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Freitas do Amaral revela divergências com o ex-PGR Cunha Rodrigues

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Freitas do Amaral revela divergências com o ex-PGR Cunha Rodrigues Empty Freitas do Amaral revela divergências com o ex-PGR Cunha Rodrigues

Mensagem por Vitor mango Qui Out 23, 2008 9:25 am

Freitas do Amaral revela divergências com o ex-PGR Cunha Rodrigues

No 2.º volume das suas memórias políticas, Freitas do Amaral revela um conflito que manteve com Cunha Rodrigues, antigo Procurador-geral da República, por causa da actuação da PJ durante a investigação às mortes de Sá Carneiro e Amaro da Costa.
Nuno Saraiva
12:10 | Quinta-feira, 23 de Out de 2008

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Freitas do Amaral revela divergências com o ex-PGR Cunha Rodrigues Freitas do Amaral aproveita o 2.º volume das suas memórias para revelar que a correspondência trocada com Cunha Rodrigues, em 1995, a propósito do Caso Camarate, "visava tanto a Polícia Judiciária como a inércia e a má condução do processo por parte do Ministério Público"
Rui Ochôa
Freitas do Amaral aproveita o 2.º volume das suas memórias para revelar que a correspondência trocada com Cunha Rodrigues, em 1995, a propósito do Caso Camarate, "visava tanto a Polícia Judiciária como a inércia e a má condução do processo por parte do Ministério Público"

Pouco mais de uma semana depois da queda do avião em Camarate, o então ministro dos Negócios Estrangeiros, Freitas do Amaral, recebeu no Palácio das Necessidades um telegrama cor de rosa, "a cor típica dos principais telegramas diplomáticos portugueses", enviado pelo embaixador de Portugal em Londres, Freitas Cruz.

No documento eram reveladas as suspeitas da Scotland Yard quanto às mortes dos então primeiro-ministro, Francisco Sá Carneiro, e do ministro da Defesa, Adelino Amaro da Costa, terem resultado de "um atentado" perpetrado por Lee Rodrigues, que "há tempos anda a ser vigiado de perto por suspeita de vários crimes, nomeadamente fabrico e colocação de explosivos".

No 2.o volume das suas memórias políticas, Freitas do Amaral revela que enviou de imediato o telegrama à Polícia Judiciária, que tinha uma investigação em curso, para que este fosse junto ao processo.

O facto é que a junção nunca aconteceu e Freitas não esconde a estupefacção: "O desaparecimento do telegrama é muitíssimo estranho. Mais tarde, vim a apurar que também não se encontrou nenhuma cópia do telegrama na Embaixada de Portugal em Londres, de onde ele foi expedido. Foi um documento 'sem rasto'".

A 29 de Novembro de 1995, o então Procurador-geral da República, Cunha Rodrigues, escreveu uma carta, até hoje desconhecida, a Freitas do Amaral: "Como é possível não ter Vossa Excelência reagido à inércia da Polícia, pelo menos quando, como membro do Governo e Vice-Primeiro-Ministro, dispunha de poderes de tutela e fiscalização para o fazer?"

Até hoje sem resposta, Freitas aproveita este livro para revelar que a correspondência trocada com Cunha Rodrigues, em 1995, "visava tanto a Polícia Judiciária como a inércia e a má condução do processo por parte do Ministério Público (MP)".

Por outro lado, o ex-ministro garante que só quando consultou o processo, em 1995, tomou conhecimento "dos vários comportamentos graves e censuráveis", tanto da PJ como do MP. E conclui acusando o ex-PGR de ter cometido um "erro de direito" por desconhecer, ele que "é supostamente conhecedor e defensor, em razão do cargo, de todo o Direito português vigente", as "competências constitucionais e legais que me estavam atribuídas" em matéria de fiscalização e tutela da PJ.

Estes episódios são relatados no livro "A transição para a democracia", o 2.º volume das memórias políticas de Freitas do Amaral, editado pela Bertrand, em que este revela conversas até hoje desconhecidas com Ramalho Eanes, Mário Soares, Francisco Pinto Balsemão ou Maria de Lurdes Pintasilgo.
Vitor mango
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