Quem vai comprar todas estas casas?
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Quem vai comprar todas estas casas?
Quem vai comprar todas estas casas?
Em Portugal há projectos turísticos de €8 mil milhões assentes em segundas residências. O mercado congelou.
Conceição Antunes
10:00 | Quarta-feira, 15 de Out de 2008
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Quem vai comprar todas estas casas?
Prudência. É neste momento a palavra de ordem para quem pensa em comprar casa, em qualquer parte do mundo. O caos instalado na banca trouxe um balde de água fria ao lote de €8 mil milhões de projectos turísticos em Portugal classificados de interesse nacional (PIN), cujo modelo hoteleiro está acoplado à venda de segundas residências.
"O mercado parou, congelou. Não é uma surpresa, com o que está a acontecer nos mercados financeiros", refere Andrew Coutts, presidente da consultora ILM-THR. "Estamos no meio de uma tempestade e vai continuar a haver dificuldades, no mínimo, até à Páscoa de 2009".
Com a banca em turbulência, os problemas estendem-se aos próprios investidores pelas dificuldades de obter financiamento. Segundo o consultor, em Portugal "há projectos que estão a andar de forma mais lenta. E os que ainda não começaram a ser construídos irão atrasar e congelar os investimentos".
Mas sublinha que 90% dos projectos são financiados em Portugal, onde não se evidenciam os problemas de activos tóxicos que estão na base do colapso de bancos ingleses e americanos. Prevê ainda que a actual turbulência venha a gerar alterações na estrutura accionista dos projectos a nível nacional. "Pode haver entrada de novos investidores de mercados onde existe capital, como Rússia, Médio Oriente ou Ásia".
Andrew Coutts frisa que parte significativa dos projectos turístico-imobiliários no Algarve, costa alentejana ou Oeste já foram, em bom tempo, vendidos, em muitos casos na totalidade.
Grupo Oceânico vira-se para Angola e Rússia
No caso do Grupo Oceânico, que tem investimentos em Portugal avaliados em €1,625 mil milhões, a parte imobiliária já foi vendida a 100% nos empreendimentos algarvios Jardim da Meia Praia, Estrela da Luz e Vila Baía, a 90% no Amendoeira Resort e no Belmar, a 60% no Vilamoura Resort e a 50% no Royal Óbidos.
"Os mercados estão a mudar dia a dia, e mesmo com o abrandamento na Europa, Portugal ainda é visto pelos compradores como um mercado seguro e estável para investir", afirma Gerry Fagan, promotor do Grupo Oceânico. Irlandeses e ingleses garantiram até aqui 95% da compra das residências. "Parte da nossa estratégia vai ser explorar novos mercados, como Angola e Rússia", adianta o promotor do Grupo Oceânico.
A excessiva dependência de Portugal dos mercados emissores da Inglaterra e Irlanda, que estão no olho da crise, também preocupa Rui d'Ávila, administrador da Sonae Turismo, que já defendeu ser "urgente apostar em novos mercados", vendo boas alternativas na Europa de Leste, além de Índia e Angola.
O presidente da ILM-THR deixa um aviso aos promotores: "Não podemos recriar Quintas do Lago e Vales do Lobo em todos os lados. O valor por metro quadrado tem de ser bem pensado".
Segundo Andrew Coutts, há boas perspectivas para unidades até 750 mil euros. E adverte que se o Algarve já é uma marca conhecida internacionalmente, outros destinos, como Tróia, terão de investir em marketing para conquistar notoriedade e atrair compradores aos seus projectos de imobiliária turística.
"As águas têm de acalmar"
Os bancos, segundo o consultor, irão passar a ter cuidados reforçados na atribuição de crédito para compra de casas. "Para mim, é saudável. Quando o mercado voltar, vai haver uma situação muito mais sólida e realista", considera Coutts.
"Portugal tem muitas vantagens competitivas relativamente aos vizinhos espanhóis, que sofreram grandes densidades de construção. E estas vantagens não vão desaparecer", frisa ainda o presidente da ILM-THR, que vê oportunidades para Portugal com a grave crise instalada em Espanha. "Vai levar anos e anos a restabelecer a confiança dos ingleses em Espanha".
Sobre a actual "histeria" que se vive nos mercados, as perspectivas do consultor para Portugal estão longe de ser catastróficas. "As águas têm de acalmar. E o mercado vai voltar".
Em Portugal há projectos turísticos de €8 mil milhões assentes em segundas residências. O mercado congelou.
Conceição Antunes
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Quem vai comprar todas estas casas?
Prudência. É neste momento a palavra de ordem para quem pensa em comprar casa, em qualquer parte do mundo. O caos instalado na banca trouxe um balde de água fria ao lote de €8 mil milhões de projectos turísticos em Portugal classificados de interesse nacional (PIN), cujo modelo hoteleiro está acoplado à venda de segundas residências.
"O mercado parou, congelou. Não é uma surpresa, com o que está a acontecer nos mercados financeiros", refere Andrew Coutts, presidente da consultora ILM-THR. "Estamos no meio de uma tempestade e vai continuar a haver dificuldades, no mínimo, até à Páscoa de 2009".
Com a banca em turbulência, os problemas estendem-se aos próprios investidores pelas dificuldades de obter financiamento. Segundo o consultor, em Portugal "há projectos que estão a andar de forma mais lenta. E os que ainda não começaram a ser construídos irão atrasar e congelar os investimentos".
Mas sublinha que 90% dos projectos são financiados em Portugal, onde não se evidenciam os problemas de activos tóxicos que estão na base do colapso de bancos ingleses e americanos. Prevê ainda que a actual turbulência venha a gerar alterações na estrutura accionista dos projectos a nível nacional. "Pode haver entrada de novos investidores de mercados onde existe capital, como Rússia, Médio Oriente ou Ásia".
Andrew Coutts frisa que parte significativa dos projectos turístico-imobiliários no Algarve, costa alentejana ou Oeste já foram, em bom tempo, vendidos, em muitos casos na totalidade.
Grupo Oceânico vira-se para Angola e Rússia
No caso do Grupo Oceânico, que tem investimentos em Portugal avaliados em €1,625 mil milhões, a parte imobiliária já foi vendida a 100% nos empreendimentos algarvios Jardim da Meia Praia, Estrela da Luz e Vila Baía, a 90% no Amendoeira Resort e no Belmar, a 60% no Vilamoura Resort e a 50% no Royal Óbidos.
"Os mercados estão a mudar dia a dia, e mesmo com o abrandamento na Europa, Portugal ainda é visto pelos compradores como um mercado seguro e estável para investir", afirma Gerry Fagan, promotor do Grupo Oceânico. Irlandeses e ingleses garantiram até aqui 95% da compra das residências. "Parte da nossa estratégia vai ser explorar novos mercados, como Angola e Rússia", adianta o promotor do Grupo Oceânico.
A excessiva dependência de Portugal dos mercados emissores da Inglaterra e Irlanda, que estão no olho da crise, também preocupa Rui d'Ávila, administrador da Sonae Turismo, que já defendeu ser "urgente apostar em novos mercados", vendo boas alternativas na Europa de Leste, além de Índia e Angola.
O presidente da ILM-THR deixa um aviso aos promotores: "Não podemos recriar Quintas do Lago e Vales do Lobo em todos os lados. O valor por metro quadrado tem de ser bem pensado".
Segundo Andrew Coutts, há boas perspectivas para unidades até 750 mil euros. E adverte que se o Algarve já é uma marca conhecida internacionalmente, outros destinos, como Tróia, terão de investir em marketing para conquistar notoriedade e atrair compradores aos seus projectos de imobiliária turística.
"As águas têm de acalmar"
Os bancos, segundo o consultor, irão passar a ter cuidados reforçados na atribuição de crédito para compra de casas. "Para mim, é saudável. Quando o mercado voltar, vai haver uma situação muito mais sólida e realista", considera Coutts.
"Portugal tem muitas vantagens competitivas relativamente aos vizinhos espanhóis, que sofreram grandes densidades de construção. E estas vantagens não vão desaparecer", frisa ainda o presidente da ILM-THR, que vê oportunidades para Portugal com a grave crise instalada em Espanha. "Vai levar anos e anos a restabelecer a confiança dos ingleses em Espanha".
Sobre a actual "histeria" que se vive nos mercados, as perspectivas do consultor para Portugal estão longe de ser catastróficas. "As águas têm de acalmar. E o mercado vai voltar".
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