A minha religião

A minha religião

Hoje em dia não professo nenhuma religião (o futebol não conta). Não vem daí grande mal ao mundo, mas às vezes penso (é verdade, também me acontece) que, no fundo, até me fazia falta uma. Há que reconhecer que faz falta a uma pessoa de bem todo aquele universo das missas, das pregações, dos discursos inflamados, dos mandamentos, dos rituais, dos turíbulos e todos os paramentos, e de tudo o mais que se possam lembrar.
E quando penso nisso ponho-me a imaginar uma religião ideal para mim. Não me é muito difícil a execução de tal exercício: a sagrada escritura seria, claramente, o D. Quixote de La Mancha, e os seus profetas o cavaleiro de triste figura e o seu fiel escudeiro Sancho Pança. Por seu turno, os seus apóstolos seriam, obviamente, os Monty Python. O resto ficava por conta e risco de cada crente.

Evidentemente que, neste credo religioso, a salvação da alma nunca estaria garantida. No entanto, pelo menos, proporcionaria aos seus fieis uma vida terrena seguramente mais lúcida e bem mais interessante do que a maioria das religiões convencionais.
Publicado por Ega às 01:36 0 comentários
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Tags: Disparates e Idiotices, Religião