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Vamos lá malhar nisto..

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Mensagem por Joao Ruiz Qui Jan 27, 2011 4:06 pm

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A tentativa de afluir às urnas

Vamos lá malhar nisto.. Maria_jose_nogueira_pinto

por MARIA JOSÉ NOGUEIRA PINTOHoje34 comentários

No domingo fui votar e dirigi-me ao mesmo local da mesma freguesia onde sempre votei, a do Lumiar. Levava o meu cartão de eleitor e o meu novo cartão de cidadão que substituíra, uns meses atrás, o velho bilhete de identidade e dirigi-me à secção de voto que me correspondia. Quando me aproximei da urna e apresentei os documentos disseram-me que já não era ali. Então porquê? Responderam-me que o meu novo cartão de cidadão tinha alterado o meu velho número de eleitor. Automaticamente? Perguntei. Parecia que sim. Fui ao Gabinete de Apoio ao Cidadão, onde me confirmaram que era assim mesmo e logo ali me deram o novo cartão de eleitor. Mas isto é coisa que se faça no próprio dia das eleições, então não podiam ter avisado quando substituí o bilhete de identidade? Não sabemos...Foi a resposta evasiva a que se juntou o desabafo de o"sistema" estar entupido e os computadores lentos, um pouco como quem diz: ainda estás com sorte por levares o cartão novo e poderes votar.

Quando saí vi o meu marido que não só levava na mão um número de eleitor "morto" como tinha sido informado que já não pertencia àquela freguesia e fora transferido para o Campo Grande. Ou seja, embora vivamos na mesma casa eu sou do Lumiar e ele é do Campo Grande. Mas porquê? Não sabiam. Assim que o Jaime teve de peregrinar pela tarde fora até conseguir enfiar o voto na urna.

Mas não éramos só nós que tentávamos afluir às urnas, muitos outros cidadãos encontravam-se na mesma situação, perdidos, desorientados, metidos numa espécie de charada eleitoral dominada pela estupidez da burocracia. A situação não tinha precedentes em trinta e seis anos de eleições regulares, mais do que incómoda parecia chocante e colocava sérias dúvidas. Que se passaria com os retardatários, aqueles que, por razões várias, vão votar mais tarde? Ou aqueles que, transferidos para uma freguesia distante, não dispusessem facilmente de transporte? Ou os mais velhos que, com algum risco, tinham enfrentado temperaturas baixíssimas e que se viam obrigados a apanhar mais frio? Ou os deficientes? Ou os que traziam bebés de colo? E seria possível que alguns chegassem ao fim do dia sem constarem de nenhuma lista, perdidos nos meandros eleitorais? E como iria tudo isto ser contabilizado?

Quando cheguei a casa a televisão dava conta da situação destes eleitores sem eira nem beira e percebi que as confusões iam de norte a sul do País votante. Pensei com os meus botões que tudo iria ser desvalorizado. Acaso não é essa a receita habitual a de perante erros grosseiros não assumir nem imputar responsabilidades? Mas se um só eleitor tivesse sido impedido de votar, isso não seria gravíssimo? Que ideia! O porta-voz da CNE afirmou que a situação "claro que vai aumentar a abstenção (leia-se forçada) mas que ninguém pode dizer quanto é que vai aumentar de forma científica". Fantástico! A Direcção-Geral da Administração Interna tão depressa assumiu responsabilidades como afirmou (não sabemos com que critério científico) que os dados não demonstram a influência do sucedido no aumento da abstenção. Por fim, o Portal do Eleitor, quando se tentava obter os dados, enviava a mensagem de "eleitor não encontrado", enquanto o telefone não funcionava e o sistema de SMS não dava resposta.

Uma mulher, imigrante regressada à sua terra natal, a quem pediam que explicasse o inexplicável, desabafou: estas coisas fazem-me sentir vergonha de ser portuguesa. A frase ficou a pairar no frio da tarde e eu percebi que a minha zanga silenciosa era, afinal, a manifestação de uma vergonha triste por já nem o acto eleitoral escapar ao desmazelo em que tudo, em Portugal, parece afundar-se lenta e inexoravelmente. Se estas eleições revelaram, em múltiplos aspectos, a falta de saúde da nossa democracia, este incidente burocrático, rapidamente desvalorizado, constituiu um indício gravíssimo de como a doença vai alastrando.

In DN

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Mensagem por Joao Ruiz Qui Jan 27, 2011 4:25 pm

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Quase estou a ficar traumatizado, por me parecer que sou caso único de procedimento dos funcionários do Registo Civil.

Em 2008, por caducidade do antigo BI, dirigi-me à Loja do Cidadão, no Porto, onde tratei das devidas formalidades para o efeito.

Quando o novo cartão me foi entregue, fui alertado para o facto de que, embora substituisse todos os outros cartões nacionais, apenas me inutilizariam três deles (BI, de Saúde e Fiscal), porque iria precisar dos outros, devido ao não aperfeiçoamento ou inexistência de meios de leitura óptica.

Salvo erro, nas eleições autárquicas, também me defrontei com a alteração do nº de eleitor, quando me aprestava para votar, tendo sido esclarecido pelo Presidente da Mesa, de que teria de ir à Junta de Freguesia (felizmente perto), para resolver o problema.

Evidentemente que me lembrei de imediato do alerta do funcionário da Loja do Cidadão e tratei de censurar-me, pela minha falta de informação, à distância de um simples telefonema e lá fui tratar de obter o novo número.

Terei sido o único cidadão, a ser avisado das possíveis deficiências do Cartão de Cidadão?!?!?
Não acredito! Ou melhor, acredito na intencionalidade de certo tipo de gente!

Shocked Shocked Shocked Shocked Shocked Shocked Shocked


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