Ahmadinejad está pronto para defender o Irão de um ataque israelita

Ahmadinejad está pronto para defender o Irão de um ataque israelita



Por Catarina Falcão, publicado em 25 Set 2012 - 03:10 | Actualizado há 5 horas 20 minutos

O presidente do Irão criticou em Nova Iorque o Conselho de Segurança da ONU pelas sanções ao projecto nuclear do seu país

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Apesar de não levar a sério as ameaças do primeiro-ministro israelita,
Mahmoud Ahmadinejad disse em Nova Iorque que usará todos os meios ao seu
dispor para se defender de um ataque de Israel às instalações nucleares
iranianas. Numa conferência sobre direito internacional que antecedeu o
discurso do presidente iraniano na Assembleia Geral das Nações Unidas,
amanhã, Ahmadinejad criticou as sanções ao programa nuclear do seu país,
alegando que o Conselho de Segurança está a “impedir o progresso
científico das nações”.

Em várias entrevistas à comunicação social americana, Mahmoud
Ahmadinejad – que está em Nova Iorque para falar amanhã na Assembleia
Geral das Nações Unidas – afirma “não levar a sério as ameaças dos
sionistas”, mas promete agir em conformidade. “Nós temos todos os meios
de defesa à nossa disposição e estamos prontos para nos defendermos”,
sublinhou o presidente do Irão, que considera que Israel não tem
“quaisquer raízes” no Médio Oriente.

Ahmadinejad disse também nesta conferência que o projecto de
enriquecimento de urânio levado a cabo pelo Irão será apenas usado para
fins pacíficos. Acerca das negociações com os EUA sobre este mesmo
programa nuclear, o presidente do Irão disse ao jornal “Washington Post”
que será muito difícil haver algum desenvolvimento antes das eleições
norte-americanas, em Novembro. “Sempre estivemos e estamos prontos para
conseguir o acordo. Mas a experiência tem demonstrado que as decisões
importantes não são tomadas com os Estados Unidos em campanha
eleitoral”, explica Ahmadinejad.

O filme
Em entrevista a Piers Morgan, jornalista da CNN, Mahmoud Ahmadinejad
condenou o “extremismo” das manifestações anti-americanas por causa do
filme sobre a vida do profeta Maomé, especialmente a morte do embaixador
americano na Líbia, Christopher Stevens. Defendeu, no entanto, que este
tipo de ofensas à comunidade islâmica nada tem a ver com a liberdade de
expressão, mas sim com o abuso dessa mesma liberdade. “Penso que, se os
políticos ocidentais tomassem medidas mais eficazes para combater este
tipo de palavras e imagens ofensivas contra o que consideramos sagrado, a
situação melhoraria”, afirmou o presidente iraniano.

A escolha dos sírios Ainda
ao “Washington Post”, Ahmadinejad disse que apoia novas eleições na
Síria por considerar que “os povos devem decidir o seu próprio destino”.
Teerão – o maior aliado na região de Bashar al-Assad – tem vindo a
recuar no seu apoio ao governo sírio. Quando questionado sobre se
Al-Assad devia concorrer numas possíveis eleições, o presidente iraniano
disse que isso deveria ser decidido pelos sírios, condenando a
intervenção de forças internacionais no país. Quanto ao Afeganistão e à
estabilização da região envolvente, defende a ajuda a Cabul, mas as
conversações com os EUA só poderão ser iniciadas quando o Afeganistão
tiver, segundo Teerão, um governo que seja independente de Washington.