A vingança já começou

DO PRINCÍPIO ACTIVO À MAGISTRATURA ACTIVA



Era de esperar que Cavaco Silva aproveitasse uma oportunidade para vetar pela primeira vez um diploma do governo, tinha que dar o exemplo de magistratura activa, apenas se lamenta que tenha vetado um diploma em que o lado activo da Presidência da República parece servir apenas para assegurar os lucros da indústria farmacêutica à custa dos contribuintes. Quantos aos argumentos são de uma pobreza intelectual pouco própria para uma Presidência da República, que o tema ia ser discutido no parlamento, que os computadores podem falhar, que os efeitos do regime não estão avaliados (avaliar como se Cavaco o vetou?), e, talvez o mais importante de todos, porque o PR concorda com cartas e pareceres que chegaram à Presidência da República.

O que é isto de pareceres e cartas que chegam a Belém? Quem as encomenda, quem as manda, que interesses representam. Terá sido algum doente preocupado com a sua saúde, algum jurista sem nada que fazer ou alguns daqueles médicos (como um conhecido pediatra que defendia a vacina contra a meningite) que trabalham a soldo dos laboratórios farmacêuticos. Já que o Presidente não os divulga todos os raciocínios e suspeitas são possíveis.

Percebe-se muito cedo o que se entende por magistratura activa, é provocar activamente o governo à custa dos interesses do país e dos cidadãos.

O Jumento