Com sinais de aproximação, líderes de Hamas e Fatah se reúnem no Egito

Com sinais de aproximação, líderes de Hamas e Fatah se reúnem no Egito



Facções palestinas rivais negociam unidade política em mais uma tentativa de acordo


Os líderes do Hamas, Khaled Meshal, e do Fatah, Mahmoud Abbas, se
reúnem nesta quarta-feira (09/01) no Cairo em mais uma tentativa de
reconciliação. Sob a mediação do presidente egípcio, Mohamed Mursi, as
facções rivais negociam para alcançar uma unidade política e, assim,
colocar fim à divisão da administração dos territórios palestinos.

Agência Efe

Líder do Hamas, Khaled Meshal, durante discurso em comemoração aos 25 anos do movimento islâmico na Faixa de Gaza

De acordo com fontes diplomáticas citadas por agências internacionais,
as autoridades egípcias estão pressionando os grupos a respeitarem os
princípios acordados em abril de 2011 durante outro encontro no país
norte-africano.







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Ambos haviam concordado em formar um governo interino e realizar
eleições legislativas e presidenciais no ano passado, mas as promessas –
que deram um sopro de esperança aos palestinos - não foram cumpridas.
Um possível acordo colocaria fim à ruptura administrativa dos
territórios palestinos uma vez que a Faixa de Gaza é governada pelo
Hamas e a Cisjordânia, pelo Fatah por meio da ANP (Autoridade Nacional
Palestina).

Além de diferentes agendas políticas, as facções possuem um histórico
extenso de rivalidades que culminou em um breve conflito armado entre os
anos de 2006 e 2007 depois da vitória do Hamas nas eleições em Gaza. A
ruptura é incentivada por Israel que se recusou a aceitar acordos
prévios entre os grupos.

A conjuntura política atual indica ser favorável para a negociação. O
Hamas se tornou mais próximo e dependente da Irmandade Muçulmana, que
tenta a abertura da fronteira com a Faixa de Gaza e colaborou na
negociação pelo fim da Operação Pilar Defensivo de Israel. Por outro
lado, o Fatah se encontra em um impasse político com a falência de sua
estratégia de negociação com Israel, que continua não reconhecendo o
estado Palestino.

Agência Efe (18/11/12)

Mahmoud Abbas, líder do Fatah e presidente da ANP, afirmou que unidade entre palestinos será recuperada durante evento em Gaza

Na última sexta-feira (04/01), o Hamas permitiu a comemoração do 48º aniversário do Fatah na Faixa de Gaza
pela primeira vez desde que assumiu o poder em 2007. O partido de Abbas
por meio da ANP também concedeu que o grupo rival festajasse os seus 25
anos na Cisjordânia. Em ambos os eventos, os líderes exaltaram a possibilidade de união política entre os movimentos.

Além disso, ambas as organizações tiveram conquistas no último ano: o
Hamas considera que saiu vitorioso da última investida militar
israelense na Faixa de Gaza e Abbas conseguiu o reconhecimento da
Palestina como estado observador na Assembleia Geral das Nações Unidas.

Quem venceria a suposta eleição?

Se os palestinos tivessem que ir às urnas hoje para escolher seu
próximo representante, o candidato do Hamas seria favorito contra Abbas,
atual presidente e líder do Fatah, indica uma pesquisa do mês passado.

De acordo com relatório do PSR (Palestinian Center for Policy and
Survey Research), 48% dos eleitores votariam no premiê do Hamas, Ismail
Haniyeh, contra 45% para Abbas. Ele venceria Abbas com larga vantagem na
Faixa de Gaza (52%) e alcançaria o empate na Cisjordânia (45%).

Os resultados mostram uma mudança significativa nas últimas semanas com
a operação israelense na Faixa de Gaza, que trouxe frutos positivos
para o Hamas. Pois, há três meses, o presidente da ANP teria sido eleito
com o voto de 51% dos palestinos contra 40% do premiê.

É a porcentagem mais alta que o líder do Hamas já conseguiu desde as
eleições de 2006, quando o grupo venceu entre a população de Gaza.

Mas nem todos os índices foram desfavoráveis ao atual presidente da
ANP. A porcentagem de satisfação com Abbas cresceu neste mês, atingindo
54% da população palestina. Três meses atrás, a taxa era de 46%.

De acordo com os pesquisadores, o crescimento na popularidade do
representante se deve à votação na ONU para mudança no status da
Palestina, que se tornou estado observador.

O que querem os palestinos?

A pesquisa ainda indica que a principal meta dos palestinos (44%) é o
fim da ocupação israelense e o estabelecimento de um estado palestino na
Cisjordânia e Faixa de Gaza. Isso significa que ambas as administrações
– Hamas e Fatah - teriam de se unir em um governo só e aliar forças
contra Israel.






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comentários

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Pois, claro!

Toda a "irmandade" reunida no Egipto, onde conseguiram vitória, mais pálida, que risonha...