Parafraseando Cavaco, duas pessoas sérias com a mesma informação não têm de concordar
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Parafraseando Cavaco, duas pessoas sérias com a mesma informação não têm de concordar
Parafraseando Cavaco, duas pessoas sérias com a mesma informação não têm de concordar
• Pedro Adão e Silva, Um pouco mais de política [ontem no Expresso]:
‘Em novembro de 2010, Cavaco Silva afirmava que “não valia a pena recriminar as agências de rating”. Entretanto, o mundo mudou, e as mesmas agências tornaram-se uma “ameaça”. Quando confrontado com a gritante contradição entre as sua declarações, o Presidente da República recomendou “àqueles que sofrem de ignorância na análise, um pouco mais de estudo”.
Foi o que procurei fazer e comecei pelos discursos do Presidente. Focando-me apenas neste mandato, optei por ler as intervenções mais relevantes, procurando apurar o que Cavaco Silva pensa sobre a Europa e a crise das dívidas soberanas - também com a expectativa de encontrar alguma reflexão sobre agências de rating. Para minha perplexidade, nos sete discursos de natureza eminentemente política feitas pelo Presidente, a crise internacional e o modo como esta desafia o projecto de integração e a zona euro é um tema entre o ausente e o marginal.
(…)
Esta mudança [necessidade de uma resposta europeia à crise da dívida soberana] exige, contudo, que o Presidente da República abandone o registo de mestre-escola que adopta sempre que se sente acossado. É no mínimo estranho que o político profissional no ativo há mais tempo, olhe invariavelmente para a divergência política como uma impossibilidade e reduza toda a conflitualidade a uma questão de mais ou menos ‘estudo’. A crise europeia com as suas ramificações nacionais é um assunto político, a necessitar de respostas políticas. E na política, parafraseando Cavaco Silva, duas pessoas sérias com a mesma informação não têm de concordar. Bem pelo contrário.’
Publicado por Miguel Abrantes
• Pedro Adão e Silva, Um pouco mais de política [ontem no Expresso]:
‘Em novembro de 2010, Cavaco Silva afirmava que “não valia a pena recriminar as agências de rating”. Entretanto, o mundo mudou, e as mesmas agências tornaram-se uma “ameaça”. Quando confrontado com a gritante contradição entre as sua declarações, o Presidente da República recomendou “àqueles que sofrem de ignorância na análise, um pouco mais de estudo”.
Foi o que procurei fazer e comecei pelos discursos do Presidente. Focando-me apenas neste mandato, optei por ler as intervenções mais relevantes, procurando apurar o que Cavaco Silva pensa sobre a Europa e a crise das dívidas soberanas - também com a expectativa de encontrar alguma reflexão sobre agências de rating. Para minha perplexidade, nos sete discursos de natureza eminentemente política feitas pelo Presidente, a crise internacional e o modo como esta desafia o projecto de integração e a zona euro é um tema entre o ausente e o marginal.
(…)
Esta mudança [necessidade de uma resposta europeia à crise da dívida soberana] exige, contudo, que o Presidente da República abandone o registo de mestre-escola que adopta sempre que se sente acossado. É no mínimo estranho que o político profissional no ativo há mais tempo, olhe invariavelmente para a divergência política como uma impossibilidade e reduza toda a conflitualidade a uma questão de mais ou menos ‘estudo’. A crise europeia com as suas ramificações nacionais é um assunto político, a necessitar de respostas políticas. E na política, parafraseando Cavaco Silva, duas pessoas sérias com a mesma informação não têm de concordar. Bem pelo contrário.’
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