Regresso às origens
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Regresso às origens
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Oito casais jovens
Casas e tradições atraem jovens à Aldeia de Atenor
Atenor, aldeia transmontana de Miranda do Douro, é uma exceção à desertificação do interior do país, graças à fixação de jovens casais na terra num projeto de dinamização das tradições da Junta de Freguesia.
Nos últimos anos, oito casais jovens fixaram-se na aldeia com pouco mais de uma centena de habitantes, apostando em projetos profissionais inovadores, ligados às artes ou às práticas tradicionais.
A recuperação de casas tradicionais transmontanas, ações de dinamização cultural e promoção turística da aldeia e da sua relação com o património mirandês foram as chaves de uma estratégia autárquica que começou a dar resultados.
\\"Viver no interior tem os seus aspetos positivos” embora hajam “dificuldades como em todos os lados”, explica a engenheira do Ambiente Diana Caramelo, que deixou a Guarda há seis anos para residir na aldeia onde dirige a Associação Cultural \\"Lérias\\", que também explora o único café da terra.
Em paralelo, Diana Caramelo iniciou uma escola de música tradicional para todas as idades enquanto o seu marido, António Caramelo, trabalha como designer gráfico.
Um regresso de gentes às ruas até há pouco desertas é algo que dá confiança no futuro da aldeia junto dos mais idosos. É uma “malta bem vinda\\", que traz \\"sangue novo”. Se não fossem eles restavam três ou quatro velhotes na aldeia\\", afirma Francisco Pêra, de 73 anos.
E há quem troque a capital pelo ar frio do nordeste. O músico e antropólogo Ricardo Santos, com cerca de 30 anos, virou as costas a Lisboa e optou por viver em calma, mais perto da natureza.
“Sempre privilegiei meios urbanos mais pequenos e para mim aquilo que é qualidade de vida consigo-o encontrar mais depressa aqui, que numa grande cidade\\", justifica o músico de gaita de foles, conhecido como \\"professor Ricardo\\" pelos mais velhos mas também por Cláudia Costa, com cerca de 20 anos, que também veio de Lisboa para Trás-os-Montes.
\\"Estou a viver na aldeia há cerca de um ano e, como gosto de ouvir gaitas de foles, demonstrei interesse em aprender”, disse Cláudia Costa, que trabalha como fotógrafa.
Para o presidente da Junta de Freguesia, Moisés Pêra, a estratégia destas terras mais pequenas deve passar por captar novos habitantes que valorizem as vantagens da ruralidade.
É “nas aldeias do interior que poderá estar o futuro, já que as pessoas que vêm de fora têm outra forma de encarar as coisas\\", explica.
A qualidade de vida mas também a proximidade de vias estruturantes como o IC5 que liga Miranda do Douro e o litoral fazem da aldeia um caso de sucesso.
“Sou uma das pessoas que acreditam que a região pode tirar partido da crise que o país e a Europa atravessam”, confia Moisés Pêra, olhando para o futuro com um bocadinho mais de esperança que as aldeias vizinhas.
Lusa, 2012-02-07
Oito casais jovens
Casas e tradições atraem jovens à Aldeia de Atenor
Atenor, aldeia transmontana de Miranda do Douro, é uma exceção à desertificação do interior do país, graças à fixação de jovens casais na terra num projeto de dinamização das tradições da Junta de Freguesia.
Nos últimos anos, oito casais jovens fixaram-se na aldeia com pouco mais de uma centena de habitantes, apostando em projetos profissionais inovadores, ligados às artes ou às práticas tradicionais.
A recuperação de casas tradicionais transmontanas, ações de dinamização cultural e promoção turística da aldeia e da sua relação com o património mirandês foram as chaves de uma estratégia autárquica que começou a dar resultados.
\\"Viver no interior tem os seus aspetos positivos” embora hajam “dificuldades como em todos os lados”, explica a engenheira do Ambiente Diana Caramelo, que deixou a Guarda há seis anos para residir na aldeia onde dirige a Associação Cultural \\"Lérias\\", que também explora o único café da terra.
Em paralelo, Diana Caramelo iniciou uma escola de música tradicional para todas as idades enquanto o seu marido, António Caramelo, trabalha como designer gráfico.
Um regresso de gentes às ruas até há pouco desertas é algo que dá confiança no futuro da aldeia junto dos mais idosos. É uma “malta bem vinda\\", que traz \\"sangue novo”. Se não fossem eles restavam três ou quatro velhotes na aldeia\\", afirma Francisco Pêra, de 73 anos.
E há quem troque a capital pelo ar frio do nordeste. O músico e antropólogo Ricardo Santos, com cerca de 30 anos, virou as costas a Lisboa e optou por viver em calma, mais perto da natureza.
“Sempre privilegiei meios urbanos mais pequenos e para mim aquilo que é qualidade de vida consigo-o encontrar mais depressa aqui, que numa grande cidade\\", justifica o músico de gaita de foles, conhecido como \\"professor Ricardo\\" pelos mais velhos mas também por Cláudia Costa, com cerca de 20 anos, que também veio de Lisboa para Trás-os-Montes.
\\"Estou a viver na aldeia há cerca de um ano e, como gosto de ouvir gaitas de foles, demonstrei interesse em aprender”, disse Cláudia Costa, que trabalha como fotógrafa.
Para o presidente da Junta de Freguesia, Moisés Pêra, a estratégia destas terras mais pequenas deve passar por captar novos habitantes que valorizem as vantagens da ruralidade.
É “nas aldeias do interior que poderá estar o futuro, já que as pessoas que vêm de fora têm outra forma de encarar as coisas\\", explica.
A qualidade de vida mas também a proximidade de vias estruturantes como o IC5 que liga Miranda do Douro e o litoral fazem da aldeia um caso de sucesso.
“Sou uma das pessoas que acreditam que a região pode tirar partido da crise que o país e a Europa atravessam”, confia Moisés Pêra, olhando para o futuro com um bocadinho mais de esperança que as aldeias vizinhas.
Lusa, 2012-02-07
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