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Associações de homens na Índia pedem fim do "terrorismo de gênero"

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Associações de homens na Índia pedem fim do "terrorismo de gênero" Empty Associações de homens na Índia pedem fim do "terrorismo de gênero"

Mensagem por Vitor mango Seg Fev 04, 2013 2:05 am

POR DENTRO DOS BRICS

03/02/2013 - 19h45 | Margarida Guerra | Uttar Pradesh (Índia)






Associações de homens na Índia pedem fim do "terrorismo de gênero"



Eles argumentam que também são vitimas de violência psicológica e física, mas não têm um fórum apropriado






















Em meio a protestos exigindo que o governo indiano tome medidas para
proteger as mulheres da violência de gênero -- impulsionados pelo brutal
estupro coletivo de uma jovem em janeiro -- voltaram a ter destaque na
mídia local organizações de homens que se opõem abertamente ao que,
segundo eles, são “leis e políticas de gênero tendenciosas que favorecem
as mulheres”.

Divulgação
Associações de homens na Índia pedem fim do "terrorismo de gênero" Machistas
Indianos protestam contra "terrorismo de
gênero". Segundo o Unicef, 57% dos jovens no país acham justificável
bater em uma mulher

Existem hoje na Índia cerca de 40 associações de homens sob a alçada da
Save Indian Family Foundation (Fundação Salve a Família Indiana), uma
ONG comprometida com a “difusão de mensagens sobre igualdade de gênero e
harmonia familiar na Índia”. A ONG chama de terrorismo jurídico o
empoderamento das mulheres na Índia e fornece aconselhamento e
orientação gratuitos para homens e suas famílias que já foram ou são
potenciais “vítimas” das leis de proteção às mulheres.

Estas organizações opõem-se e advogam contra várias leis e políticas
que protegem a mulher, mas especialmente às leis contra o pagamento do
dote e da violência de gênero. A prática do pagamento de dote pela
família da noiva à do noivo (como forma de agradecimento por estes
passarem a prover pela nova "filha") foi proibido em 1961, considerado
um crime civil, e mais tarde em 1986, adicionado a diferentes sessões do
código penal.

O objetivo destas medidas foi acabar com os crimes que estavam sendo
cometidos contra as mulheres -- como violência doméstica, queimaduras
com ácido e até assassinatos -- quando a família do noivo considerava
que o dote não era suficiente. Contudo, as associações de homens afirmam
que as mulheres "se aproveitam da situação" e que "se vingam" dos
maridos com acusações falsas e injustificadas, apesar do marido se
esforçar para prover a sua família.

“Se a lei fosse neutra no que se refere ao gênero, mulheres também
entenderiam que a violência doméstica contra os homens é passível de
punição e haveria mais harmonia em casa”, afirmou Swarup Sarkar, membro
da Save Indian Family Foundation.








Os homens argumentam que também são vitimas de violência psicológica,
insultos e muitas vezes violência física, mas não têm um fórum
apropriado onde possam se queixar. Como não existem dados de violência
praticada contra os homens, estas associações se apoiam ems estatísticas
nacionais de suicídio, argumentando que mais homens casados do que
mulheres casadas cometem suicídio (62.433 homens contra 32.582 mulheres
em 2011, segundo dados da Confidare Research). Eles atribuem isso à
pressão a qual os homens são submetidos no seio familiar e ao
"terrorismo" que tem sido feito pelas associações de mulheres e pelo
próprio Estado com leis que, a seu ver, discriminam os homens.

“Hoje em dia, os homens têm as mesmas responsabilidades que tinham no
passado e as mulheres querem ter os mesmos direitos que os homens, mas
sem o acúmulo de nenhuma responsabilidade extra”, alegou um membro da
ONG Save Indian Family, em um grupo de discussão. Segundo Vigar Dhulia
da Confidare Research, “o sistema de família estendida, que prevalece na
Índia, significa que um homem é o ganha-pão e tem que prover para toda a
família. Isto tem sido a norma cultural há séculos. Esta é uma das
tarefas mais difíceis, pois pressupõe que o homem tenha que sacrificar
sua vida e aspirações, arriscar, enfrentar desafios e ganhar dinheiro,
para que toda a família possa se beneficiar”.

Violência contra mulher

Segundo o National Crime Records Bureau, o número de casos de violência
contra a mulher (estupro, rapto, assédio sexual, crimes de dote,
violência doméstica, etc.), aumentou em 7,1% de 2010 para 2011,
contabilizando 228.650 casos reportados no país. Contudo, estima-se que
grande parte dos casos nunca chega a ser reportados, uma vez que a
violência contra a mulher, especialmente a doméstica, ainda é
considerada um assunto privado. Além disso, a falta de informação faz
com que as leis não sejam aplicadas e os perpetradores não sejam
condenados. A percepção do que constitui um ato violento também continua
a ser muito baixa, especialmente entre as novas gerações.

Efe
Associações de homens na Índia pedem fim do "terrorismo de gênero" 20130203_634955108607445846w
Noivas participam de casamento coletivo em Bhopal, na Índia. Violência contra a mulher é problema crônico no país

Segundo um relatório da Unicef de 2012, a 57% dos jovens entre 15 e 19
anos concordam ser justificável bater em uma mulher em certas situações.
Para Scherazade Siganporia, coordenadora de Gênero na Índia da Agência
Alemã para Cooperação Internacional (GIZ, na sigla em alemão), “as
associações (como Save Indian Family Foundation) usam uma linguagem e
uma abordagem que não refletem as necessidades dos homens e acabam
inferiorizando o termo gênero em si (que é muito mais amplo)”.

O governo aprovou na sexta-feira (01/02) um decreto que regula o novo
estatuto sobre a violência de gênero no país, três semanas antes da
próxima sessão no Parlamento, que discutiria o tema. Neste sábado
(02/02), mais de mil organizações feministas indianas publicaram um
comunicado criticando a medida, que segunda elas, foi tomada
“sigilosamente”.

O conteúdo do regulamento introduziu disposições que foram fortemente
rejeitadas pela Comissão de Justiça, incluindo a pena de morte. "Estamos
chocadas ao saber que a portaria introduz um perpetrador de gênero
neutro por agressão sexual, o que sugere que homens e mulheres poderiam
ser cobrados pela ofensa. Estupro, como sabemos, é um crime definido
como a violência masculina contra as mulheres, com absolutamente nenhuma
evidência de mulheres como responsáveis. Isto é totalmente
inaceitável", observou Madhu Mehra, advogada dos direitos das mulheres.

Para Mehra, o decreto enfraquece a democracia indiana e trai a
confiança de dezenas de homens e mulheres que marcharam nas ruas de Deli
e de outras cidades exigindo o fim da impunidade da violência sexual. A
portaria agora só precisa ser aprovada pelo presidente da Índia, Pranab
Mukherjee, para que vire lei.

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dos Brics", em que quatro jornalistas brasileiros trazem as novidades
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Vitor mango
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