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Mensagem por Vitor mango Sex Fev 17, 2012 12:04 pm

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Mensagem por Vitor mango Sex Fev 17, 2012 12:10 pm

Calão em Angola
Etiquetas: Calão Angola

Se há uma coisa que realmente começo a gostar de estar aqui são as pessoas da terra, podem ter algumas questões sociais para resolver, podem nos causar grandes dores de cabeça no trabalho por não serem os mais rigorosos ou responsáveis, mas são na generalidade alegres, cheios de vida e vontade de viver sem grande stress, podíamos aprender algo com eles nesse aspecto. E é a conviver com a malta no trabalho e no dia á dia que agente aprende o calão, vamos aprender um pouco?
Eu curte bué o calão, sempre gostei, e aqui deliro com as novidades:
Kixikila – é uma forma de os trabalhadores se organizarem no fim do mês, 4 empregados juntam-se, e cada fim do mês um deles recebe o seu salário e metade do salário dos colegas, tem mais dinheiro nesse mês para compras etc., e esta acção vai rodando todos os meses, muito á frente para nós, não estou a ver ninguém ai na Tuga dar me 50% do salário.
Kilape – pode significar simplesmente fazer uma divida ou conta na mercearia, mas um Kilapeiro é um gajo que fica sempre a dever.
Candongueiro – Taxista das Hiaces, todos loucos, devem fumar daquilo que faz rir antes de pegarem nas viaturas ás 5 da matina.
Banga – Fazer de conta, ou armar-se. Por exemplo andar com um telemóvel que não funciona é fazer Banga.
Bailundo – Um bailundo é o que se chama de Bimbo por essas bandas.
Salo – Trabalho.
Cubicolo – Casa.
Cassulo – O mais novo da família é o cassulo.
Kota - É uma forma de respeito não significa só ser mais velho, ser Kota é ser respeitado.
Ndengue – Puto, ou alguém mais novo que nós, também podemos chamar ndengue a um amigo.
Kumbo – Dinheiro.
Mangwole – Um filho da terra, um Angolano.
Xara – Alguem com o mesmo nome, o machado e o molho são xaras, eheh….
Camba – Amigo da zona, um amigalhaço.
Tchilar – Divertir-se ou passar um bom bocado com a malta.
Paiado – Estar tramado ou com problemas.
Mboa, Dama – Namorada.
Grife – Roupinha da moda, ou de marca, é andar todo pipi.
Malaike – Significa Zangado ou tambem pode significar estar com um problema, depende do contexto.
Boiado – Estar bêbado, vê se muita malta boiada aos fins-de-semana.
Bilingue ou Jajão – Mentiroso ou intruja.
Ferve – Quem ferve tem dinheiro, muito dinheiro.
Karga – Dar karga é estar em alta, é ser bom, os músicos do kuduro dão karga nos colegas de profissão, são melhores.
Penteado – Isto acontece quando somos multados.
Gasosa – Isto também acontece, para não sermos multados, eheh…
Mambo – Coisa, fazer um mambo é fazer algo.
Cara, Folha – Uma nota de 100 Dólares é uma cara ou folha.
E por último (que me lembre) o mais importante, Não há maca – Isto eu oiço umas 100 vezes por dia, significa não há problema, não há chatice,... uma ponte cai e ninguém morre, não há maca, chegamos ao banco e não há sistema, não há maca.
Para se viver aqui é o lema, não há maca, é Angola.
Publicada por Hugo South 49 em 00:37
Reacções:
4 comentários:

BanitaJun 18, 2009 07:55 PM

Adorei, Camba!
Muito giro esse calão! Aqui ainda não apanhei grande coisa a não ser o hijodelachingada, mas o teu primo já deve ter aprendido muita coisa! LOL
Da próxima vez que estiveres Malaike ou Paiado, já sabes: não há maca! LOL Se não houver maca, mas houver hospital, já não estamos mal! E até rimei! lolada

Responder
JBritoJun 22, 2009 12:57 AM

Mi pinta mal esto de hablar cosas en Español, pois no tiene un a traducción completa como lo hijodelachingada, hijo=filho de uma coisa feia (chingada).
Pero todavia vamonos aprediendo algo con los vuestros irmanos, e ay que aprende-lo pois es já segunda lengua más hablada en Mundo.
Mas o Angolé é nada mais, nada menos um calão como o amigo diz; de pessoas que vivem alegres e sem stress’s.
Conheço tb o; Vou dar um nemo?!
Ou seja e que significa que vou ao Wc expelir excrementos sólidos pela a sanita a baixo.
Um Manbo têm significa um Rádio, enfim é só rir na palermice sem sal.
Mas mais que este calão todo, o melhor é o calão escrito e speak pelo brother e me á uns years backs, its absolutely fantástico, não se podia comparar com nothing at all!?
My best cumprimentos e saludos para todos sem maca no nemo.

O Corrector o WORD passou-se com este texto!?
jorgebrunabrito

Responder
IsabelJun 23, 2009 07:53 AM

Olha mor do melhor, adorei, até hoje dos melhores mail's que escreves-te.
Mas por favor quando vieres para Cubicolo, não venhas a falar calão porque a nossa Cassula começa a ficar Paiada e na escola dela não é o melhor sitio.

Da tua Dama com saudades,
Isabel

adorei

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EuMay 11, 2010 05:47 AM

Pois... acho que começo a ficar preocupada!! Muitas das palavras são conhecidas por estas bandas... =D também, não esquecer! Damaia.
Beijos

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calao luso brasileiro Empty A linguagem do calão * Aquilino Ribeiro **

Mensagem por Vitor mango Sex Fev 17, 2012 12:19 pm

A linguagem do calão *
Aquilino Ribeiro **

Meu amigo Albino Lapa:



Que pena eu tenho de não ser um escritor no género de Francis Carco só para me arvorar competente padroeiro do trabalho que me anuncia! Em verdade sou um escritor circunspecto e pompier. Há quem jure que me tem visto de noite, vestido, como um alquimista, de balandrau preto, óculos pretos, e uma lupa de bom aumento, sobre os palimpsestos da língua, à procura de termos arrevesados, visigóticos, turdetanos, com que rechear os meus romances de tamancos e crossa de junco. Ora quem anda por estas paragens alpestres do idioma ignora por força o vocábulo vitil, conciso, trocista, de emprego restrito, que se acoitou sob a capa do tuno e a esclavina de bandoleiro, e os lexicógrafos remetem, se lhes vem ao gadanho, ao cemitério da língua. Pois é ao conjunto desses termos, tidos por espúrios, bastardos e adulterinos, que chamam gíria, nome que soa a detestável galdéria.

Que pena, repito, eu tenho de ser um leigo em tal léxico para agora aqui ter voz activa e circunstanciada! Em todo o caso, eu lhe digo francamente, nada me extasia mais que uma dessas frases irreverentes condenadas pela gramática, se não pela moral, em nome dos bons costumes. Uma dessas frases que estalam e repicam como os chicotes antigos para caleças puxadas a seis cavalos, que golpeavam o ar, e curveteando em espiral de dois centros, despediam um estalido sonoro que uma nota de Caruso!

O calão, a meu ver, começou por ser uma linguagem de defesa do fraco contra o poderoso, do preso contra o carcereiro e algoz, do conspirador contra o juiz e o tirano. Que procurasse tornar-se criptográfica o mais possível, é lógico. Que acabasse por tornar-se parasita, está também na derivação das coisas humanas.

A nossa língua, porém, não chegou à fase de maturidade léxica para que medre em si semelhante superfetação à maneira dos cogumelos gigantescos, chamados vacas, que crescem no toro dos velhos castanheiros. Tal luxo é para o inglês, o francês, em que o pensamento, desde o mais imediato ao mais subtil, encontra fácil e cansada expressão. Nós, os escritores portugueses, estamos a escrever e a fazer a língua, como um amassador de pão a tender a massa para a fornada, O idioma escrito que herdámos não podia ser mais retórico e chorão, talhado para pregadores, poetas e escrivães da louvaminha. Da fala popular, a boa, a viva, quem se importava com ela? Nós, pobres obreios naturalistas, andamos a recensear esta e dar volta àquela, de forma a arranjarmos uma língua apta, como um razoável clavicórdio, a interpretar as desvairadas árias da vida. Repare como é avessa a exprimir o subjectivo, o metafísico, o matemático! Por isso, a mim, que sou um cabouqueiro da língua, que me aproveito de todos os materiais, inclusive das palavras perdidas ou desdenhadas dos puristas, graças às quais o estilo alcança carácter se não originalidade, palavras essas semelhantes às pedras que os alvenéis chamam rebos, porventura rebus, de res no ablativo, caso que poderíamos classificar de pau para toda a colher dada a sua amplitude morfológica, me acoimam de calcetar o discurso com palavras raras. Todavia, eu as ouvi, que não li nos cartapácios. E sempre que uma dessas palavras vivas, que não andam pelos cafés de Lisboa e significam movimento, acção, emoção particular, embora confinadas às portelas provinciais, aparece na minha prosa, com certeza que não representa valo que se não salte sem socorro do dicionário.

Mas onde eu vou?! O calão será pois tudo aquilo. Linguagem secreta, arbitrária e parasita. Completamente parasita, não, pois que atende a uma necessidade. Mas tenha-se como irmã enjeitada da saborosa linguagem popular que os senhores filólogos, tal aquele bom Silvestre Silvério, deixam à porta, por chula, indecente e má figura. Todavia, sem alvará destes argos, contra o respeito devido aos manes dos Vieiras e Castilhos, ela vai entrando, posto que à capucha. Entra como o João da Rua a dar o seu recado ao João de Espera em Deus. E vai anotando o que se passa na roda dos golfos, a quem servem, desde que o mundo é mundo, rasos filantes e toda a espécie de guitas. No tempo em que havia cordanta, muitos mecos que a falavam acabariam a espernear.

Adiante, Jorge Ferreira de Vasconcelos é mais denso que isto. O Garoto de Lisboa vem tauxiado desta vidraria policrómica. Ouvia-a nos meus tempos de rapaz nos tascos de camareiras ao Poço de Almas. De certo você, Albino Lapa, percorreu estas e melhores tavolagens; enfronhou-se por outros becos; adiantou o pé até as alfurjas do Alfama antes de saneadas pelos higienistas do folclore a cal e água de cheiro. Faço votos que alcance carta foral para o calão. A língua formou-se de mil maneiras, havendo-se destilado em alambiques de vária ordem. Quem diria que suis pés resultava em chispe, lux quae fugit em lusco-fusco, callis angusta em cangosta? Como acertou a dar-se o termo papo-seco aos pães pequeninos do almoço, feitos de pretensa farinha-flor? E girinho a qualquer traste bonito e agradável? E que dizer do trafulha aplicado como denominador comum, universal, ao bicho que culmina e abarrota a praça neste ano de graça?

Todos os caminhos vão dar a Roma, como todas as palavras e expressões confluem à boa economia do idioma desde que representem uma modalidade nova, aceno imprevisto de psique, reflexo inédito do espírito, cada vez mais fosfórico e exigente.

Estou convencido que o seu trabalho contribuirá para enriquecimento da locução, quer em artigo de vozes realistas, quer em falhas do vocabulário e em colorido, por isso toco o meu rouxinol como um sinaleiro ao ver-lhe adiantar o calcante:
— Senhores glossaristas, alto aí! Passe lá vossemecê!

Amigo Velho

Aquilino Ribeiro
* título da responsabilidade de Ciberdúvidas, para o prefácio escrito por Aquilino Ribeiro p :: 14/04/2005
Sobre o Autor

** Escritor português, natural de Carregal de Tabosa, Sernancelhe, concelho de Vila Nova de Paiva, a 13 de Setembro de 1885, falecido em Lisboa, a 27 de Maio de 1963. Cf. "A literaratura regional e a linguagem".

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calao luso brasileiro Empty CALÃO É MAIS UMA ARMA DE MOURINHO

Mensagem por Vitor mango Sex Fev 17, 2012 1:57 pm

Calão é mais uma arma de Mourinho
CALÃO É MAIS UMA ARMA DE MOURINHO

José Mourinho recorre também a expressões verbais menos próprias durante os treinos

As atitudes menos vulgares de José Mourinho são bem conhecidas do público, conseguindo um sucesso tremendo a nível mediático e até financeiro, como se poderá verificar pelo ocorrido na sua muito célebre agressão ao técnico adjunto do Barcelona, que inspirou inclusivamente uma empresa, a Reus Avellana Digital, a lembrar-se de forma instantânea a inovar uma aplicação para ‘smartphone’ na qual o conhecido gesto de Mourinho se torna o grande objectivo do jogo.

Para além de motivar jogos como essa sátira, ‘Eye Mou’, José Mourinho voltou a surpreender com um vídeo recordado durante um treino por si ministrado no Real Madrid, no qual se poderá verificar um vernáculo verbal utilizado por parte do técnico que o diferencia também em comparação com outros técnicos, não colocando em causa a sua mestria mas comprovando também a indesmentível realidade consistente em gestos algo reprováveis da parte do português.

Imagens comprovam algumas dissertações de Mou cuja tradução é desnecessária

Conhecido pela sua posição formal perante os jornalistas, primando por um discurso de pouca proximidade mas com uma constante correcção verbal, prova-se agora que a sua postura conhece uma forte alteração no treino, onde o objectivo será explicar ao seu jogador como levar a cabo uma acção que pretende ver cumprida, passo para o qual recorrerá, segundo mostram as imagens, a uma linguagem menos ‘traduzível’.

Depois de ter colocado o dedo no olho de um rival, Mourinho volta a ser notícia por motivos que se reprovam, desta feita pelo discurso que utiliza, destacando-se uma pequena e informal conversa que manteve com Fábio Coentrão em português na qual o estilo despreocupado com a linguagem ganhou forma, o que deu mesmo azo a alguns palavrões.

Mourinho volta a mostrar-se polémico tanto dentro como fora dos relvados

O discurso recorrente ao ‘calão’ voltou a interligar-se no trabalho de Mourinho nesse vídeo, uma vez que mostra também o treinador em novas curiosas situações enquanto comanda a sessão de treino, falando de forma despreocupada com as correcções linguísticas, visivelmente mais descontraído que em outros tempos, como mais recentemente foi suspenso por dois encontros após o descontrolo registado entre vários intervenientes de Barcelona e os madrilenos.

Enquanto o luso se viu punido com dois encontros, a conhecida ‘vítima’ de Mou, Tito Vilanova, ou ‘Pito Villa’, como chegou a chamar-lhe o português, acabou por conhecer um jogo de castigo por ter contra-atacado El Especial com uma palmada que acertou na sua cabeça.

Expressões em ‘calão’ tiveram algumas vezes o objectivo de manter o alto ritmo em situações de treino

O treinador português tornou-se mais uma vez protagonista por uma situação invulgar pelo facto de ser raramente perceptível num treino de um clube tão célebre, sendo possível detectar-se o uso do ‘calão’ como expressão motivadora para os seus atletas, como num exercício de sequência de passes no qual verbaliza sistematicamente o palavrão espanhol ‘joder’ para manter o ritmo do exercício a elevada velocidade.

Para além do carácter motivador, o calão foi obviamente utilizado para expressar situações de desconforto, como se descobre facilmente com uma conhecida palavra oriunda da língua portuguesa para resumir alguma insatisfação, provando também a sua postura dura e perfeccionista em termos técnicos que o leva a ser unanimemente considerado um dos melhores técnicos da história do futebol.

Texto: Redacção NF – RBR
Imagem: D.R.

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