Sócrates: “Quem ganha as eleições é que vai para o Governo”

Debate com Jerónimo de Sousa
Sócrates: “Quem ganha as eleições é que vai para o Governo”

16.05.2011 - 22:24 Por Maria José Oliveira


José Sócrates defendeu esta noite que o partido que vencer as eleições deve ser chamado para formar Governo. Foi esta a forma como respondeu à possibilidade de o PSD e o CDS recusarem entrar numa coligação governamental com um PS liderado por ele.

Sócrates diz manter a disponibilidade para dialogar com os partidos Sócrates diz manter a disponibilidade para dialogar com os partidos (Nuno Ferreira Santos (arquivo))

Foi já no final do frente-a-frente entre Jerónimo de Sousa, secretário-geral do PCP, e José Sócrates, primeiro-ministro demissionário, transmitido esta noite na SIC, que o socialista afirmou: “Quem ganha as eleições é que vai para o Governo.” A jornalista Clara de Sousa acabara de lhe perguntar sobre a hipótese de, perante um resultado eleitoral sem um vencedor maioritário, o PSD e o CDS rejeitaram formar Governo com o PS liderado por Sócrates. O secretário-geral dos socialistas não respondeu, mas acabou por dizer, quase em jeito de aviso para o Presidente da República, que deve caber ao partido que ganhar as eleições de 5 de Junho a formação do futuro Governo.

A resposta de Sócrates prefaciou o chamado “minuto final”, atribuído a cada um dos candidatos. O socialista notou então que o “clima político” actual é “propenso ao diálogo e à concertação”, salientando que “este é o momento para todos os líderes político manifestarem essa disponibilidade”. “Manifesto a minha disponibilidade para dialogar com outras forças políticas”, disse.

Durante o debate, o líder do PCP acusou Sócrates de ter uma “estranha forma de defender o Estado Social”, exemplificando com o Complemento Solidário para Idosos (CSI), que, com a aplicação das medidas impostas pela “troika”, “é dado com uma mão e tirado com a outra”.

Jerónimo criticou ainda o congelamento das pensões, notando que as mesmas “vão valer menos ao fim do mês” devido ao “aumento do custo de vida, às taxas moderadoras, e ao IRS”.

Sobre a reestruturação da dívida, Jerónimo contestou a acusação de que Portugal entraria na “lista negra” dos países que não pagam, como apontou Sócrates, e afirmou que “o problema não é dizer não pagamos, o problema é dizer, qualquer dia, que não poderemos pagar”. E questionou o socialista: “Quer fazer acreditar que com a recessão, com o aumento do desemprego e com menos produção de riqueza, o país será capaz de cumprir” as metas impostas pelas instituições internacionais?

http://publico.pt/1494460


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