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Miss Sobrevivente do Holocausto provoca polémica em Israel

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Miss Sobrevivente do Holocausto provoca polémica em Israel Empty Miss Sobrevivente do Holocausto provoca polémica em Israel

Mensagem por Vitor mango Sáb Jun 30, 2012 10:07 am

Miss Sobrevivente do Holocausto provoca polémica em Israel

30.06.2012 - 13:52 Por Maria João Guimarães

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As concorrentes contaram a sua história em dois minutos As concorrentes contaram a sua história em dois minutos (Menahem Kahana/AFP)

Participantes com idades entre os 74 e 90 anos contam histórias de fuga e superação no concurso na cidade de Haifa


O concurso de beleza foi, no mínimo, invulgar. As concorrentes tinham entre 74 e 90 anos, no júri estavam não só antigas misses mas também um psiquiatra gerontologista, e em vez de declarações genéricas sobre a fome ou a paz mundial, contaram-se histórias de fugas de campos de concentração, de sobrevivência à fome, de pais mortos.

Era o concurso Miss Sobrevivente do Holocausto, com 14 participantes, escolhidas entre um total de 300 candidaturas. Os organizadores da iniciativa, que decorreu em Haifa, quiseram "celebrar a vida".

Mas a ideia provocou grande polémica. A presidente do principal grupo de sobreviventes da Shoah em Israel, Colette Avital, foi uma das vozes críticas. "Sou a favor da celebração da vida, mas um concurso com sobreviventes com roupas bonitas não é o que vai dar mais significado às suas vidas."

"Por que é que a inspiração há-de ser uma instituição decadente e competitiva que põe ênfase na aparência das mulheres, em vez de as deixarmos contar as suas histórias sem truques?", questionou Gal Mor, de um popular blogue israelita. "Isto está a um passo do "Survivor- Holocausto" ou do "Big Brother Auschwitz"."

"Elas sentem-se bem juntas. Estão a divertir-se e a rir-se durante os ensaios", comentou, por sua vez, Shimon Sabag, director da organização Yad Ezer l"Haver, responsável pelo concurso. "O facto de tantas mulheres terem querido concorrer prova que foi uma boa ideia", argumenta.

"Tenho o privilégio de mostrar ao mundo que Hitler queria exterminar-nos e nós estamos vivas", disse a concorrente Esther Libber, de 74 anos, que fugiu da Polónia quando era criança, escondeu-se numa floresta, e perdeu toda a sua família próxima. Foi salva por uma polaca. "Estamos a gozar a vida. Graças a Deus que é assim."

"Tive uma longa luta contra a morte, quase morri num campo de concentração", contou, por sua vez Mania Herman, de 79 anos, no palco. "Cheguei a Israel em 1951. Estudei, trabalhei, constituí família. Escrevi três livros sobre o Holocausto", disse. Cada concorrente tinha dois minutos para resumir a sua experiência.

Na assistência, os descendentes apoiavam a "sua" concorrente. Filhos, netos, bisnetos. "Avó! Avó! Avó!", gritavam três netas de uma das sobreviventes.

Na assistência estavam 600 pessoas, incluindo dois ministros, Moshe Kahlon e Yossi Peled, ele próprio um sobrevivente da Shoah.

O Estado hebraico alega que foi fundado sobre a tragédia do Holocausto, em que a Alemanha nazi assassinou num programa metódico e sistemático mais de 6 milhões de judeus, mas no recém-criado país os sobreviventes foram tratados com alguma condescendência, sendo vistos como fracos; o Estado judaico era o país dos fortes.

O Holocausto foi-se tornando, aos poucos, um factor cada vez maior na definição da identidade israelita, diz o historiador Tom Segev no seu livro The Seventh Million: The Israelis and The Holocaust. Mas, para Segev, "a recente vontade de abraçar o passado é, muitas vezes, não menos problemática e carregada de contradições do que a anterior tendência para o negar".

Há cerca de 200 mil sobreviventes do Holocausto em Israel, e à volta de um quarto vive abaixo do limiar de pobreza. Histórias de sobreviventes com fome causaram escândalo em Israel - depois de terem passado fome nos campos, passam agora fome no Estado judaico - mas, apesar de ser chocante, a maioria das situações manteve-se.


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Portanto, o que me cabe entender tanto pelo artigo como pelos comentários já deixados é que, ...

Anónimo

30.06.2012 16:45
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Anónimo , Portugal. 30.06.2012 16:45
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Portanto, o que me cabe entender tanto pelo artigo como pelos comentários já deixados é que, primeiro, é preciso recorrer a factos passados para perceber que matar está errado. A história da humanidade em geral tem os seus factos interessantes mas se algo nos ensina a história é que, o que quer que nela tenha ocorrido, os seres humanos nunca aprenderão com ela. Segundo, é interessante como se veneram sobreviventes e se celebra a vida num local de Israel e se mata e tortura noutro. Talvez a história, mais do que ensinar-nos a ser humanos, está a dar ideias para que não o sejamos.
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CSil , Lisboa. 30.06.2012 16:45
Israel

Atão, celebraram a pascoa, e ja estão a celebrar o holocausto... Só rir.
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Anónimo , Lisboa, Portugal. 30.06.2012 16:29
...não sabe não

Senhora Marta Lopes, descontando o desvio factual de milhares de anos de história não é a questão pagamento que classifica apenas a escravidão. E ainda bem que se continua a falar do holocausto, mesmo que por vezes de formas menos capazes de nos entendermos com a história que nos foi deixada. "Ai que chatice" para a senhora se vier a saír um artigo sobre um trisneto cheio de orgulho no seu trisavô pela força mental de esse avô conseguir continuar a acreditar na existência em sociedade depois de experienciar o pior dos autómatos da violência. Uma mancha a esse nível na história não é uma chatice que importuna um leitor, mas sim o leitor que não se entende com a história.
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Marta Lopes , Lisboa. 30.06.2012 15:31
Sim, já se sabe !

Já se sabe que os campos de concentração foram muito maus, mas por amor da santa, já enjoa a exploração que fazem desse tema. Ciclicamente, lá vem o assunto de novo à baila. Dentro de uns anos, quando não restarem sobreviventes, o assunto vai continuar, não tenho dúvidas. Um bisneto/a ou trisneto/a de um/a sobrevivente vai de certeza querer contar ( mais ) uma versão dos acontecimentos. Quem está atento verifica que aparece muito em filmes que os judeus foram escravizados no Antigo Egipto, no entanto, os arqueólogos encontraram e divulgaram listas de pagamentos que eram feitos aos trabalhadores das pirâmides deitando por terra esse mito. Atenção que nem sempre as histórias estão bem contadas.
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jj , Amsterdam. 30.06.2012 14:52
???

Cara Maria João Guimarães: Poderia explicitar as fontes em que se baseia para fazer afirmações como "um quarto (dos sobreviventes do holocausto residentes em Israel) vive abaixo do limiar da pobreza" ou "os sobreviventes foram tratados com alguma condescendência, sendo vistos como fracos"?? Digo isto porque vivi em Israel e pela minha experiência é altamente improvável que os seus dados estejam correctos, no caso da primeira afirmação. No caso da segunda, é mais qualitativa e altamente subjectiva, pelo que me limito a recordar-lhe dois sobreviventes altamente reconhecidos e respeitados em Israel, o Nobel da Psicologia Daniel Kahneman e Shimon Wiesenthal, parecendo-me impossivel que alguém em Israel possa considerar algum dos dois como "fracos". Bom sábado a todos.

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