Merkel e Sarkozy preferem "resposta coordenada" da Zona Euro 11.10.2008

Merkel e Sarkozy preferem "resposta coordenada" da Zona Euro
11.10.2008 - 21h43
Por Lusa
Philippe Wojazer/Reuters
Para os responsáveis a crise exige respostas extremamente rápidas
Os líderes de França e Alemanha rejeitaram hoje a ideia de criação de um fundo europeu de emergência para combate à crise económica internacional e defenderam uma abordagem conjunta dos países da zona euro à situação. Angela Merkel e Nicolas Sarkozy encontraram-se hoje em Colombey-Les-Deux-Eglises, vila a leste de Paris conhecida por ser terra natal do líder histórico francês Charles de Gaulle, na véspera de uma cimeira dos 15 países da zona euro que tem como objectivo concertar posições em relação à crise económica.

"A crise exige respostas extremamente rápidas" e "um fundo europeu criar problemas gigantescos" na tomada de decisão entre um número tão grande de países, defendeu o anfitrião da cimeira, Sarkozy, em conferência de imprensa. "Não há qualquer questão em relação a um fundo europeu", sentenciou, citado pela agência AP.

A cimeira franco-alemã marca o 50º aniversário do encontro histórico entre de Gaulle e o líder histórico alemão Konrad Adenauer, que selou a reconciliação entre os dois países no final da II Guerra Mundial. "Um novo mundo está a nascer da devastação que temos perante os nossos olhos", afirmou Sarkozy, evocando as "circunstâncias extraordinárias" que juntaram de Gaulle e Adenauer.

Ainda antes da Cimeira de Paris, domingo, Sarkozy tem encontro marcado com o líder britânico Gordon Brown. Sobre possíveis resultados do encontro marcado para domingo, nenhum dos dois líderes especificou possíveis decisões a tomar, e Angela Merkel falou na criação de uma "caixa de ferramentas comum". "Cada país poderia usar estas ferramentas para responder à sua situação particular. Precisamos de uma abordagem comum na Europa, mas temos de ser capazes de adaptá-la a cada situação nacional de uma maneira flexível", defendeu a líder alemã.

Merkel adiantou que a Alemanha não exclui apoiar bancos em crise, mas avisou que serão colocadas condições. "Não se pode falar em nacionalização", frisou a chanceler alemã.

A cimeira dos países da zona euro surge na sequência de um encontro dos ministros das Finanças do chamado Grupo dos 7 (G7) - Japão, Alemanha, Reino Unido, França, Itália, Canadá e Estados Unidos - este fim-de-semana em Washington.

O presidente norte-americano afirmou hoje que todo o mundo está de acordo sobre a necessidade de encontrar para a crise financeira "uma resposta séria à escala mundial", garantindo que os países do G7 trabalharão em conjunto para resolver o problema. "Cada um de nós reconhece que estamos perante uma grave crise mundial e que, consequentemente, requer uma resposta séria à escala mundial", afirmou George W. Bush, na Casa Branca, em Washington, após a reunião com os ministros das Finanças do G-7.