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O Lobby Israelense e a comunidade judaica organizada querem mudança de regime na Síria

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Mensagem por Vitor mango Ter Set 17, 2013 11:38 am

O Lobby Israelense e a comunidade judaica organizada querem mudança de regime na Síria
4 de setembro de 2013
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O presidente Obama agora está dizendo que sua administração decidiu atacar a Síria mas vai buscar a aprovação do Congresso para fazê-lo. Isto cria uma situação realmente interessante se o Congresso não concordar, como parece bem possível.


Assad: a “bola da vez” para os sionistas

A ideia de Obama ordenar um ato de guerra contra a Síria sem apoio internacional significativo e sem um mandado do Congresso sempre foi uma coisa espantosa. Eis aqui nosso presidente de extrema-esquerda advogando mais outra guerra no Oriente Médio depois de se opor à guerra no Iraque quando era senador. O mesmo presidente que tem uma relação gélida com Benjamin Netanyahu e repetidas vezes ficou aquém das exigências do lobby israelense.

A justificativa, claro, é apresentada em termos morais — como todas as guerras americanas, mas também houve mais que um toque disto nos preparativos para a guerra do Iraque. Aqui, a alegação dos falcões torna-se mais difícil porque a história das armas de destruição em massa revelou-se falsa. Convém não esquecer que esta história foi fabricada por agentes pró-Israel, com forte identidade étnica judaica, ligados ao Gabinete de Planos Especiais [Office of Special Plans] do Departamento de Defesa, incluindo Paul Wolfowitz, Douglas Feith, Abraham Shulsky, Elliott Abrams, David Wurmser, Michael Ledeen, David Schencker e Michael Rubin, com a cooperação estreita da Inteligência israelense.

Os suspeitos neocons de sempre da Weekly Standard — incluindo muitas das mesmas pessoas que fizeram campanha pela guerra no Iraque — estão fazendo pressão por um grande envolvimento americano na Síria. É de se enlouquecer ler a declaração destes assim-chamados “especialistas” de que o presidente deve agir para “assegurar que as armas químicas de Assad não ameacem mais a América.” Evocações a como o Iraque sob Saddam Hussein ia destruir os Estados Unidos. Como Assad vai lançar suas armas químicas contra os Estados Unidos fica para cada um imaginar.

Dado o forte apoio dos neoconservadores a uma ação contra a Síria, devemos supor que Israel esteja inteiramente a favor de uma campanha dos Estados Unidos. Então, não é de se surpreender que, como no caso da preparação da guerra no Iraque, a Inteligência israelense seja central e frontal : “O grosso das evidências provando a utilização de armas químicas por parte do regime de Assad — o que forneceria o embasamento legal essencial para se justificar qualquer ação militar ocidental — foi fornecido pela inteligência militar israelense, informou a revista alemã Focus.” (veja aqui). Isto inclui a tão discutida chamada telefônica interceptada, entre autoridades sírias discutindo o uso de armas químicas (Ibid.) e a alegação de que armas químicas foram deslocadas para o local do ataque (veja aqui).

Não tenho conhecimento de evidências para um envolvimento pesado de operadores do Lobby Israelense no lado americano responsável por verificar estes dados de inteligência, como foi o caso quando o Lobby fabricou a justificativa para o desastre do Iraque — sem dúvida, o pior de tais episódios de traição e corrupção na história americana. No entanto, é preciso ser ingênuo para não suspeitar de um envolvimento israelense.

Como muitos têm observado, não faria sentido Assad lançar armas químicas em um conflito que ele estava vencendo;
não faz sentido matar mulheres e crianças; não faz sentido atacar justamente quando investigadores da ONU chegaram à Síria; não faz sentido incorrer na cólera dos moralizadores dos Estados Unidos ao se cruzar a linha vermelha idiota de Obama — idiota porque é um convite aberto a uma operação sob falsa bandeira executada pelos oponentes do regime de Assad.

Uri Avnery afirma que “praticamente todos os líderes políticos e militares israelenses” querem que a guerra civil na Síria “continue para sempre”.
A outra motivação óbvia para Israel e sua quinta coluna nos Estados Unidos é desferir um golpe contra o Irã, como muitos têm observado. A motivação anti-iraniana é central e frontal no site do AIPAC [Comitê Americano para Assuntos Públicos de Israel] (“A Síria prova a urgência de se parar o Irã”). Este artigo supõe que seja verdade que Assad usou de fato armas químicas:

O uso de armas químicas pelo regime de Assad ressalta o perigo de se permitir que os regimes mais perigosos do mundo possuam armas de destruição em massa. Enquanto Israel prepara seus cidadãos para as possíveis ramificações de um ataque químico por parte da Síria, os Estados Unidos devem considerar ramificações potencialmente catastróficas se o Irã, que está apoiando ativamente Assad, adquirir capacidade armamentista nuclear. … Não podemos permitir que Assad opere com o apoio de seu maior Aliado em Teerã apoiado por uma capacidade armamentista nuclear. A República Islâmica já está expandindo sua influência por toda a região, deslocando equipamento e recursos militares para o interior da Síria e do Líbano.

Em uma declaração de junho de 2013, o Jewish Institute for National Security Affairs [Instituto Judaico para Assuntos de Segurança Nacional], enfatiza, como o AIPAC, as possíveis implicações de um fracasso de se agir na Síria para a questão mais ampla do Irã:


Ao invés de impedirem a Síria ou o Irã de usarem ou trabalharem por armas ilícitas, as linhas vermelhas da administração parecem estar erodindo a credibilidade e a segurança nacional dos Estados Unidos. A lição aprendida com a Síria é que prevenir a nuclearização do Irã vai requerer uma linha vermelha acionável e verificável. Isto deve incluir um mecanismo credível para se avaliar o progresso do Irã rumo à linha vermelha e alertar para o seu cruzamento.

A declaração da ADL [Liga Antidifamação] recorre á ambiguidade sobre quem é responsável pelo uso de armas químicas (“Uso de armas químicas na Síria ‘um crime imoral de primeira ordem’ “). Por um lado, ela afirma que o ataque foi executado “supostamente por parte do governo sírio.” Por outro lado, Abe Foxman [presidente da ADL] culpa claramente o governo sírio pelos “acontecimentos terríveis da semana passada,” uma alegação que vai muito mais longe. E como sempre, o Holocausto é invocado como estabelecendo uma postura judaica especial para se satisfazerem interesses judaicos:

Por mais de dois anos, o mundo tem sido testemunha do massacre do Presidente Bashar al-Assad a seus próprios cidadãos. Na esteira dos acontecimentos terríveis da semana passada, não há mais qualquer dúvida sobre a natureza brutal e maligna de Assad e seu regime.

Nós saudamos a clara declaração de condenação do uso de armas químicas na Síria por parte do Secretário Kerry e o compromisso dos Estados Unidos em trabalharem com seus aliados para assegurarem que os responsáveis prestem contas. O mundo falhou em agir durante o Holocausto e ficou parado durante os genocídios no Camboja e em Ruanda. É um imperativo moral que a comunidade internacional aja agora para impedir novas atrocidades na Síria.

Da perspectiva de Foxman, é difícil ver como “impedir novas atrocidades” poderia acontecer com menos do que uma mudança de regime.

Está claro que a comunidade judaica organizada não vai ficar satisfeita com um mero gesto contra Assad e quer algo nos arredores de uma mudança de regime. O Washington Institute for Near East Policy [Instituto Washington para o Oriente Próximo] tem vários artigos com a mensagem de que um ataque dos Estados Unidos precisa estar ligado a objetivos estratégicos. Um artigo de Michael Makovsky e Blaise Misztal advoga uma resposta “assimétrica”, na qual os Estados Unidos causariam muito mais danos à Síria do que os causados pelo ataque com armas químicas: “se Washington ordenar uma operação contra o regime de Assad, não se deveria hesitar em quebrar alguns ovos no caminho para a Síria, de modo a assegurar um acesso mais fácil no futuro. Esta abordagem mandaria uma mensagem credível e ameaçadora ao regime para corrigir seu comportamento ou enfrentar novos ataques.”

Também no site do WINEP, Robert Satloff (um dos mais desprezíveis neocons) defende a ideia ridícula de que uma mudança de regime na Síria é de interesse americano:

Dado o que está estrategicamente em jogo na Síria, e que toca todos os interesses fundamentais dos Estados Unidos na região, a via mais sábia de ação é usar a oportunidade da violação flagrante do regime de Assad às normas globais para se empreender uma ação que acelere o fim deste regime. Contrariamente às opiniões dos líderes militares americanos, isto também reforçará a credibilidade do compromisso do presidente em impedir a obtenção de capacidade armamentista nuclear por parte do Irã, ao invés de erodir a capacidade dos Estados Unidos de fazerem isto valer.

Do mesmo modo, neocons como Charles Krauthammer (também no alto da lista dos mais desprezíveis neocons) querem que a campanha dos Estados Unidos mude o equilíbrio de poder — “uma campanha com vistas a mudar o equilíbrio de forças pela remoção da vantagem militar decisiva do regime sírio — o poder aéreo.” O que os neocons não querem é um ataque breve que sirva para poco mais do que mostrar a insatisfação dos Estados Unidos, deixe Assad no poder e não mude a situação militar.

Então, do ponto de vista israelense e neocon (que é a mesma coisa), de qualquer modo é uma vitória. Uma intervenção dos Estados Unidos no mínimo prolongaria uma guerra que Assad está vencendo, enfraquecendo a Síria e o Hezbollah por um bom tempo futuro adentro. E talvez leve à queda de Assad e a um governo sunita desligado do Irã. O Irã e seus aliados são vistos como um inimigo muito mais perigoso para Israel do que as nações árabes e os rebeldes principalmente sunitas opondo-se ao governo de Assad, não importa o quão fanaticamente muçulmanos, cheios de ódio a Israel e irmanados com a al Qaida eles se revelem.

A decisão de Obama em consultar o Congresso pode na verdade beneficiar o Lobby Israelense, porque isto poderia bem possivelmente dar um mandado para muito mais do que um breve ataque que seja pouco mais do que um gesto — como Bill Clinton fazendo lobby por uns poucos mísseis cruzeiros contra o Afeganistão para protestar contra o bombardeio de embaixadas americanas na África. Sem um mandado do Congresso e sem o apoio do Reino Unido, teria sido improvável que Obama executasse o tipo de ataque desejado pelo Lobby. Agora, há uma chance .

O retardo dá ao Lobby Israelense uma oportunidade para pisar fundo a fim de desafiar os números das pesquisas e exercer seu poder sobre o Congresso. Neste momento, claramente não há um mandado popular para uma guerra; apenas 42% é a favor de uma “ampla resposta militar” e apenas 16% é a favor da mudança de regime desejada pelo Lobby Israelense. Uma porcentagem muito mais alta, mas ainda longe de um mandado (50%), é a favor do tipo de ação detestada pelo Lobby Israelense — uma resposta limitada, envolvendo apenas navios da marinha visando as armas químicas.

A aprovação do Congresso também é incerta. O senador republicano pelo Kentucky Rand Paul declarou que a possibilidade é de “50/50″ e que a Casa Branca aprovará o uso de força, mas que o Senado vai “carimbar o que [Obama] quiser.” Outros acreditam que mesmo o Senado será uma “batalha dura.”

Então, o Lobby Israelense tem um desafio à frente, mas é certamente realizável. Espere uma nevasca de propaganda emanando da mídia mais elitista nos Estados Unidos e muita torção de braço no Congresso. O Lobby Israelense vê isto como uma batalha preliminar antes da campanha realmente séria por uma guerra com o Irã. Se o Lobby perder este teste, seria uma clara indicação de que falta aos Estados Unidos a determinação para atacar o Irã.

A pressão vai ser intensa. Não aposte contra o Lobby.

Kevin MacDonald

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Só discuto o que nao sei ...O ke sei ensino ...POIZ
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Vitor mango
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