Vagueando na Notícia


Participe do fórum, é rápido e fácil

Vagueando na Notícia
Vagueando na Notícia
Gostaria de reagir a esta mensagem? Crie uma conta em poucos cliques ou inicie sessão para continuar.

A questão iraniana

Ir para baixo

A questão iraniana Empty A questão iraniana

Mensagem por Vitor mango Dom Mar 18, 2012 8:35 am

sábado, 3 de dezembro de 2011










A questão iraniana







Na vida internacional, as relações
entre os Estados processam-se sempre no quadro de certas expetativas de
comportamento, pela sua previsível reação face ao posicionamento dos
outros atores, que possa vir a ser afirmado bilateralmente ou no quadro
multilateral. Se bem que algumas surpresas sempre possam surgir, na
grande maioria dos casos é possível, com algum realismo, antecipar
atitudes e, dessa forma, medir as condições necessárias para os
compromissos ou as probabilidades de rutura. É assim que se procuram
evitar guerras e conflitos, cabendo aos diplomatas um papel central no
domínio desta diplomacia preventiva.



O grande problema que se coloca à
comunidade internacional é o pontual surgimento, no comportamento de
certos Estados, de atitudes que, não apenas não era possível prever, mas
que igualmente se tornam difíceis de interpretar, em todas as suas
possíveis motivações. Esta circunstância cria dificuldades de "leitura",
induz interrogações e pode levar a reações diferenciadas por parte de
outros Estados.

O comportamento recente do Irão, com o saque às instalações diplomáticas
britânicas em Teerão, claramente feito sob a aparente complacência das
autoridades policiais, na sequência de sanções bilaterais determinadas
pelas mais que legítimas preocupações face à evolução do programa
nuclear do país, é um exemplo desses comportamentos de difícil
interpretação e de elevado risco. E suscita questões que somos chamados a
colocar, nãso tendo para elas uma resposta clara.



Que pretende o Irão com este tipo de atitudes, onde se inclui o seu
desafio à AIEA? Que mais riscos está o regime iraniano disposto a
correr, nesta linha de comportamento? Até onde estará disposto a
avançar? Que avaliação faz Teerão dá utilização do petróleo no seu
"jogo" internacional? Como estarão as autoridades iranianas a medir o
grau de probabilidade da ameaça de um ataque israelita às suas
instalações nucleares?




A persistência destas
interrogações nada ajuda à descoberta de soluções para a estabilidade e
para a paz na região. E Teerão sabe, com certeza, que assim é, o que
torna tudo mais preocupante.





Publicado por
Francisco Seixas da Costa


às
12:14


10
comentários




A questão iraniana Icon18_email






Etiquetas:
Comentários diplomáticos,
Irão,
Israel,
Relações internacionais














domingo, 5 de setembro de 2010









Ainda Israel







Na primeira metade de 2001, estive
presente num jantar anual organizado por uma associação de amizade
Estados Unidos-Israel, cujo nome exato não posso precisar. Por uma
qualquer razão, um grupo restrito de embaixadores junto das Nações
Unidas era convidado para esse evento. A cada um competia a presidência
de uma das mesas, com cerca de uma dúzia pessoas, pelas quais se
desdobrava o imenso jantar, num local luxuoso de Nova Iorque. A bandeira
portuguesa, tal como a americana e a israelita, figurava no centro da
nossa mesa.



O convidado de honra desse
jantar era Shimon Peres, então vice-primeiro ministro e ministro dos
Negócios Estrangeiros de um governo israelita chefiado por Ariel Sharon.
Peres teve uma intervenção de grande sensatez, com elevado sentido de
compromisso, sublinhando os riscos que havia se se viesse a provocar o
isolamento de Yasser Arafat e da Autoridade Palestiniana. O futuro,
aliás, veio a dar-lhe completa razão.



O ambiente que recebeu as
palavras de Peres, nesse encontro que juntava uma elite da comunidade
judaica americana, foi de um progressivo gelo. Passados os primeiros
minutos do discurso, as palmas que tinham começado por sublinhar algumas
das suas frases esmoreceram, até desaparecerem por completo. No final,
notei que, na minha mesa, eu tinha sido o único a aplaudir. Na cara e
nos comentários secos dos meus vizinhos senti a rejeição profunda da
mensagem de Peres. Ouvir alguém falar de perspetivas de negociação com
os palestinianos, com cedências na política de expansão dos colonatos,
na lógica do "land for peace", era um visível sacrilégio para aquelas
pessoas, que aparentemente consideravam que, das suas "trincheiras" de
Manhattan, defendiam melhor os interesses de Israel do que um seu líder
histórico. Nessa noite, confirmei muito do que pensava sobre o papel da
comunidade judaica americana na questão israelo-palestiniana.

Lembrei-me ontem desta história, ao ler notícias de que o comissário
europeu do comércio foi alvo de fortes críticas e de acusações de
anti-sionismo por ter lamentado que o lóbi judaico americano estivesse a
condicionar a posição do seu governo e acabasse por limitar Washington
na sua possível pressão sobre Tel-Aviv, para a conclusão de um novo
acordo de paz.



Cada vez mais me convenço que a atitude radical de alguns dos amigos
externos de Israel, que induzem o país a políticas que contribuem para o
seu progressivo isolamento, acaba, muitas vezes, por ajudar à
estratégia dos seus piores inimigos. Provavelmente, também isto não pode
ser dito. Mas eu digo.

_________________
Só discuto o que nao sei ...O ke sei ensino ...POIZ
A questão iraniana Batmoon_e0
Vitor mango
Vitor mango

Pontos : 117533

Ir para o topo Ir para baixo

Ir para o topo


 
Permissões neste sub-fórum
Não podes responder a tópicos