Em relato descontraído, jornalista narra 'aventura' no Oriente Médio
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Em relato descontraído, jornalista narra 'aventura' no Oriente Médio
Em relato descontraído, jornalista narra 'aventura' no Oriente Médio
Em 'Peregrina de Araque', Mariana Kalil conta suas impressões sobre uma peregrinação com 35 fiéis por Egito, Jordânia e Israel
Luísa Pécora, iG São Paulo | 16/12/2011 08:00
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Texto:
Três países, 14 dias na estrada, 35 companheiros de excursão e, ao final da jornada, um livro. O que era uma inusitada viagem a trabalho se tornou uma estreia literária e uma marcante experiência para a jornalista gaúcha Mariana Kalil, que lança "Peregrina de Araque", relato pessoal e descontraído sobre uma peregrinação religiosa a Egito, Jordânia e Israel.
Mariana “nunca foi muito crente”, mas aceitou a proposta do jornal gaúcho Zero Hora, no qual edita um caderno semanal, para acompanhar uma excursão de fiéis brasileiros ao Oriente Médio a convite de uma agência de turismo. A ideia era escrever uma reportagem para o caderno de viagens (que será publicada na semana que vem), mas a família a convenceu de que os relatos diários enviados por email escondiam um livro.
Leia também: Maioria dos brasileiros vê Primavera Árabe como positiva, diz pesquisa
Foto: Ricardo Chaves/Zero Hora
A jornalista Mariana Kalil, autora do livro "Peregrina de Araque"
Os emails foram uma espécie de terapia para Mariana diante das dificuldades encontradas na viagem – a convivência com os peregrinos, as diferenças culturais, o cansaço, o calor, entre outros. “Tive um impulso de escrever, foi uma necessidade quase biológica”, definiu a autora, em entrevista ao iG.
De volta ao Brasil, ela mergulhou no material, inserindo informações históricas sobre cidades e pontos turísticos, mas preservando o tom informal com que escrevia para a família. Sem intenção de discutir questões políticas e religiosas, Mariana se concentra em transmitir impressões pessoais.
Em um dos momentos mais marcantes da viagem, ela tem uma incontrolável crise de choro durante uma missa no Monte da Bem Aventurança, em Israel. A passagem simboliza o que Mariana acredita ter sido a grande importância da experiência: entender melhor o significado de Deus em sua vida.
O aprendizado está ligado principalmente às conversas com o frei e o padre que acompanharam a excursão, aos quais Mariana pedia explicações sobre passagens bíblicas nas quais tinha dificuldade de acreditar. “O frei e o padre me mostraram uma figura de Jesus com a qual eu nunca tinha tido contato: a de um cara normal, sem nada de milagroso, que foi escolhido para mudar a visão de mundo das pessoas”, afirmou. “Isso me marcou muito, me aproximou dessa figura boa e generosa que ele é. Sinto que a viagem me fez uma pessoa melhor.”
'Caos' no Egito
A peregrinação de Mariana foi realizada em outubro do ano passado, quando ainda não era possível prever que o Oriente Médio e o norte da África seriam palco da chamada Primavera Árabe, onda de revoltas populares que derrubaram governos autoritários em países como Tunísia, Líbia, Iêmen e Egito.
A jornalista esteve na capital egípcia, Cairo, cerca de quatro meses antes do início dos protestos que encerraram o regime de 30 anos do ex-presidente Hosni Mubarak. Foi, segundo ela, o lugar que mais a impressionou negativamente por causa do “trânsito caótico”, “governo displicente”, “abandono” e “nojeira”. “Pelo que se vê na cidade – a sujeira e a forma como o povo é tratado –, uma revolução tinha mesmo de acontecer”, opinou.
Mariana disse não ter medo de que opiniões sinceras como essas estimulem certa antipatia no leitor. Ela diz ter buscado descrever suas impressões da forma mais completa possível, para não passar a imagem de “patricinha mala” (assim como diz ter se esforçado para não deixar a irritação causada por um incidente na fronteira contaminar os relatos sobre Israel).
“Acho que as pessoas gostam de sinceridade”, afirmou. “Vejo as revistas de turismo dizendo que o Cairo é maravilhoso, mas não encontrei nada disso. Fiquei chocada por nunca ter ouvido que o Cairo era aquele caos.”
A jornalista ainda espera as opiniões dos colegas peregrinos, a quem atribui “importância impressionante” em sua vida pelas demonstrações de fé e solidariedade. “Gostaria de saber o que eles acharam”, afirmou, “mas tenho um pouco de medo de perguntar”.
Em 'Peregrina de Araque', Mariana Kalil conta suas impressões sobre uma peregrinação com 35 fiéis por Egito, Jordânia e Israel
Luísa Pécora, iG São Paulo | 16/12/2011 08:00
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Três países, 14 dias na estrada, 35 companheiros de excursão e, ao final da jornada, um livro. O que era uma inusitada viagem a trabalho se tornou uma estreia literária e uma marcante experiência para a jornalista gaúcha Mariana Kalil, que lança "Peregrina de Araque", relato pessoal e descontraído sobre uma peregrinação religiosa a Egito, Jordânia e Israel.
Mariana “nunca foi muito crente”, mas aceitou a proposta do jornal gaúcho Zero Hora, no qual edita um caderno semanal, para acompanhar uma excursão de fiéis brasileiros ao Oriente Médio a convite de uma agência de turismo. A ideia era escrever uma reportagem para o caderno de viagens (que será publicada na semana que vem), mas a família a convenceu de que os relatos diários enviados por email escondiam um livro.
Leia também: Maioria dos brasileiros vê Primavera Árabe como positiva, diz pesquisa
Foto: Ricardo Chaves/Zero Hora
A jornalista Mariana Kalil, autora do livro "Peregrina de Araque"
Os emails foram uma espécie de terapia para Mariana diante das dificuldades encontradas na viagem – a convivência com os peregrinos, as diferenças culturais, o cansaço, o calor, entre outros. “Tive um impulso de escrever, foi uma necessidade quase biológica”, definiu a autora, em entrevista ao iG.
De volta ao Brasil, ela mergulhou no material, inserindo informações históricas sobre cidades e pontos turísticos, mas preservando o tom informal com que escrevia para a família. Sem intenção de discutir questões políticas e religiosas, Mariana se concentra em transmitir impressões pessoais.
Em um dos momentos mais marcantes da viagem, ela tem uma incontrolável crise de choro durante uma missa no Monte da Bem Aventurança, em Israel. A passagem simboliza o que Mariana acredita ter sido a grande importância da experiência: entender melhor o significado de Deus em sua vida.
O aprendizado está ligado principalmente às conversas com o frei e o padre que acompanharam a excursão, aos quais Mariana pedia explicações sobre passagens bíblicas nas quais tinha dificuldade de acreditar. “O frei e o padre me mostraram uma figura de Jesus com a qual eu nunca tinha tido contato: a de um cara normal, sem nada de milagroso, que foi escolhido para mudar a visão de mundo das pessoas”, afirmou. “Isso me marcou muito, me aproximou dessa figura boa e generosa que ele é. Sinto que a viagem me fez uma pessoa melhor.”
'Caos' no Egito
A peregrinação de Mariana foi realizada em outubro do ano passado, quando ainda não era possível prever que o Oriente Médio e o norte da África seriam palco da chamada Primavera Árabe, onda de revoltas populares que derrubaram governos autoritários em países como Tunísia, Líbia, Iêmen e Egito.
A jornalista esteve na capital egípcia, Cairo, cerca de quatro meses antes do início dos protestos que encerraram o regime de 30 anos do ex-presidente Hosni Mubarak. Foi, segundo ela, o lugar que mais a impressionou negativamente por causa do “trânsito caótico”, “governo displicente”, “abandono” e “nojeira”. “Pelo que se vê na cidade – a sujeira e a forma como o povo é tratado –, uma revolução tinha mesmo de acontecer”, opinou.
Mariana disse não ter medo de que opiniões sinceras como essas estimulem certa antipatia no leitor. Ela diz ter buscado descrever suas impressões da forma mais completa possível, para não passar a imagem de “patricinha mala” (assim como diz ter se esforçado para não deixar a irritação causada por um incidente na fronteira contaminar os relatos sobre Israel).
“Acho que as pessoas gostam de sinceridade”, afirmou. “Vejo as revistas de turismo dizendo que o Cairo é maravilhoso, mas não encontrei nada disso. Fiquei chocada por nunca ter ouvido que o Cairo era aquele caos.”
A jornalista ainda espera as opiniões dos colegas peregrinos, a quem atribui “importância impressionante” em sua vida pelas demonstrações de fé e solidariedade. “Gostaria de saber o que eles acharam”, afirmou, “mas tenho um pouco de medo de perguntar”.
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