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Guerra civil ameaça sítios arqueológicos da Síria 31 de agosto de 2012 • 09h32

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Guerra civil ameaça sítios arqueológicos da Síria 31 de agosto de 2012 • 09h32  Empty Guerra civil ameaça sítios arqueológicos da Síria 31 de agosto de 2012 • 09h32

Mensagem por Vitor mango Sáb Set 01, 2012 1:44 am

Guerra civil ameaça sítios arqueológicos da Síria




31 de agosto de 2012 09h32

















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  1. Notícia

























Diante de conflitos cada vez mais sangrentos, a destruição de
sítios arqueológicos milenares parece ser algo secundário na Síria. Mas
pesquisadores alertam para o perigo de extermínio de testemunhos da
civilização.
Embora se encontre em seu escritório na Universidade Livre de Berlim, o
pesquisador alemão Dominik Bonatz, diretor do Instituto de Arqueologia
da Ásia e do Oriente Médio, preferiria estar agora em Tell Fecheriye, no
nordeste da Síria, à fronteira com a Turquia.

Com sua equipe de 60 pessoas, Bonatz passou cinco verões pesquisando
num dos maiores e mais importantes sítios arqueológicos da região. Desde
2011, no entanto, tornou-se perigoso demais para o grupo de
especialistas permanecer na Síria, e eles tiveram que retornar à
Alemanha.

As escavações coordenadas por Bonatz são financiadas pela Sociedade
Alemã para Pesquisa (DFG). Elas deveriam se tornar a "obra da sua vida" e
ainda poderiam se prolongar por muitos anos.

Medo da devastação

Na Idade do Bronze, ou seja, entre 1500 e 1100 a.C., o local era a
capital de um reino cuja identidade os arqueólogos têm tentado
descobrir. Além dos escritos, que comprovam a importância central de
Tell Fecheriye, os pesquisadores encontraram vestígios de edificações
administrativas da cidade, indicando que a localidade pode ter sido a
capital, até hoje não identificada, do Império de Mittani.

"Estávamos à beira de descobrir o palácio real", diz Bonatz, que agora
teme o pior. "Alguns dos sítios arqueológicos nas imediações de regiões
de combates, como Tell Afis ou Palmyra, foram destruídos e saqueados.
Tanques de guerra devastaram a herança cultural, em outros lugares peças
antigas foram roubadas", conta à Deutsche Welle. Até então, Tell
Fecheriye havia sido poupada. No entanto, há apenas um vigilante sírio
cuidando da segurança do lugar. No caso de um ataque, ele nem teria como
reagir.

Interseção de culturas

A Síria desempenha um papel central na pesquisa sobre a Antiguidade. Na
sabedoria popular, o país é até mesmo considerado o berço da
civilização, pois lá foi criado o primeiro alfabeto, ainda antes do
grego. Uma opinião que o professor de arqueologia Jan-Waalke Meyer, da
Universidade de Frankfurt, considera exagerada. Segundo ele, a
importância da Síria está sobretudo na interseção de influências
culturais distintas.

"Pessoas do Egito, da Anatólia, da região leste do Oriente Médio e da
Mesopotâmia do Sul se encontraram na Síria. Essa mistura tipicamente
síria serviu também de fundamento para a constituição da cultura
europeia", diz Meyer.

O pesquisador faz escavações em Tel Chuera, na fronteira turco-síria,
há 15 anos. O nome desta localidade está atrelado, entre os
especialistas, ao de Max Freiherr von Oppenheim (1860-1946), um dos
primeiros descobridores e pesquisadores de culturas da Antiguidade
Oriental na Síria. Em suas viagens de pesquisa, ele chegou à Síria no
início do século 20 e encontrou as ruínas de Tell Chuera, tendo sido o
primeiro a reconhecer a importância histórica delas.

Isolamento devido à guerra

A cidade de Rakka fica a 120 quilômetros de distância de Tell Chuera.
Apesar do isolamento do local, o perigo existe: "Não há mais nenhum
lugar seguro na Síria. Até a população rural está direta ou
indiretamente envolvida na guerra. Por um lado, devido ao terror causado
pelos combates, mas também porque os alimentos estão três vezes mais
caros e o combustível está escasso, de forma que sistemas de irrigação
não funcionam mais", descreve Meyer.

Ele fala semanalmente ao telefone com pesquisadores sírios e com o
vigilante que cuida do sítio arqueológico, que certa vez já teve que
defender o local de invasores. Desde o ataque, o vigilante e sua família
vivem com medo.

Até o início da guerra, cinco institutos arqueológicos de universidades
alemãs realizavam pesquisas na Síria. O Instituto Arqueológico Alemão
(DAI, na sigla original), que mantém há 30 anos uma dependência em
Damasco, teve que suspender suas pesquisas de campo.

A pesquisadora Karin Bartl mudou-se com seu instituto para Aman, na
Jordânia. A coordenadora das escavações pesquisa há muitos anos o sítio
neolítico de Shir, entre outros. "Uma vez que, desde o início, as
cidades sírias de porte médio como Homs e Hama se tornaram centro de
conflitos, os trabalhos tiveram que ser interrompidos. Desde maio de
2011 o instituto fechou suas portas para o público", divulgou o DAI.

Anos de pesquisa em perigo

Caso os sítios arqueológicos de Tell Fecheriye sejam de fato
devastados, isso significaria o fim de ano de pesquisas para Bonatz.
"Não faria mais sentido dar continuidade ao trabalho", diz ele, que não
conta com um retorno a curto prazo à Síria. "A situação ainda vai
continuar instável por muito tempo", acredita o pesquisador.

Os prognósticos de Meyer, da Universidade de Frankfurt, também são
sombrios. Ele não crê num fim da violência naquele Estado árabe. "Não
vejo uma solução pacífica para o país. Mesmo a constituição de um novo
governo não traria a paz imediata", observa. Outros arqueólogos, conta,
já abandonaram a ideia de trabalhar na Síria e foram em busca de novos
projetos. "Ainda estou em compasso de espera", diz Bonatz. Pelo menos de
Tell Feheriye ele não quer, de forma alguma, abdicar.

_________________
Só discuto o que nao sei ...O ke sei ensino ...POIZ
Guerra civil ameaça sítios arqueológicos da Síria 31 de agosto de 2012 • 09h32  Batmoon_e0
Vitor mango
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