a pressionar o Kremlin para salvaguardar as duas empresas norte-americanas na redacção de uma lei que antevê a criação de um sistema russo de pagamentos por cartão.

Um novo consórcio, formado por bancos estatais russos, passará a deter o direito exclusivo de cobrar comissões sobre pagamentos e transferências realizadas por cartão naquele país. Ficará também vedada a saída da Rússia de qualquer dado das operações realizadas pelos clientes nacionais. Visa e Mastercard antevêem perdas anuais na ordem dos milhares de milhões de euros.

O assunto terá sido levantado ao mais alto nível entre os dois países, mas não existe até ao momento qualquer modificação na lei, em discussão, que vá ao encontro dos interesses norte-americanos.

A revelação é feita pelo Wikileaks depois das duas empresas visadas e da PayPal terem decidido suspender todas as transferências de doadores para a organização que suporta o site de denúncias, impossibilitando o financiamento do projecto. As empresas justificam-se com as «actividades ilegais» desenvolvidas pelo Wikileaks, sem especificar a que actos se referem. O The Guardian afirma que as três entidades se encontravam sob intensa pressão de Washington.

Vigança dos hackers

Esta quarta-feira, um grupo de internautas conotado com o popular fórum 4chan lançou um ataque informático em larga escala contra o site da MasterCard, que esteve inacessível grande parte do dia.

Os próximos alvos são o banco suíço PostFinance e a PayPal, que registam já algumas anomalias nas suas páginas.

Amazon, Visa e outras empresas que boicotaram o Wikileaks são tidos como alvos potenciais durante os próximos dias.

SOL