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GRANDE ORIENTE MÉDIO

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Mensagem por Vitor mango Sáb Mar 19, 2011 12:39 am

GRANDE ORIENTE MÉDIO


O dilema do Ocidente: Erdogan ou Khomeini?

Islamistas ou islamitas. Eis a questão

Riad - Por mais que o Kadafi e os outros ditadores do Mundo Árabe - já defenestrados ou a defenestrar - insistam em atribuir o "tsunami árabe" de insurgências sociais a "dedo" dos islamitas, algo assim não decorre dos fatos.

Ao contrário, tudo indica que não só a Al Qaeda, mas, também, os mais organizados vetores do moderado Islã político como, por exemplo, a Irmandade Muçulmana no Egito, foram pegos de surpresa pela espontânea insurgência de grandes parcelas da população, as quais, até aquele momento, não haviam conseguido "militarizar" seus objetivos políticos.

Após o primeiro susto, os islamitas - moderados e não - acordaram: em um Mundo Árabe repleto de regimes totalitários (movidos externamente a pobreza), o desemprego, a desigualdade, a corrupção e a incessante repressão são características permanentes do cotidiano.

Partidos como a Irmandade Muçulmana, o Hamas e o Hezbollah, assim como algumas agremiações menores suas filiadas em todos os países do Grande Oriente Médio, incluindo o Magreb (África do Norte), encontram-se, repentinamente, em posição de força, com forte estrutura interna e, claro, programa político-social de ação.

O motivo que faz com que o Islã político encontre-se em condição de aproveitar melhor do que qualquer outra força política a "fase transitória" após as insurgências é óbvio: o desinteresse dos regimes corruptos da maioria dos países árabes com os problemas do cotidiano permitiu aos "Irmãos" (muçulmanos) e às agremiações menores substituir o frequentemente inexistente Estado Social, criando redes de solidariedade que melhoraram - de fato - a vida de milhões de seres humanos simples.



Exemplo turco



Esta oferta social dos islamitas - que chegaram a administrar escolas, hospitais e instituições filantrópicas de várias naturezas ali, onde antes não existia nada - é o passaporte deles para o poder, nos casos em que as insurgências resultarem em alguma feição de democracia representativa.

Nesta evolução concluem, pelo menos, as experiências da Faixa de Gaza (quando por ocasião das primeiras eleições democráticas venceu facilmente o Hamas) e no Libano (quando o Hezbollah, apoiado pela resistência que mostrou contra a invasão israelense, permanece a força política dominante) e, certamente, o por excelência modelo do islã político, na Turquia, que há mais de uma década predomina absolutamente o Partido AKP do neo-otomano islamita "sultão" Retzep Tayyip Erdogan.

Os islamitas sabem - após tantas décadas de perseguições - esperar e deixar o tempo e as naturais fraquezas de seus adversários funcionarem a seu favor. O caso da Turquia, em que os islamitas esperaram pacientemente durante décadas a decomposição das estruturas kemálicas do poder político, militar e jurídico para predominarem, mostra o caminho para os demais.

Aliás, não foi por acaso que o primeiro líder a visitar Cairo após a derrubada de Mubarak tenha sido o presidente da Turquia, Abdullah Ghiul, assim como não foram por acaso suas declarações, transmitidas ao vivo pela televisão egípcia, quando o presidente turco caracterizou seu próprio país o modelo por excelência de moderna democracia islamita e convocou os egípcios a imitar o exemplo turco.

O mal é que, enquanto a maioria dos países árabes mostram-se dispostos a uma - um pouco mais, um pouco menos - suave "transição" democrática, o restante do mundo e, particularmente, as fortes potências "protetoras" do Ocidente não estão dispostos. Isto mostra sua insistência em denominar "terroristas" organizações políticas islamitas como Hamas e Hezbollah, igualando-as com os mais extremistas elementos islâmicos.

No novo Mundo Árabe que está se conformando com as insurgências populares que se sucedem uma após outra e o islã político agigantando-se dia após dia, esta política "orientalista" não poderá mais se sustentar e, simplesmente, amplia a já gigantesca distância que separa o Oriente do Ocidente. Já é tempo de EUA e Europa escolherem: Erdogan ou Khomeini?



Serbin Argyrovitz

Sucursal do Grande Oriente Médio.



Cortar a Líbia em dois

A uma, de fato, dicotomia evolui a Líbia, considerando a demora das grandes potências - primeiro no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) e, em continuação, na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) - a assumirem a ação apoiando, na prática, os guerrilheiros e a derrubada do regime, decretando zonas de exclusão e armando os insurgentes com armamento moderno, o que permitiu a Muamar Kadafi e seus filhos Saif al Islã e Hamis a reassumirem a iniciativa, desfechando contra-ataque generalizado, reconquistando cidades-chaves a oeste de Trípoli e o porto de Ras Lanuf, a leste, de importância estratégica.

Sob o ponto de vista militar, pode-se dizer que esta evolução era esperada: embora os insurgentes tenham alistado grande número de entusiasmados recrutas, os quais, em poucos dias, conformaram um volumoso, mas desordenado, exército, Kadafi já dispõe de esquadrilhas de caças-bombardeiros Mig, Sukhoi e Mirage, tanques de batalha T-35 e T-62, artilharia pesada, lançadores de mísseis e, naturalmente, alguns milhares de soldados experientes, tanto líbios confiáveis, quanto mercenários estrangeiros.

Assim, vendo que, apesar das bravatas dos empoados Sarkozy e Cameron (o primeiro reconheceu - primeiro e sozinho - os insurgentes de Benghazi como governo legal da Líbia e ainda pediu a realização de incursões aéreas contra a cidade de Trípoli), o Ocidente e, particularmente, os EUA mostraram-se vacilantes a assumir ação, o "Líder Fraterno" da rachada "República de Jamahiryia" recebeu a mensagem e desfechou um ataque em todo o front.



"Kadafi predominará"



Após a conquista do porto de Ras Lanuf e um selvagem bombardeio por terra, mar e ar, as forças de Kadafi detiveram definitivamente o lento e desordenado ataque dos insurgentes a oeste e desmontaram todos os cenários sobre uma iminente "mãe de todas as batalhas" em Sirt, confirmando o controle absoluto da capital Trípoli.

Autoridades dos Serviços Secretos dos EUA, questionadas por membros da Comissão de Defesa do Congresso norte-americano em Washington, declararam que "constataram um equilíbrio após o avanço inicial das forças da insurgência". James Klaper, o "czar dos espiões", que coordena atualmente a ação dos 16 serviços secretos dos EUA, declarou que "o regime de Kadafi predominará por longo prazo".

Quão provável é uma tal eventualidade? É bem provável o mundo assistir a um "congelamento" do conflito e a uma - mesmo provisória - convivência de duas "instituições estatais".

Aliás, todo mundo sabe que a Líbia é um Estado tecnicamente constituído com base nos interesses colonialistas das potências européias. Desde a antiguidade, a geografia separa claramente a Líbia em dois países, a Tripolitânia e a outrora grega Cyrenáica.



SA



ERIC TOUSSAINT

"Pretexto para ataque do capital contra o trabalho"

Dívidas de Estados poderão ser contestadas, rejeitadas e até não pagas

Atenas - Presidente da Comissão para a Anulação das Dívidas do Terceiro Mundo, o belga Eric Toussaint participou da Comissão de Controle da Dívida do Equador e está aqui, em Atenas, para participar do Congresso Internacional para a Dívida, organizado pelo Partido da Esquerda Européia e outras entidades políticas. Apesar de sua curta permanência, atendeu gentilmente ao meu pedido de entrevista.



O problema da dívida, com o qual hoje a Europa bombardeia a Grécia, é realmente tão importante ou é usado mais por motivos ideológicos?

- Realmente, o tema da dívida está sendo utilizado para impor a todos os povos da União Européia, assim como aos EUA, uma série de sacrifícios que constituem golpes contra os direitos sociais. A explosão da dívida pública está utilizada como pretexto pelo grande capital para recrudescer seu ataque contra o trabalho, aumentando assim as dívidas.



Por que o capital escolheu a específica conjuntura, quando a recuperação mundial é ainda muito frágil? Não teme que está "brincando com o fogo"?

- A história ensina que o capital promove consideráveis concessões ao trabalho, quando a correlação de forças assim obriga. Por exemplo, na década de 1930, nos EUA e em vários países europeus, ocorreram consideráveis lutas sociais que obrigaram a concessões. O presidente Roosevelt, que assumiu a presidência dos EUA em 1933, após o crash de 1929, adotou realmente uma política keynesiana com objetivo a melhoria dos salários, dos direitos sindicais, o aumento de progressão da tributação, no sentido de que os rendimentos mais altos fossem obrigados a contribuir mais. Por exemplo lançou um imposto de 80% sobre os rendimentos mais altos.

O mesmo aconteceu com a Frente Popular na França e com os trabalhistas na Grã-Bretanha. E, após a Segunda Guerra Mundial, existiu uma correlação de forças a favor do movimento social e dos trabalhadores que resultou no "acordo" com políticas de nacionalização em países europeus e consideráveis concessões no mundo do trabalho.

Mas devemos conscientizar-nos de que, a partir do fim da década de 1970, passamos, com Reagan e Thatcher, à nova fase deste ataque neoliberal que, infelizmente para o mundo do trabalho, não terminou ainda.

Observa-se que, enquanto em 2008 o capital assustou-se demais - ainda até o Sarkozy havia mencionado a necessidade de "realicerçar o capitalismo" - mas como não existiu movimento forte e coordenado, não foi obrigado a fazer concessões. As concessões não são feitas quando, simplesmente, realizamos comícios nas ruas, mas quando um movimento suficientemente forte obriga.



Quantas possibilidades existem hoje na União Européia para se adotar uma política semelhante àquela de Roosevelt, que o senhor mencionou?

- É necessária uma política coordenada em nível de movimento sindical europeu e da esquerda européia, a fim de reagir de forma única, com claro plano de movimentações e reivindicações que dizem respeito, principalmente, à dívida pública, exigindo seu controle e anulação.

No início desta entrevista disse que a dívida é utilizada como pretexto, mas, seguramente, constitui realmente um problema, para cuja solução existem duas opções: ou resgata-se totalmente a dívida, e, considerando seu volume e as taxas de juros que exigem os mercados de capitais, é algo que significa dez a 15 anos de sacrifícios sociais; esta é a opção da governo de Geórgios Papandreu (primeiro-ministro da Grécia) e de muitos outros governos na Europa e América do Norte.

A segunda opção é os credores, isto é, os grandes bancos privados alemães, franceses, holandeses, britânicos, belgas e luxemburgueses, aos quais países como Grécia, Portugal e Espanha devem mais da metade de sua dívida, perdoarem uma parcela de seus créditos.



Sim, mas é aqui está o problema: como obrigar os bancos a aceitarem algo assim?

- Interrompendo o pagamento da dívida, realizando um levantamento da dívida, a fim de se definir a parcela ilegal da dívida que resultará, também, na sua anulação, por intermédio de ações legais que um Estado livre e autônomo pode tomar. Se um Estado mostrar à comunidade internacional que uma parcela de suas dívidas cujo resgate os bancos lhe exigem é ilegal, poderá não reconhecê-las e anulá-las. Para se criar a necessária correlação de forças, a fim de obrigar os credores a aceitarem algo assim, deverá ser cancelado o pagamento. E para que alguém tenha argumentação forte, deve realizar um controle.



Já foi feito isso em algum país?

- O caso mais interessante é aquele do Equador, país de 13 milhões de habitantes. De 2007 até 2009, quando suspendeu o pagamento de parcela de sua dívida, alegando que, com base aos resultados da Comissão de Controle da Dívida, a dívida era ilegal e não poderia ser paga. Assim, o governo equatoriano decretou o unilateral cancelamento do pagamento da dívida e disse aos seus credores que estava disposto a comprar os títulos da dívida do Equador que se encontravam em poder deles, pagando 35% de seu valor nominal.

Em outras palavras, o Equador decretou uma redução de 65% no valor dos títulos e economizou no total US$ 7 bilhões que, para um país como o Equador, é um volume de recursos considerável.



Mas agora o Equador está fora dos mercados...

- Isto não vigora totalmente. O cancelamento do pagamento da dívida referia-se a títulos que haviam sido comprados de banqueiros norte-americanos. Obviamente, a partir do momento em que ocorre a suspensão do pagamento da dívida, durante algum tempo não pode contrair empréstimos, mas por este motivo que é decretada suspensão de pagamento da dívida.

Contudo, é preciso explicar o seguinte: por que a Grécia contrai empréstimos hoje? Contrai dos mercados de capitais para resgatar sua dívida, para pagar seus credores, os banqueiros, não para construir escolas, hospitais, obras de infra-estrutura ou criar ocupação. E estes mesmos banqueiros que lhe concedem empréstimos exigem taxas de juros superiores às taxas pagas no passado. Quando um país suspende o resgate de sua dívida, economiza os recursos que usaria para o pagamento da dívida. Assim, por um tempo, não tem mais necessidade de contrair novas dívidas.



Quais são as margens de ação para um governo como da Grécia, país membro da União Européia e integrante da Zona do Euro, negociar uma solução assim?

- São as margens de ação de um Estado livre e autônomo. Qualquer país membro da União Européia e da Zona do Euro, como a Grécia, pode agir com autonomia, principalmente, em temas de dívida. Obviamente é preciso querer, é preciso vontade política.



Vontade política...

- Absolutamente. Diferentemente, vocês gregos obedecerão, de cabeça baixa, às determinações da Comissão Européia (órgão executivo da União Européia) e todos já sabem quem impõe seus pontos de vista à Comissão Européia: principalmente, Alemanha e França, cujos governos pedem para a Comissão Européia formular um suposto programa de salvação da Grécia, com o objetivo de seus banqueiros serem pagos.

O objetivo da Comissão Européia, do Banco Central Europeu e do Fundo Monetário Internacional (FMI) é garantir que a Grécia pagará os banqueiros alemães e franceses, e nada tem a ver com ajuda ao país. Assim, a rejeição das propostas da Comissão Européia não significa obrigatoriamente abandonar a Zonma do Euro e sair da União Européia, mas criar um precedente em seu interior, obrigando-a a mudar de posição.




Petros Panayotídis

Sucursal dos Bálcãs.

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Mensagem por Vitor mango Sáb Mar 19, 2011 12:47 am

bem isto veio por intermedio da google via meu e mail e devia estar em assuntos tematicos ...só que com a pressa de meter o paleio encaixei isto no umbigo da pekina que se rebola por ai ao lado
amen

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