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Com crise e neonazismo, Grécia vive nova diáspora e população encolhe

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Com crise e neonazismo, Grécia vive nova diáspora e população encolhe Empty Com crise e neonazismo, Grécia vive nova diáspora e população encolhe

Mensagem por Vitor mango Qua Fev 20, 2013 2:37 am

Com crise e neonazismo, Grécia vive nova diáspora e população encolhe



Estudantes e meio artístico, sem perspectivas de emprego, são os principais afetados pelos memorandos do FMI

O documentarista Nikos Stamboulopoulos decidiu deixar Atenas em 2009,
quando a crise da dívida grega ainda era a ponta de um iceberg no
horizonte. Fez as malas com a vitória do partido de centro-esquerda
PASOK, na eleição de outubro daquele ano, e desembarcou em Amsterdã para
recomeçar a vida. A Grécia, sua terra natal, ficou no retrovisor. Hoje,
ele assiste de longe às notícias do país, que passa pela pior crise de
sua história recente.

Arquivo Pessoal
Com crise e neonazismo, Grécia vive nova diáspora e população encolhe Nikosgrecia
Documentarista enfrenta dificuldades e preconceito na Holanda, mas não pretende voltar à Grécia


Stamboulopoulos lamenta ver a Grécia em recessão profunda e despreza a
ascensão fascista, com o sucesso eleitoral do partido Aurora Dourada.
Desiludido, ele faz parte de um grande contingente de gregos que, sem
perspectivas de crescimento no próprio país, decidiu deixá-lo para
buscar trabalho no já saturado e pouco promissor mercado europeu. A
decisão de emigrar, explica, foi bastante dura. Mas necessária.

“A crise e suas consequências já estavam presentes para qualquer um que
não estivesse negando a própria realidade, o que lamentavelmente inclui
a maioria da população grega”, relatou a Opera Mundi.
“Eu decidi sair porque o setor cultural foi atingido muito antes de
entrarmos oficialmente em recessão, e a Holanda parecia uma boa escolha
por sua estabilidade financeira e seu papel na produção de
documentários”, explicou.

Os reflexos dessa nova diáspora, da qual faz parte Stamboulopoulos,
ainda não foram pesquisados a fundo, mas a tendência é visível em censos
recentes. A população grega, em suma, já encolheu. De acordo com a
Eurostat, a agência de estatísticas europeia, cerca de dois gregos a
cada mil deixaram o país entre 2009 e 2011. E segundo o censo de 2011 da
Elstat, a agência grega de estatísticas, a população absoluta do país
caiu para 9,9 milhões, ante 10,3 milhões de 2001.

Acadêmicos acreditam que o êxodo atual é comparável aos milhares que
saíram em busca de exílio no período que antecedeu a junta militar grega
(1967-1974). Entre os principais destinos continuam Holanda, Alemanha,
França, Suécia, Estados Unidos e Austrália. Os emigrantes são em sua
maioria profissionais gregos com ensino superior, frustrados com a
recessão econômica e sem perspectivas.







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As taxas de desemprego na Grécia são as mais altas da Europa. Mais de
25% da população não tem trabalho e os cortes provocados pelas políticas
de austeridade, impostas pelos memorandos do FMI (Fundo Monetário
Internacional), tem disparado uma enxurrada de greves pelo país em todos
os setores da economia. Professores, estivadores e metroviários
encabeçam a lista.

Preconceito dentro e fora

A ascensão neonazista grega é um dos motivos para que búlgaros e sírios, com quem Opera Mundi
conversou em Berlim e Atenas, tenham deixado a Grécia nos últimos
meses. O medo e o preconceito, segundo eles, que conviviam com a classe
média grega há pelo menos uma década, destruíram a atmosfera relaxada do
país. A única opção possível foi buscar uma vida nova na Alemanha e na
Suécia, respectivamente.

Mas o mesmo preconceito sentido por imigrantes sírios, búlgaros,
paquistaneses ou indianos na Grécia se estendeu, em termos, a toda a
Europa. Gregos que emigraram rumo a economias mais vistosas da União
Europeia sentiram isso na pele. Rotulados como “preguiçosos” pela
imprensa popular conservadora de Holanda, Reino Unido e Alemanha, eles
sofrem para conseguir empregos e passam por situações embaraçosas.

“A mídia tradicional holandesa fez uma festa com a crise grega,
lançando mão do estereótipo do grego folgado que aproveita uma vida
luxuosa à custa dos trabalhadores holandeses”, conta Stamboulopoulos.
“Essa é uma narrativa popular em muitos países europeus, onde decisões
políticas questionáveis e medidas de austeridade desnecessárias precisam
ser justificadas aos eleitores.”

“Nem é preciso dizer que essas generalizações ofensivas não explicam
por que a taxa de suicídios na Grécia dobrou, ou por que os neonazistas
de repente se tornaram uma força influente nessa sociedade em cacos”,
continuou ele.

Mesmo com a vida complicada no exterior, voltar à Grécia parece ser uma
iniciativa vazia para muitos. Os gregos que vivem no exterior, segundo
relatos, estão divididos quanto à possibilidade de “salvação econômica”
do país. Ao mesmo tempo, intelectuais cobraram um posicionamento da
grande diáspora grega do século 20, do período entre guerras
(1918-1939), hoje já estabelecida como classe média nos Estados Unidos,
Austrália e outros países europeus.

Apesar das campanhas de solidariedade, e do esfriamento da crise
europeia até a eleição alemã, que acontece em setembro, o rumo econômico
e político da Grécia ainda é incerto. As expectativas de quem está
dentro e fora do país são muitas. “Vou fazer o melhor que eu puder para
tirar a Grécia desse pesadelo, esperando que um dia eu possa escolher
voltar para casa. Eu tenho medo da possibilidade de me tornar mais um
imigrante que mascara a própria nostalgia com orgulho nacional, por um
passado que nunca existiu”, afirma Stamboulopolos.

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Só discuto o que nao sei ...O ke sei ensino ...POIZ
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Vitor mango
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