Há vidas atrás dos balcões do Cais
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Há vidas atrás dos balcões do Cais
Há vidas atrás dos balcões do Cais
por SÓNIA SIMÕESHoje
Era
atracção de marinheiros desembarcados à procura de mulheres e muita
folia, mas os desembarques acabaram e o Cais do Sodré, em Lisboa, mudou e
continua em transformação. Histórias de quem serviu copos antes e
depois.
A idade ainda não lhe
toldara o corpo e a cara de menina despertara cobiça ao marinheiro
filipino. Era noite e o bar no Cais do Sodré repleto de homens
desembarcados em Lisboa à procura de folia. Houve paixão, casamento e,
em três meses, uma vida nova. Ela mudou-se com ele para as Filipinas e
correu a Ásia, palavra mais pequena para resumir os destinos passados. A
história de amor chegou ao fim, já lá vão 40 anos, e foi rebuscada com
insistência das memórias de Amélia, uma das mais antigas empregadas do
bar Viking, num Cais do Sodré hoje completamente transformado.
Aos
55 anos, 18 atrás daquele balcão, a história de Amélia, uma mulher de
cabelo longo e tão negro como os óculos de massa que usa, só é conhecida
dos mais antigos. Preserva-a e não a partilha a quem entra no bar que
hoje atrai clientela mais jovem, à procura de dançar ao som das batidas
dos anos 80 e 90. Ainda não é meia-noite e o DJ não aqueceu. Limita-se a
passar de rajada Amy Winehouse e recusa-se contar qual o segredo que
transformou aquele bar de ponto de encontro de homens solitários e
mulheres da vida no prolongamento da noite terminada do Bairro Alto.
"É tudo muito diferente. Antes isto era um bar, hoje é a guerra do Iraque", brinca
Amélia. A guerra dos mais jovens "sem dinheiro" que "dançam a noite
inteira" veio pôr fim às noites tranquilas dos clientes mais velhos que
procuravam companhia "e pagavam copos". A mudança implicou um salário
com menos comissões e mais trabalho. "Mas eu também gosto dos miúdos." O
fim da história de amor com o marinheiro filipino empurrou-a novamente
para os bares do Cais do Sodré há 18 anos. Sem filhos e sem dinheiro,
foi obrigada a trabalhar. Depressa conseguiu entrada para um apartamento
na Margem Sul. "Vou e venho todos os dias. Apanho o primeiro comboio da
manhã."
Do lado de cá do balcão, a mulher de cabelo curto e
franja cuidadosamente esticada é a primeira cara que se vê quando se
passa a porta ao lado do grande Viking estampado na parede. Chama-se
Madalena Pinto, tem 54 anos, e só há quatro conheceu o Cais do Sodré.
Acabara de ficar desempregada do Bingo da Amadora e o anúncio no jornal
abria-lhe uma nova porta. "É um trabalho como os outros", diz.
Na
sala escura onde o jogo de luzes reflecte nas paredes espelhadas há, ao
fundo, um varão para a atracção da noite: o espectáculo de striptease.
Fabiana, 29 anos, foi a stripper de serviço durante meses, com dois
espectáculos de "culto" à uma e às três da manhã. Despediu-se na semana
passada, com a casa cheia. "O cliente gosta da mudança. Agora vou para o
Menagem mas não vou dançar." O Menage, do mesmo dono, é o único bar da
Rua Nova do Carvalho dedicado exclusivamente a espectáculos de strip.
"Vou alternar", conta Fabiana, enqua
por SÓNIA SIMÕESHoje
Era
atracção de marinheiros desembarcados à procura de mulheres e muita
folia, mas os desembarques acabaram e o Cais do Sodré, em Lisboa, mudou e
continua em transformação. Histórias de quem serviu copos antes e
depois.
A idade ainda não lhe
toldara o corpo e a cara de menina despertara cobiça ao marinheiro
filipino. Era noite e o bar no Cais do Sodré repleto de homens
desembarcados em Lisboa à procura de folia. Houve paixão, casamento e,
em três meses, uma vida nova. Ela mudou-se com ele para as Filipinas e
correu a Ásia, palavra mais pequena para resumir os destinos passados. A
história de amor chegou ao fim, já lá vão 40 anos, e foi rebuscada com
insistência das memórias de Amélia, uma das mais antigas empregadas do
bar Viking, num Cais do Sodré hoje completamente transformado.
Aos
55 anos, 18 atrás daquele balcão, a história de Amélia, uma mulher de
cabelo longo e tão negro como os óculos de massa que usa, só é conhecida
dos mais antigos. Preserva-a e não a partilha a quem entra no bar que
hoje atrai clientela mais jovem, à procura de dançar ao som das batidas
dos anos 80 e 90. Ainda não é meia-noite e o DJ não aqueceu. Limita-se a
passar de rajada Amy Winehouse e recusa-se contar qual o segredo que
transformou aquele bar de ponto de encontro de homens solitários e
mulheres da vida no prolongamento da noite terminada do Bairro Alto.
"É tudo muito diferente. Antes isto era um bar, hoje é a guerra do Iraque", brinca
Amélia. A guerra dos mais jovens "sem dinheiro" que "dançam a noite
inteira" veio pôr fim às noites tranquilas dos clientes mais velhos que
procuravam companhia "e pagavam copos". A mudança implicou um salário
com menos comissões e mais trabalho. "Mas eu também gosto dos miúdos." O
fim da história de amor com o marinheiro filipino empurrou-a novamente
para os bares do Cais do Sodré há 18 anos. Sem filhos e sem dinheiro,
foi obrigada a trabalhar. Depressa conseguiu entrada para um apartamento
na Margem Sul. "Vou e venho todos os dias. Apanho o primeiro comboio da
manhã."
Do lado de cá do balcão, a mulher de cabelo curto e
franja cuidadosamente esticada é a primeira cara que se vê quando se
passa a porta ao lado do grande Viking estampado na parede. Chama-se
Madalena Pinto, tem 54 anos, e só há quatro conheceu o Cais do Sodré.
Acabara de ficar desempregada do Bingo da Amadora e o anúncio no jornal
abria-lhe uma nova porta. "É um trabalho como os outros", diz.
Na
sala escura onde o jogo de luzes reflecte nas paredes espelhadas há, ao
fundo, um varão para a atracção da noite: o espectáculo de striptease.
Fabiana, 29 anos, foi a stripper de serviço durante meses, com dois
espectáculos de "culto" à uma e às três da manhã. Despediu-se na semana
passada, com a casa cheia. "O cliente gosta da mudança. Agora vou para o
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Rua Nova do Carvalho dedicado exclusivamente a espectáculos de strip.
"Vou alternar", conta Fabiana, enqua
_________________
Só discuto o que nao sei ...O ke sei ensino ...POIZ
Vitor mango- Pontos : 117604
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