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Subject: Islândia. O povo é quem mais ordena. E já tirou o país da recessão....

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Mensagem por Vitor mango Dom Abr 10, 2011 12:32 am


From: Pedro Bargão
Subject: Islândia. O povo é quem mais ordena. E já tirou o país da recessão....
To:
Date: Saturday, April 9, 2011, 4:34 PM



Porque silenciam a ISLÂNDIA? Afinal há outros caminhos, não é só o FMI.

Sócrates foi dizer à Sra. Merkel - a chanceler do Euro - que já tínhamos tapado os buracos das fraudes e que, se fosse preciso, nos punha a pão e água para pagar os juros ao valor que ela quisesse.

Por isso, acho que era altura de falar na Islândia, na forma como este país deu a volta à bancarrota, e porque não interessa a certa gente que se fale dele)
Não é impunemente que não se fala da Islândia (o primeiro país a ir à bancarrota com a crise financeira) e na forma como este pequeno país perdido no meio do mar, deu a volta à crise.

Ao poder económico mundial, e especialmente o Europeu, tão proteccionista do sector bancário, não interessa dar notícias de quem lhes bateu o pé e não alinhou nas imposições usurárias que o FMI lhe impôs para a ajudar.
Em 2007 a Islândia entrou na bancarrota por causa do seu endividamento excessivo e pela falência do seu maior Banco que, como todos os outros, se afogou num oceano de crédito mal parado. Exactamente os mesmo motivos que tombaram com a Grécia, a Irlanda e Portugal.

A Islândia é uma ilha isolada com cerca de 320 mil habitantes, e que durante muitos anos viveu acima das suas possibilidades graças a estas "macaquices" bancárias, e que a guindaram falaciosamente ao 13º no ranking dos países com melhor nível de vida (numa altura em que Portugal detinha o 40º lugar).
País novo, ainda não integrado na UE, independente desde 1944, foi desde então governado pelo Partido Progressista (PP), que se perpetuou no Poder até levar o país à miséria.

Aflito pelas consequências da corrupção com que durante muitos anos conviveu, o PP tratou de correr ao FMI em busca de ajuda. Claro que a usura deste organismo não teve comiseração, e a tal "ajuda" ir-se-ia traduzir em empréstimos a juros elevadíssimos (começariam nos 5,5% e daí para cima), que, feitas as contas por alto, se traduziam num empenhamento das famílias islandesas por 30 anos, durante os quais teriam de pagar uma média de 350 Euros / mês ao FMI. Parte desta ajuda seria para "tapar" o buraco do principal Banco islandês.

Perante tal situação, o país mexeu-se, apareceram movimentos cívicos despojados dos velhos políticos corruptos, com uma ideia base muito simples: os custos das falências bancárias não poderiam ser pagos pelos cidadãos, mas sim pelos accionistas dos Bancos e seus credores. E todos aqueles que assumiram investimentos financeiros de risco, deviam agora aguentar com os seus pr óprios prejuízos.
O descontentamento foi tal que o Governo foi obrigado a efectuar um referendo, tendo os islandeses, com uma maioria de 93%, recusado a assumir os custos da má gestão bancária e a pactuar com as imposições avaras do FMI.

Num instante, os movimentos cívicos forçaram a queda do Governo e a realização de novas eleições.
Foi assim que em 25 de Abril (esta data tem mística) de 2009, a Islândia foi a eleições e recusou votar em partidos que albergassem a velha, caduca e corrupta classe política que os tinha levado àquele estado de penúria. Um partido renovado (Aliança Social Democrata) ganhou as eleições, e conjuntamente com o Movimento Verde de Esquerda, formaram uma coligação que lhes garantiu 34 dos 63 deputados da Assembleia). O partido do poder (PP) perdeu em toda a linha.

Daqui saiu um Governo totalmente renovado, com um programa muito objectivo: aprovar uma nova Constituição, acabar com a economia especulativa em favor de outra produtiva e exportadora, e tratar de ingressar na UE e no Euro logo que o país estivesse em condições de o fazer, pois numa fase daquelas, ter moeda pr ópria (coroa finlandesa) e ter o poder de a desvalorizar para implementar as exportações, era fundamental.

Foi assim que se iniciaram as reformas de fundo no país, com o inevitável aumento de impostos, amparado por uma reforma fiscal severa. Os cortes na despesa foram inevitáveis, mas houve o cuidado de não "estragar" os serviços públicos tendo-se o cuidado de separar o que o era de facto, de outro tipo de serviços que haviam sido criados ao longo dos anos apenas para serem amamentados pelo Estado.

As negociações com o FMI foram duras, mas os islandeses não cederam, e conseguiram os tais empréstimos que necessitavam a um juro máximo de 3,3% a pagar nos tais 30 anos. O FMI não tugiu nem mugiu. Sabia que teria de ser assim, ou então a Islândia seguiria sozinha e, atendendo às suas características, poderia transformar-se num exemplo mundial de como sair da crise sem estender a mão à Banca internacional. Um exemplo perigoso demais.
Graças a esta política de não pactuar com os interesses descabidos do neo-liberalismo instalado na Banca, e de não pactuar com o formato do actual capitalismo (estado de selvajaria pura) a Islândia conseguiu, aliada a uma política interna onde os islandeses faziam sacrifícios, mas sabiam porque os faziam e onde ia parar o dinheiro dos seus sacrifícios, sair da recessão já no 3º Trimestre de 2010.

O Governo islandês (comandado por uma senhora de 66 anos) prossegue a sua caminhada, tendo conseguido sair da bancarrota e preparando-se para dias melhores. Os cidadãos estão com o Governo porque este não lhes mentiu, cumpriu com o que o referendo dos 93% lhe tinha ordenado, e os islandeses hoje sabem que não estão a sustentar os corruptos banqueiros do seu país nem a cobrir as fraudes com que durante anos acumularam fortunas monstruosas. Sabem também que deram uma lição à máfia bancária europeia e mundial, pagando-lhes o juro justo pelo que pediram, e não alinhando em especulações. Sabem ainda que o Governo está a trabalhar para eles, cidadãos, e aquilo que é sector público necessário à manutenção de uma assistência e segurança social básica, não foi tocado.

Os islandeses sabem para onde vai cada cêntimo dos seus impostos.
Não tardarão meia dúzia de anos, que a Islândia retome o seu lugar nos países mais desenvolvidos do mundo.
O actual Governo Islandês, não faz jogadas nas costas dos seus cidadãos. Está a cumprir, de A a Z, com as promessas que fez.

Se isto servir para esclarecer uma única pessoa que seja deste pobre país aqui plantado no fundo da Europa, que por cá anda sem eira nem beira ao sabor dos acordos milionários que os seus governantes acertam com o capital internacional, e onde os seus cidadãos passam fome para que as contas dos corruptos se encham até abarrotar, já posso dar por bem empregue o tempo que levei a escrever este artigo.

Por Francisco Gouveia, Eng.º

http://www.dodouro.com/noticia.asp?idEdicao=349&id=23501&idSeccao=3973&Action=noticia
Francisco Gouveia nasceu no Porto em 1953, tendo passado parte da infância em Tabuaço, Alto Douro. Licenciado em Engenharia Civil pela Universidade do Porto, é especializado em Administração Pública e Ordenamento do Território.

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Mensagem por Vitor mango Dom Abr 10, 2011 12:51 am

Referendo está a decorrer
Islandeses ameaçam dizer "não" aos credores pela segunda vez

09.04.2011 - 14:47 Por Clara Barata


Esqueçam as manifestações violentas nas ruas de Atenas, a nuvem negra que cobria o rosto do ex-primeiro-ministro irlandês ao anunciar que o seu país se rendia a pedir a ajuda para a qual as agências financeiras o estavam a impelir. Podemos até pôr de parte, por momentos, a nossa Geração à Rasca. A revolta, na Europa, vem de uma ilha perto do Árctico, a Islândia, que se prepara, provavelmente, para rejeitar hoje pela segunda vez um acordo para reembolsar o Reino Unido e a Holanda do dinheiro que pagaram aos seus cidadãos que investiram na conta Icesave.

Campanha pelo não, no referendo de 2010 Campanha pelo não, no referendo de 2010 (Bob Strong/REUTERS)

Uma sondagem publicada quinta-feira pela Capacent Gallup dava o "não" com 52 por cento, e outra pelo jornal "Frettabladid" com 54,8, diz a agência Bloomberg. A 6 de Abril, o canal 2 da televisão islandesa apontava para um resultado de 56,8 para o "não". Nenhuma destas sondagens apresentava as margens de erro.

Muitos islandeses estão zangados por terem de ser os contribuintes a pagar pelo comportamento irresponsável dos bancos. "Na semana passada, tinha-me decidido a votar no "sim", mas agora vou votar "não"", disse à Reuters Bragi Baldvinsson, um engenheiro de aeronaves de 42 anos.

Do que se fala é do caso da conta de poupança online Icesave, comercializada agressivamente no Reino Unido e na Holanda pelo banco Landsbanki - que foi o segundo maior da Islândia -, prometendo juros acima de seis por cento. Cerca de 400 mil investidores depositaram lá o seu dinheiro e, em 2008, quando os três maiores bancos islandeses faliram, não conseguiram reavê-lo.

O sector financeiro islandês cresceu como uma bola de sabão, expandindo-se para o estrangeiro, durante o boom do crédito: chegou a ser 11 vezes maior do que a economia do país, adianta a Reuters. Estes bancos eram demasiado grandes para serem salvos pelo Estado - a Islândia distingue-se por ter sido o país que deixou os seus bancos falir. Apenas conseguiu garantir os depósitos nacionais, quando o país se transformou no primeiro da Europa Ocidental a ter de pedir ajuda ao Fundo Monetário Internacional na actual crise.

Os depósitos de estrangeiros foram reembolsados pelos respectivos governos - 3,9 mil milhões de euros -, que agora os querem cobrar a Reiquejavique. O acordo que poderá ser rejeitado permite escalonar o pagamento da dívida até 2045, com uma taxa de juro de 3,3 por cento ao Reino Unido e de três por cento no caso da Holanda. Uma parte será paga com a venda dos activos do Landsbanki, mas não se sabe ainda quanto será - embora os partidários do "não" defendam que deveria chegar para o reembolso.

Governos e mercados

Os partidários do "não", que têm como principal porta-voz o siteadvice.is, citam editoriais e comentadores do "Wall Street Journal" e do "Financial Times" para justificar a sua posição. Um exemplo do jornal britânico, de Dezembro de 2010: "A Holanda e o Reino Unido vão manter reféns os contribuintes islandeses até recuperarem o seus custos. (...) Neste caso, a necessidade de garantias não tem grande sustentação legal e muito menos em termos de justiça: estes governos nunca honrariam a exigência de pagamentos equivalentes a um terço da sua produção económica anual se um dos seus bancos falisse".

Defende-se que os seguros de depósito seguidos pela banca islandesa seguiam a legislação da União Europeia antes do colapso do sistema financeiro - que não exige uma garantia soberana (assegurada pelo Governo). Portanto, a exigência da Holanda e do Reino Unido de compensação pela despesa que tiveram com os seus cidadãos que investiram na Icesave não tem "mérito legal na lei islandesa ou europeia".

O clima na Islândia tornou-se agreste para banqueiros. Há um ano, um outro acordo, ainda menos favorável, tinha sido rejeitado com uma esmagadora maioria (93 por cento): previa uma taxa de juro de 5,5 por cento e o pagamento em 15 anos. Em 2010, tal como em 2011, o acordo foi enviado para referendo pelo Presidente da República, Ólafujr Ragnar Grímsson.

Ólafujr (os islandeses tratam-se pelo primeiro nome) cumpriu o que diz a Constituição, porque houve uma petição que mobilizou mais de 20 mil pessoas em Fevereiro, quando a lei foi aprovada pelo Parlamento, para que houvesse um referendo (tal como aconteceu em 2010).


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