Como pode o regime viver sem Portas?
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Como pode o regime viver sem Portas?
Como pode o regime viver sem Portas?
Publicada por Combustões à(s) 7.7.13 2 comentários:
Pensar o PP sem Portas seria como aceitar o Politeama sem La Feria, a Fundação Gulbenkian sem o museu, os Restauradores sem o obelisco, o Chiado sem o Elevador de Santa Justa. O PP é Portas e Portas o PP. Sem Portas, o PP voltaria a ser a Avenida de Roma, uns cavalheiros educadinhos, casaca à almirante com penduricalhos dourados, uns miúdos de vinte e poucos vestidos como velhotes de setenta e tal, umas garraiadas e noites de fado, e pronto. O vento que passou pela cabeça de Portas foi coisa de uma noite mal dormida, como quando Alexandre pegou fogo ao palácio de Persépolis para, de seguida, arengar aos seus incondicionais para que debelassem o flagelo. A maioria daquela gente não conseguiria dirigir com êxito uma tabacaria, um pronto-a-vestir ou organizar uma quermesse. Sabem-no, pois foi Portas quem por duas vezes em seis anos os levou para o governo.
Só hoje me dei conta que dos líderes do regime, Portas é o único que não lembra um padre, coisa que muito o favorece num país católico mas entranhadamente anti-clerical. Louçã - pois o que lá está nem existe - faz o teólogo sem fé, quase odioso no seu indisfarçável "ódio ao humano"; Seguro é tão estampadamente seminarista que poucos o poderão imaginar no cevadouro da vida governativa, muito menos resistir a uma grandolada sem espavorir; o fulano do PC parece o líder de um desses núcleos das Testemunhas de Jeová que aos sábados insiste em passar a Sentinela ou o Despertai; Passos (imaginem-no de sotaina) lembra um sacerdote bem apessoado, daqueles que povoam as secretarias da cúria.
Portas, esse, muda de voz, de discurso, semblante e trajo com tal à-vontade que a não imagem se transforma na imagem que cada um dele retém. No fundo, é o político por antonomásia - não há política sem estratagema, sem intriga e sem oportunismo que rima com sobrevivência - e é capaz de, no mesmo dia, passear-se pelo Bolhão, beijar e ser beijado por multidões de peixeiras e hortaliceiras, almoçar no American Club e terminar o dia de samarra aos ombros e boné acachapado discursando sobre as labutas do campo. A crise passou e, ao contrário dos opinadores e periodiqueiros, na próxima semana tudo estará esquecido, pois o povo gosta de espectáculo e o único homem da política que lhe lembra os afectos, as excitações, as lágrimas e ânsias dos futebóis, dos programas de palmas e prémios da tv, as telenovelas ou as revistas do coração é Portas. Portas passa a ter entre mãos o dossier Troika. Seguro não poderia esperar pior. Apostem comigo em como vai ser Portas a expulsar a Troika, a conseguir a renegociação e a colher os aplausos pelo investimento na economia. Sei-o com a mesma certeza que amanhã haverá praia, calor e muitos refrigerantes.
Publicada por Combustões à(s) 7.7.13 2 comentários:
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Só discuto o que nao sei ...O ke sei ensino ...POIZ
Vitor mango- Pontos : 117576
Re: Como pode o regime viver sem Portas?
Apostem comigo em como vai ser Portas a expulsar a Troika, a conseguir a renegociação e a colher os aplausos pelo investimento na economia. Sei-o com a mesma certeza que amanhã haverá praia, calor e muitos refrigerantes.
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