Presidente Ben Ali põe-se em fuga
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Presidente Ben Ali põe-se em fuga
Presidente Ben Ali põe-se em fuga
publicado 14:23 14 janeiro '11
* Texto
* Vídeo
* Áudio
Presidente Ben Ali põe-se em fuga
A contestação nasceu depois de um jovem se ter imolado pelo fogo em protesto contra a apreensão das frutas que vendia Luca Dolega, EPA
O presidente tunisino Zine al-Abidine Ben Ali acaba de pôr-se em fuga. De nada lhe serviu anunciar que deixaria o poder em 2014, decretar o estado de emergência ou demitir o Governo. As imponentes manifestações que hoje inundaram a capital do país acabaram por pesar mais. Terminaram os 23 anos da ditadura de Ben Ali.
Presidente Ben Ali põe-se em fuga
0 twitter
“Não a Ben Ali” ou “Ben Ali assassino” foram algumas das palavras que perpassaram a mole humana concentrada na Avenida Habib Bourguiba. Milhares de pessoas, num movimento de contestação sem precedentes na história recente da Tunísia, atravessaram a pé o coração de Tunes, rumo ao edifício do Ministério do Interior. Aí chegados, contestaram o “ministério do terror”, renderam “homenagem ao sangue dos mártires” e acusaram o clã do Presidente de ter “pilhado o país”.
O ímpeto dos protestos estendeu-se, uma vez mais, a outros locais. Assim aconteceu em Sidi Bouzid, no sudoeste, onde há um mês despontou a semente de um movimento contra os elevados índices de corrupção, o desemprego galopante e a subida do custo de vida, com aumentos recentes dos preços dos alimentos e dos combustíveis. Perto de 1500 pessoas desafiaram, ali, a autoridade de Zine al-Abidine Ben Ali com uma única palavra – “Fora”. E o quadro foi o mesmo em Regueb, nas imediações de Sidi Bouzid, em Gafsa, outra cidade do sudoeste, e em Kairouan, no centro do país.
A contestação tem sido custeada com o sangue de civis. O Governo refere 22 mortes nos confrontos entre manifestantes e forças de segurança. Contudo, a Federação Internacional das Ligas dos Direitos Humanos, conhecida pelo acrónimo francês FIDH, afiança que o número de vítimas da violenta repressão policial dos últimos dias rondará as 66, incluindo sete cidadãos tunisinos que se suicidaram. Pelo menos 13 pessoas morreram durante a noite de quinta para sexta-feira, segundo fontes hospitalares ouvidas pela Associated Press.
“Cessar-fogo”
Foi também ao cair da noite de quinta-feira que Ben Ali tornou a fazer uso das câmaras de televisão para apelar a um “cessar-fogo” na sociedade tunisina. “Eu compreendi-vos”, afirmou o Presidente num tom de contrição pouco ou nada habitual. “Eu compreendi as exigências sobre o desemprego, as exigências sobre necessidades e as exigências políticas por mais liberdades”, acentuou o líder do regime, martelando a promessa de que não será parte ativa nas Eleições Presidenciais previstas para 2014.
Entre a Oposição tunisina, o discurso teve um acolhimento mais favorável do que aquele que os manifestantes da Avenida Habib Bourguiba estiveram dispostos a conceder. Por exemplo, Mohammed Nejib Chebbi, líder histórico do Partido Democrático Progressista – uma organização legalizada mas sem assento parlamentar -, viu como um “facto positivo” que “o Presidente tenha decidido não voltar a representar-se” em futuros sufrágios. Já Mustapha Ben Jaafar, número um do Fórum Democrático para o Trabalho e as Liberdades, movimento integrado na Internacional Socialista, considerou que “o discurso abre perspetivas”. Falta, porém, “aplicar essas intenções”.
Há também vozes que se recusam a dar qualquer crédito aos compromissos do regime. Entre as quais a do advogado e ativista dos Direitos Humanos Mohamed Abbou, para quem o Presidente está “a zombar dos tunisinos com promessas sem futuro”.
Ben Ali prometeu também liberalizar o acesso à Internet, alvo de uma apertada malha oficial de censura, e fazer calar as armas das forças de segurança, poupando, assim, os manifestantes. Na Web, a janela de oportunidade foi rapidamente capitalizada. Citada pela France Presse, uma estudante tunisina escreveu no Facebook: “Ben Ali meteu-vos no bolso, não baixem os braços, continuem a combater pela liberdade”.
Economia ressente-se
De França sai um apelo ao Presidente tunisino para que dê expressão prática à via da “abertura”. A posição de Paris foi aventada esta sexta-feira, em conferência de imprensa, pelo porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros Bernard Valero: “Ouvimos com atenção as medidas anunciadas pelo Presidente Ben Ali para restituir a calma e fazer cair a violência. Ouvimos as medidas anunciadas a favor da abertura. Encorajamos a que se prossiga nessa via”.
Por outro lado, o movimento de contestação ganhou o apoio da Al Qaeda no Magrebe Islâmico, que, através do seu líder, Abu Mussab Abdel Wadud, exortou os manifestantes a tomarem armas para o derrube de Zine al-Abidine Ben Ali. A mensagem da organização terrorista surgiu na forma de um vídeo de 13 minutos detetado pelo serviço norte-americano de vigilância de páginas islamitas – o SITE.
A violência começou, entretanto, a refletir-se na indústria do turismo, crucial para a economia da Tunísia. A filial alemã da operadora turística britânica Thomas Cook anunciou a intenção de fazer regressar a casa, até ao final do dia, cerca de dois mil turistas e suspendeu todas as viagens para aquele país do norte de África até à próxima segunda-feira.
(em atualização)
publicado 14:23 14 janeiro '11
* Texto
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Presidente Ben Ali põe-se em fuga
A contestação nasceu depois de um jovem se ter imolado pelo fogo em protesto contra a apreensão das frutas que vendia Luca Dolega, EPA
O presidente tunisino Zine al-Abidine Ben Ali acaba de pôr-se em fuga. De nada lhe serviu anunciar que deixaria o poder em 2014, decretar o estado de emergência ou demitir o Governo. As imponentes manifestações que hoje inundaram a capital do país acabaram por pesar mais. Terminaram os 23 anos da ditadura de Ben Ali.
Presidente Ben Ali põe-se em fuga
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“Não a Ben Ali” ou “Ben Ali assassino” foram algumas das palavras que perpassaram a mole humana concentrada na Avenida Habib Bourguiba. Milhares de pessoas, num movimento de contestação sem precedentes na história recente da Tunísia, atravessaram a pé o coração de Tunes, rumo ao edifício do Ministério do Interior. Aí chegados, contestaram o “ministério do terror”, renderam “homenagem ao sangue dos mártires” e acusaram o clã do Presidente de ter “pilhado o país”.
O ímpeto dos protestos estendeu-se, uma vez mais, a outros locais. Assim aconteceu em Sidi Bouzid, no sudoeste, onde há um mês despontou a semente de um movimento contra os elevados índices de corrupção, o desemprego galopante e a subida do custo de vida, com aumentos recentes dos preços dos alimentos e dos combustíveis. Perto de 1500 pessoas desafiaram, ali, a autoridade de Zine al-Abidine Ben Ali com uma única palavra – “Fora”. E o quadro foi o mesmo em Regueb, nas imediações de Sidi Bouzid, em Gafsa, outra cidade do sudoeste, e em Kairouan, no centro do país.
A contestação tem sido custeada com o sangue de civis. O Governo refere 22 mortes nos confrontos entre manifestantes e forças de segurança. Contudo, a Federação Internacional das Ligas dos Direitos Humanos, conhecida pelo acrónimo francês FIDH, afiança que o número de vítimas da violenta repressão policial dos últimos dias rondará as 66, incluindo sete cidadãos tunisinos que se suicidaram. Pelo menos 13 pessoas morreram durante a noite de quinta para sexta-feira, segundo fontes hospitalares ouvidas pela Associated Press.
“Cessar-fogo”
Foi também ao cair da noite de quinta-feira que Ben Ali tornou a fazer uso das câmaras de televisão para apelar a um “cessar-fogo” na sociedade tunisina. “Eu compreendi-vos”, afirmou o Presidente num tom de contrição pouco ou nada habitual. “Eu compreendi as exigências sobre o desemprego, as exigências sobre necessidades e as exigências políticas por mais liberdades”, acentuou o líder do regime, martelando a promessa de que não será parte ativa nas Eleições Presidenciais previstas para 2014.
Entre a Oposição tunisina, o discurso teve um acolhimento mais favorável do que aquele que os manifestantes da Avenida Habib Bourguiba estiveram dispostos a conceder. Por exemplo, Mohammed Nejib Chebbi, líder histórico do Partido Democrático Progressista – uma organização legalizada mas sem assento parlamentar -, viu como um “facto positivo” que “o Presidente tenha decidido não voltar a representar-se” em futuros sufrágios. Já Mustapha Ben Jaafar, número um do Fórum Democrático para o Trabalho e as Liberdades, movimento integrado na Internacional Socialista, considerou que “o discurso abre perspetivas”. Falta, porém, “aplicar essas intenções”.
Há também vozes que se recusam a dar qualquer crédito aos compromissos do regime. Entre as quais a do advogado e ativista dos Direitos Humanos Mohamed Abbou, para quem o Presidente está “a zombar dos tunisinos com promessas sem futuro”.
Ben Ali prometeu também liberalizar o acesso à Internet, alvo de uma apertada malha oficial de censura, e fazer calar as armas das forças de segurança, poupando, assim, os manifestantes. Na Web, a janela de oportunidade foi rapidamente capitalizada. Citada pela France Presse, uma estudante tunisina escreveu no Facebook: “Ben Ali meteu-vos no bolso, não baixem os braços, continuem a combater pela liberdade”.
Economia ressente-se
De França sai um apelo ao Presidente tunisino para que dê expressão prática à via da “abertura”. A posição de Paris foi aventada esta sexta-feira, em conferência de imprensa, pelo porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros Bernard Valero: “Ouvimos com atenção as medidas anunciadas pelo Presidente Ben Ali para restituir a calma e fazer cair a violência. Ouvimos as medidas anunciadas a favor da abertura. Encorajamos a que se prossiga nessa via”.
Por outro lado, o movimento de contestação ganhou o apoio da Al Qaeda no Magrebe Islâmico, que, através do seu líder, Abu Mussab Abdel Wadud, exortou os manifestantes a tomarem armas para o derrube de Zine al-Abidine Ben Ali. A mensagem da organização terrorista surgiu na forma de um vídeo de 13 minutos detetado pelo serviço norte-americano de vigilância de páginas islamitas – o SITE.
A violência começou, entretanto, a refletir-se na indústria do turismo, crucial para a economia da Tunísia. A filial alemã da operadora turística britânica Thomas Cook anunciou a intenção de fazer regressar a casa, até ao final do dia, cerca de dois mil turistas e suspendeu todas as viagens para aquele país do norte de África até à próxima segunda-feira.
(em atualização)
Vitor mango- Pontos : 117496
Re: Presidente Ben Ali põe-se em fuga
.
Bye-bye, férias na Tunísia!
Para mim, os culpados ou são os judeus ou José Sócrates!!!!
Bye-bye, férias na Tunísia!
Para mim, os culpados ou são os judeus ou José Sócrates!!!!
_________________
Amigos?Longe! Inimigos? O mais perto possível!
Joao Ruiz- Pontos : 32035
Re: Presidente Ben Ali põe-se em fuga
Joao Ruiz escreveu:.
Bye-bye, férias na Tunísia!
Para mim, os culpados ou são os judeus ou José Sócrates!!!!
eu apostava mais no Pinto da Costa
Vitor mango- Pontos : 117496
Re: Presidente Ben Ali põe-se em fuga
.
Mas esse sabe onde é a Tunísia?!
Pensei que só conhecesse a América do Sul...
eu apostava mais no Pinto da Costa
Mas esse sabe onde é a Tunísia?!
Pensei que só conhecesse a América do Sul...
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Amigos?Longe! Inimigos? O mais perto possível!
Joao Ruiz- Pontos : 32035
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