Sócrates sai de cena. "Não pretendo ocupar qualquer cargo político"
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Sócrates sai de cena. "Não pretendo ocupar qualquer cargo político"
Sócrates sai de cena. "Não pretendo ocupar qualquer cargo político"
por Luís Claro, Publicado em 06 de Junho de 2011 | Actualizado há 6 horas
Derrota foi pesada para Sócrates, que encerra agora o seu ciclo à frente do PS. Nos próximos tempos garante que fica afastado da política
Seis anos, dois meses e 24 dias depois de ter chegado a primeiro-ministro, José Sócrates demitiu-se, depois de uma pesada derrota nas urnas. Na hora da despedida, o líder socialista deixou claro que era necessário encontrar, o mais depressa possível, uma nova liderança para o PS, e garantiu que não tenciona ocupar cargos políticos nos próximos tempos. Nem mesmo o lugar de deputado para o qual foi eleito.
"Não me escondo. É chegado o momento de abrir um novo ciclo", disse Sócrates, provocando de imediato uma reacção de rejeição à sua demissão na sala do hotel Altis repleta de socialistas. "Não, não, não", gritaram alguns militantes assim que o líder do PS deu a entender que se iria demitir. "Não tornem este momento mais difícil do que já é", respondeu o ainda secretário-geral do PS, garantindo que irá regressar com "orgulho à honrosa posição de militante de base".
"Não pretendo ocupar qualquer cargo político nos tempos mais próximos", continuou o líder do PS, que pretende com esta decisão não condicionar a próxima liderança. Apesar disso, Sócrates traçou algumas linhas para o futuro do partido, como ir para a oposição e, a partir daí, construir "uma alternativa forte para voltar a ganhar".
O PS vai agora - anunciou o líder socialista - realizar um congresso extraordinário, que será marcado em conselho nacional. Na sua intervenção, Sócrates desejou que este processo decorra "tão depressa quanto possível" e apelou a que os próximos tempos sejam de diálogo e de compromissos. "Nunca o país precisou tanto de diálogo e isso não muda com os resultados destas eleições", disse.
José Sócrates assumiu alguns erros - todas as lideranças os cometem, disse - mas, mais uma vez, apresentou-se como um homem de acção: "Ocorrem-me algumas coisas que poderia ter feito melhor, mas não cometi o erro de fugir ou de virar a cara às dificuldades."
No discurso de derrota, Sócrates começou por dar os parabéns a Pedro Passos Coelho - revelando que já tinha telefonado ao líder do PSD - e desejou-lhe que "as coisas corram bem". "Desejo-lhe o que desejaria para mim próprio", disse o líder do PS, que quase sempre teve uma relação conflituosa com o presidente dos social-democratas, agravada nos últimos tempos, depois do chumbo do PEC IV que ditou a queda do executivo.
Quando Sócrates entrou na sala para a declaração de derrota ouviu-se um estrondo na sala. Com a confusão que rodeava o secretário-geral do PS uma das portas do hotel rebentou com a pressão e houve mesmo dois jornalistas com ferimentos ligeiros.
DERROTA RÁPIDA Dez minutos depois das oito, hora a que as projecções das três televisões, anunciaram a vitória do PSD e o PS com menos de 30% dos votos, Vieira da Silva, director de campanha, assumiu logo a derrota e deixou claro que o destino do partido era a oposição. "Caberá à nova maioria a responsabilidade de governar o país. O PS irá agora para a oposição", esclareceu este dirigente socialista, garantindo que "o PS saberá retirar ilações" do resultado eleitoral.
A sala animou-se por uns segundos quando Vieira da Silva disse que "o PS continuará a ser um grande partido nacional" e os militantes voltaram a aplaudi--lo quando o socialista recusou responder à pergunta da noite: "Sócrates vai demitir-se?" Seria o próprio a confirmar, uma hora depois, que iria deixar a liderança do partido.
José Sócrates chegou ao hotel Altis às 18h45, quando os socialistas já tinham indicações de que o PS iria ser derrotado nas urnas, sem fazer qualquer declaração. Logo a seguir chegou Pedro Silva Pereira - o homem de confiança do líder socialista - que subiu também para o último andar do hotel sem nada dizer aos jornalistas.
Durante a tarde alguns socialistas foram fazendo declarações. Almeida Santos, presidente do PS, admitiu que "não há derrotas honrosas" e Manuel Alegre - que ainda há quatro meses atrás saiu derrotado nas Presidenciais, onde foi apoiado pelo PS - reafirmou que "vergonha não é perder, é não ir à luta".
A derrota, que só seria confirmada às oito horas da noite pelas televisões, já era admitida por quase todos, mas a essa hora eurodeputada, Edite Estrela, ainda acreditava: "Já houve muitas vezes em que as sondagens não acertaram."
Desta vez não se enganaram e Ana Gomes, uma das poucas socialistas que estava na sala dos jornalistas, foi especialmente solicitada para dar entrevistas às televisões nacionais e estrangeiras. À chegada ao Altis, a dirigente socialista - que ao longo dos anos muito criticou a liderança de Sócrates - deixava um recado: "Todos os socialistas saberão retirar consequências quer da derrota, quer da vitória." Por altura destas declarações de Ana Gomes, já a derrota socialista era esperada, mas ainda havia dúvidas sobre a sua dimensão. As piores previsões confirmaram-se uma horas depois, com o PS com menos de 30%.
Era visível o desconforto dos socialistas com o resultado eleitoral. E o descontentamento foi sendo mais visível a cada pergunta dos jornalistas. Sempre que uma questão não agradava, os militantes apuparam em alto e bom som. A pergunta mais assobiada foi quando uma jornalista questionou Sócrates sobre se receia que esta derrota possa acelerar os processos judiciais em que está envolvido. Sócrates disse não perceber a questão e afirmou apenas que respeitará a separação de poderes (político e judicial).
por Luís Claro, Publicado em 06 de Junho de 2011 | Actualizado há 6 horas
Derrota foi pesada para Sócrates, que encerra agora o seu ciclo à frente do PS. Nos próximos tempos garante que fica afastado da política
Seis anos, dois meses e 24 dias depois de ter chegado a primeiro-ministro, José Sócrates demitiu-se, depois de uma pesada derrota nas urnas. Na hora da despedida, o líder socialista deixou claro que era necessário encontrar, o mais depressa possível, uma nova liderança para o PS, e garantiu que não tenciona ocupar cargos políticos nos próximos tempos. Nem mesmo o lugar de deputado para o qual foi eleito.
"Não me escondo. É chegado o momento de abrir um novo ciclo", disse Sócrates, provocando de imediato uma reacção de rejeição à sua demissão na sala do hotel Altis repleta de socialistas. "Não, não, não", gritaram alguns militantes assim que o líder do PS deu a entender que se iria demitir. "Não tornem este momento mais difícil do que já é", respondeu o ainda secretário-geral do PS, garantindo que irá regressar com "orgulho à honrosa posição de militante de base".
"Não pretendo ocupar qualquer cargo político nos tempos mais próximos", continuou o líder do PS, que pretende com esta decisão não condicionar a próxima liderança. Apesar disso, Sócrates traçou algumas linhas para o futuro do partido, como ir para a oposição e, a partir daí, construir "uma alternativa forte para voltar a ganhar".
O PS vai agora - anunciou o líder socialista - realizar um congresso extraordinário, que será marcado em conselho nacional. Na sua intervenção, Sócrates desejou que este processo decorra "tão depressa quanto possível" e apelou a que os próximos tempos sejam de diálogo e de compromissos. "Nunca o país precisou tanto de diálogo e isso não muda com os resultados destas eleições", disse.
José Sócrates assumiu alguns erros - todas as lideranças os cometem, disse - mas, mais uma vez, apresentou-se como um homem de acção: "Ocorrem-me algumas coisas que poderia ter feito melhor, mas não cometi o erro de fugir ou de virar a cara às dificuldades."
No discurso de derrota, Sócrates começou por dar os parabéns a Pedro Passos Coelho - revelando que já tinha telefonado ao líder do PSD - e desejou-lhe que "as coisas corram bem". "Desejo-lhe o que desejaria para mim próprio", disse o líder do PS, que quase sempre teve uma relação conflituosa com o presidente dos social-democratas, agravada nos últimos tempos, depois do chumbo do PEC IV que ditou a queda do executivo.
Quando Sócrates entrou na sala para a declaração de derrota ouviu-se um estrondo na sala. Com a confusão que rodeava o secretário-geral do PS uma das portas do hotel rebentou com a pressão e houve mesmo dois jornalistas com ferimentos ligeiros.
DERROTA RÁPIDA Dez minutos depois das oito, hora a que as projecções das três televisões, anunciaram a vitória do PSD e o PS com menos de 30% dos votos, Vieira da Silva, director de campanha, assumiu logo a derrota e deixou claro que o destino do partido era a oposição. "Caberá à nova maioria a responsabilidade de governar o país. O PS irá agora para a oposição", esclareceu este dirigente socialista, garantindo que "o PS saberá retirar ilações" do resultado eleitoral.
A sala animou-se por uns segundos quando Vieira da Silva disse que "o PS continuará a ser um grande partido nacional" e os militantes voltaram a aplaudi--lo quando o socialista recusou responder à pergunta da noite: "Sócrates vai demitir-se?" Seria o próprio a confirmar, uma hora depois, que iria deixar a liderança do partido.
José Sócrates chegou ao hotel Altis às 18h45, quando os socialistas já tinham indicações de que o PS iria ser derrotado nas urnas, sem fazer qualquer declaração. Logo a seguir chegou Pedro Silva Pereira - o homem de confiança do líder socialista - que subiu também para o último andar do hotel sem nada dizer aos jornalistas.
Durante a tarde alguns socialistas foram fazendo declarações. Almeida Santos, presidente do PS, admitiu que "não há derrotas honrosas" e Manuel Alegre - que ainda há quatro meses atrás saiu derrotado nas Presidenciais, onde foi apoiado pelo PS - reafirmou que "vergonha não é perder, é não ir à luta".
A derrota, que só seria confirmada às oito horas da noite pelas televisões, já era admitida por quase todos, mas a essa hora eurodeputada, Edite Estrela, ainda acreditava: "Já houve muitas vezes em que as sondagens não acertaram."
Desta vez não se enganaram e Ana Gomes, uma das poucas socialistas que estava na sala dos jornalistas, foi especialmente solicitada para dar entrevistas às televisões nacionais e estrangeiras. À chegada ao Altis, a dirigente socialista - que ao longo dos anos muito criticou a liderança de Sócrates - deixava um recado: "Todos os socialistas saberão retirar consequências quer da derrota, quer da vitória." Por altura destas declarações de Ana Gomes, já a derrota socialista era esperada, mas ainda havia dúvidas sobre a sua dimensão. As piores previsões confirmaram-se uma horas depois, com o PS com menos de 30%.
Era visível o desconforto dos socialistas com o resultado eleitoral. E o descontentamento foi sendo mais visível a cada pergunta dos jornalistas. Sempre que uma questão não agradava, os militantes apuparam em alto e bom som. A pergunta mais assobiada foi quando uma jornalista questionou Sócrates sobre se receia que esta derrota possa acelerar os processos judiciais em que está envolvido. Sócrates disse não perceber a questão e afirmou apenas que respeitará a separação de poderes (político e judicial).
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