Pingo Doce diz "estar a ser vítima de uma medida de apreensão ilícita e injusta"

Pingo Doce diz "estar a ser vítima de uma medida de apreensão ilícita e injusta"
13 Janeiro 2012 | 16:15
Isabel Aveiro - ia@negocios.pt






A cadeia de distribuição reage, assim, ao facto de a ASAE ter apreendido 568 embalagens de leite no Pingo Doce.



A cadeia de supermercados Pingo Doce, do grupo Jerónimo Martins,
que conta com mais de 360 unidades em todo o País, viu hoje serem
apreendidas 568 embalagens de leite em duas das suas lojas, em
resultados de uma operação da ASAE (Autoridade de Segurança Alimentar e
Económica), agência estatal responsável pela inspecção económica e
segurança alimentar no País.

A iniciativa surge na sequência da
acusação feita por várias associações de leite, apoiadas pelas
confederações de agricultores CNA e Cofragri, às cadeias de distribuição
Continente e Pingo Doce de alegada venda de produtos abaixo do preço de
custo, também conhecido por “dumping”. Há uma semana, os produtores
acusaram formalmente junto da ASAE a cadeia Continente, do grupo Sonae,
de, através de um desconto de 75% em cartão de fidelização da cadeia,
comercializar leite espanhol a um valor de 0,13 euros, advogando que o
preço médio na Península Ibérica
ronda os 0,33 euros por litro. Os produtores chegaram mesmo a fazer uma
manifestação no Porto, junto de uma grande superfície da Sonae e da
direcção regional de agricultura no passado dia 7.

Depois de
uma manhã de visitas a vários estabelecimentos, a direcção executiva da
cadeia Pingo Doce veio agora comunicar que “no âmbito de uma acção
nacional de fiscalização levada a cabo pela ASAE, foram levantados dois
autos de apreensão de embalagens de leite meio gordo de marca própria em
duas lojas” da cadeia. “No total, foram apreendidas 568 embalagens de
leite”, contabiliza.

Na mesma nota, também publicitada junto
dos clientes da cadeia de supermercados, o Pingo Doce defende que “a
promoção em curso, que consiste na oferta de uma embalagem de leite meio
gordo de marca própria na compra de outra, não tem qualquer efeito de
prejuízo para os nossos fornecedores”.

Assim, os responsáveis
da cadeia de distribuição alimentar consideram que o Pingo Doce está “a
ser vítima de uma medida de apreensão ilícita e injusta, na medida em
que não existem indícios de que estejamos a praticar qualquer infracção
com a realização da acção promocional em questão” tendo já dados disso
conta “formalmente” à ASAE.

No comunicado, a direcção executiva
do Pingo Doce assegura ainda aos clientes “que as apreensões levadas a
cabo pela ASAE em nada se prendem com questões de segurança alimentar, a
qual é controlada e assegurada pelo Pingo Doce em todos os produtos que
comercializa sob a sua marca própria”.

Ilícita, talvez seja.
Justa, é de certeza.