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Tem a palavra o sr. primeiro-ministro

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Mensagem por Vitor mango Dom Set 18, 2011 2:17 pm

Tem a palavra o sr. primeiro-ministro

por PEDRO MARQUES LOPESHojeTem a palavra o sr. primeiro-ministro Icn_comentario58 comentários


1.
Se Alberto João Jardim tivesse o mínimo de vergonha na cara,
retirar-se-ia imediatamente do cargo que ocupa. Porém, a forma como
calmamente declarou que se esteve positivamente nas tintas para uma lei
da República, a das finanças regionais, e não deu qualquer justificação
para não ter transmitido informações a que estava também legalmente
obrigado ao INE e ao Banco de Portugal, mostra que a palavra vergonha
não consta do seu vocabulário. E porque haveria de constar, se nós
sempre lhe tolerámos todos os desvarios, todos os insultos, todas as
chantagens, todos os caprichos. Que medidas foram tomadas para parar o
evidente compadrio reinante no Governo Regional? Quem não sabe dos
constantes ataques a jornalistas que se atrevem a criticar o consulado
de Jardim? Quem desconhecia as obras faraónicas? Há alguém que ignore o
patrocínio directo a três clubes de futebol? Quem não fez anedotas sobre
a crónica semanal de Jardim num jornal sustentado integralmente pelo
Governo Regional ? O facto de 70% da economia da Madeira estar na mão do
governo ou que este empregasse 30 000 funcionários era segredo?
Colaboramos todos, mas uns com mais responsabilidades do que outros. Os
vários governos da República que ou fingiam não ver ou se acobardavam ao
primeiro urro de Jardim contra o centralismo e ameaças de
independência, o PSD sempre disposto a tolerar todas as exigências em
troca dos votos dos "deputados da Madeira", os candidatos a líder dos
sociais-democratas que se arrojavam aos pés de Jardim para contar com os
seus votos nas directas, os elogiadores da "obra feita" na Madeira, os
que achavam muita piada aos insultos à oposição no parlamento regional
contribuíram muito para o estado a que se chegou. O buraco, anteontem
conhecido, que põe em causa a credibilidade do Estado português perante a
comunidade internacional e imporá ainda mais sacrifícios aos cidadãos é
apenas o epílogo duma história que já sabíamos ir correr mal.
2.
Se alguns deputados fossem verdadeiros representantes do povo e não de
ridículos interesses partidários não comparariam as correcções aos
défices do antigo Governo da República com este tenebroso escândalo. É
quase insultar a inteligência das pessoas lembrar que o INE e o BdP
tinham todos os dados relativos às contas do Estado e que não foram
violadas leis ou deveres de informação no decurso dos últimos exercícios
orçamentais. Mas se dúvidas houvesse, bastava ouvir Vítor Gaspar a
dizer que esta "irregularidade" era um caso único. Apesar de todas as
evidências, há quem teime em desculpar Jardim em razão duma serôdia luta
politiqueira.
3. Se Cavaco Silva fosse efectivamente o
presidente de todos os portugueses e o garante do regular funcionamento
das instituições, faria uma declaração ao País sobre o assunto e não
insultava os seus concidadãos afirmando que "ninguém está imune aos
sacrifícios". Pois claro, os antivírus dos computadores da Presidência
são merecedores de proclamações solenes ao País, já a ocultação dum
buraco de 1600 milhões de euros merece apenas um comentário na rua.
4.
Se Passos Coelho quisesse mostrar respeito pelos sacrifícios dos
portugueses, diria imediatamente que Jardim não tem condições para
desempenhar o cargo que ocupa, nem tem lugar no PSD. Com que cara nos
anunciará novos aumentos de impostos, cortes na saúde, educação ou
elementares prestações sociais em prol do equilíbrio das finanças
públicas, se continuar a pactuar com quem se está positivamente a
borrifar para o destino de todos os portugueses desde que não sejam seus
eleitores? Como espera não obter uma risada irónica dos nossos credores
quando disser que Portugal não é a Grécia? Que dirão os nossos
parceiros europeus quando descobrirem que, apesar de tudo, o partido no
poder em Portugal continua a apoiar a candidatura de Jardim ? Se o
primeiro--ministro estiver interessado em fazer respeitar o Estado de
Direito, não pode mais afirmar que apenas os madeirenses podem definir o
futuro de Jardim. Eleições não derrogam leis ou absolvem infracções,
convém lembrar. "Quem tem de decidir da confiança política em Jardim é o
PSD/Madeira", disse Passos Coelho. Perdão? Não é Jardim militante do
PSD? Não tem o apoio do PSD? O PSD/Madeira não faz parte do PSD? Será
que o primeiro-ministro não percebe que se não declarar formalmente que
considera a candidatura de Jardim um atentado à dignidade do País e não
propõe a sua expulsão do partido se torna cúmplice do actual e
provavelmente futuro presidente do Governo Regional? Passos Coelho, só
ele, tem a palavra.





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Só discuto o que nao sei ...O ke sei ensino ...POIZ
Tem a palavra o sr. primeiro-ministro Batmoon_e0
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