Escritor alemão acusa Israel de ameaçar a paz mundial
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Escritor alemão acusa Israel de ameaçar a paz mundial
Escritor alemão acusa Israel de ameaçar a paz mundial
Redação do DIARIODEPERNAMBUCO.COM.BR
04/04/2012 | 21h28 | Nobel
O escritor e Nobel de Literatura alemão Günther Grass acusou Israel
de ameaçar a paz mundial em poema publicado nesta quarta-feira nos
jornais “Zeitung”, “La Repubblica” e “El País”. No texto, intitulado “O
que deve ser dito”, Grass pede que a Alemanha suspenda a venda de
submarinos para o governo israelense e alerta para o perigo de um
ataque contra o Irã, cujo programa nuclear é criticado pelo Ocidente. O
texto virou motivo de polêmica tanto em Tel Aviv, como em Berlim.
“Por que eu só digo agora que o poder nuclear de
Israel ameaça a já frágil paz mundial? Porque isto deve ser dito já que
amanhã pode ser tarde demais”, escreveu o renomado escritor. “E também
porque nós — suficientemente incriminados como alemães — podemos ser
cúmplices de um crime sem precedentes”, acrescentou Grass, afirmando
que o Holocausto não deve ser usado como desculpa para se calar diante
da capacidade nuclear de Israel.
Acredita-se que Israel seja o único país no Oriente
Médio a ter armas nucleares, suspeita que o governo nem confirma nem
nega. Para o escritor, o armamento poderia ser carregado em submarinos
militares, recentemente vendidos ao Estado israelense pelos alemães.
Apesar do acordo, Berlim alertou na época para o risco de uma escalada
de tensão com o Irã.
Noticiado amplamente pela imprensa israelense, o
poema também foi alvo de críticas na Alemanha, onde qualquer condenação
a Israel costuma ser vista como tabu devido ao massacre de judeus
perpetrado na década de 40 pelo regime nazista. Dieter Graumann,
presidente do Conselho Central Judeu na Alemanha, disse estar “chocado”
com o que chamou de “panfleto odioso”.
"Grass quer empurrar para Israel a responsabilidade
pelos riscos à paz mundial. Isso mostra que um autor extraordinário
está longe de ser um analista político extraordinário", criticou
Graumann.
O Gabinete da chanceler federal alemã, Angela
Merkel, tentou minimizar a polêmica. Em comunicado, seu porta-voz disse
que na Alemanha os artistas têm liberdade de expressão. O embaixador
israelense em Berlim, Emmanuel Nahshon, rejeitou as acusações de Grass e
disse que “os israelenses querem viver em paz com os vizinhos”.
"É uma tradição europeia acusar os judeus antes da
Pessach. Israel é o único Estado do mundo cujo direito à existência é
abertamente questionado", reclamou o diplomata.
Já o porta-voz de política externa no Parlamento,
Philipp Missfelder, considerou o poema com “erros histórico” e
mostrando “desconhecimento da situação no Oriente Médio”.
Grass ganhou fama mundial com o romance “O tambor”,
de 1959. O escritor e artista plástico de 84 anos virou símbolo de
causas da esquerda alemã e sempre foi um crítico das intervenções
militares do Ocidente, como no caso da Guerra do Iraque. Conhecido como
símbolo da geração de alemães que alcançou a maioridade durante o
regime nazista, Grass viu sua fama ser manchada após a revista “Der
Spiegel” publicar, em 2006, documentos que comprovavam sua participação
na SS de Hitler.
Em 2007, o poeta confirmou a história, dizendo que
não sabia o que era a SS até entrar em combate em Dresden. Em um artigo
publicado pela “New Yorker”, ele — que sempre atuou como ativista de
esquerda — tentou explicar os motivos que o levaram a se alistar na
Alemanha nazista, quando tinha apenas 17 anos. Alguns críticos dizem
que, desde então, Grass não recuperou sua autoridade moral.
Da Agência O Globo
Redação do DIARIODEPERNAMBUCO.COM.BR
04/04/2012 | 21h28 | Nobel
O escritor e Nobel de Literatura alemão Günther Grass acusou Israel
de ameaçar a paz mundial em poema publicado nesta quarta-feira nos
jornais “Zeitung”, “La Repubblica” e “El País”. No texto, intitulado “O
que deve ser dito”, Grass pede que a Alemanha suspenda a venda de
submarinos para o governo israelense e alerta para o perigo de um
ataque contra o Irã, cujo programa nuclear é criticado pelo Ocidente. O
texto virou motivo de polêmica tanto em Tel Aviv, como em Berlim.
“Por que eu só digo agora que o poder nuclear de
Israel ameaça a já frágil paz mundial? Porque isto deve ser dito já que
amanhã pode ser tarde demais”, escreveu o renomado escritor. “E também
porque nós — suficientemente incriminados como alemães — podemos ser
cúmplices de um crime sem precedentes”, acrescentou Grass, afirmando
que o Holocausto não deve ser usado como desculpa para se calar diante
da capacidade nuclear de Israel.
Acredita-se que Israel seja o único país no Oriente
Médio a ter armas nucleares, suspeita que o governo nem confirma nem
nega. Para o escritor, o armamento poderia ser carregado em submarinos
militares, recentemente vendidos ao Estado israelense pelos alemães.
Apesar do acordo, Berlim alertou na época para o risco de uma escalada
de tensão com o Irã.
Noticiado amplamente pela imprensa israelense, o
poema também foi alvo de críticas na Alemanha, onde qualquer condenação
a Israel costuma ser vista como tabu devido ao massacre de judeus
perpetrado na década de 40 pelo regime nazista. Dieter Graumann,
presidente do Conselho Central Judeu na Alemanha, disse estar “chocado”
com o que chamou de “panfleto odioso”.
"Grass quer empurrar para Israel a responsabilidade
pelos riscos à paz mundial. Isso mostra que um autor extraordinário
está longe de ser um analista político extraordinário", criticou
Graumann.
O Gabinete da chanceler federal alemã, Angela
Merkel, tentou minimizar a polêmica. Em comunicado, seu porta-voz disse
que na Alemanha os artistas têm liberdade de expressão. O embaixador
israelense em Berlim, Emmanuel Nahshon, rejeitou as acusações de Grass e
disse que “os israelenses querem viver em paz com os vizinhos”.
"É uma tradição europeia acusar os judeus antes da
Pessach. Israel é o único Estado do mundo cujo direito à existência é
abertamente questionado", reclamou o diplomata.
Já o porta-voz de política externa no Parlamento,
Philipp Missfelder, considerou o poema com “erros histórico” e
mostrando “desconhecimento da situação no Oriente Médio”.
Grass ganhou fama mundial com o romance “O tambor”,
de 1959. O escritor e artista plástico de 84 anos virou símbolo de
causas da esquerda alemã e sempre foi um crítico das intervenções
militares do Ocidente, como no caso da Guerra do Iraque. Conhecido como
símbolo da geração de alemães que alcançou a maioridade durante o
regime nazista, Grass viu sua fama ser manchada após a revista “Der
Spiegel” publicar, em 2006, documentos que comprovavam sua participação
na SS de Hitler.
Em 2007, o poeta confirmou a história, dizendo que
não sabia o que era a SS até entrar em combate em Dresden. Em um artigo
publicado pela “New Yorker”, ele — que sempre atuou como ativista de
esquerda — tentou explicar os motivos que o levaram a se alistar na
Alemanha nazista, quando tinha apenas 17 anos. Alguns críticos dizem
que, desde então, Grass não recuperou sua autoridade moral.
Da Agência O Globo
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Só discuto o que nao sei ...O ke sei ensino ...POIZ
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