Abismos-Descida às profundezas

Abismos
Descida às profundezas

Deixámos para trás a superfície e fomos ao fundo no Aqueduto das Águas Livres, nas caves de Mafra e na mina de sal-gema de Loulé
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SALGADO
GALERIA DA MINA DE CAMPINA DE CIMA, POR BAIXO DA CIDADE DE LOULÉ. SÃO MAIS DE 30 KM DE TÚNEIS ABERTOS NO SAL COM A PROFUNDIDADE MÁXIMA DE 314 METROS


Há segredos escondidos por baixo da superfície, na escuridão eterna das profundezas? Poços, cavernas e grutas serão portas para outro mundo? Perguntas como estas alimentaram o imaginário de povos e gerações ao longo dos séculos. A ciência moderna desvendou muita coisa acerca dos estreitos 40 km de rocha sólida que nos separam do interior do Planeta. Abaixo destes há 6.000 km de materiais diversos até se chegar ao centro da Terra. É o manto, parcialmente em fusão, e o núcleo central, constituído por elementos metálicos muito densos, a temperaturas da ordem dos 4.000 graus centígrados. É daí que vem algum do calor que mantém o Planeta habitável, tal como o campo magnético que a envolve. Mas as fronteiras do desconhecido não recuaram assim tanto. Continua a ser fácil a imaginação perder-se no escuro dos abismos, sobretudo se, como diziam os filósofos oitocentistas, não tiver a luz da Razão para a guiar.

Fomos à procura dos lendários ratos dos subterrâneos do Convento de Mafra e percorremos o labirinto de condutas subterrâneas do subsolo de Lisboa. Desvendámos os segredos da mina de sal de Loulé: quilómetros de galerias, tão impressionantes para quem as visita, como desconhecidas da generalidade das pessoas. Mas ainda há mais surpresas escondidas sob a Baixa Pombalina, tal como na Beira subsistem galerias milenares que desviam o curso de rios, furando montanhas inteiras. De tudo isto se fala na reportagem que se segue, deixando, à margem, algumas sugestões de visita.

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TEXTO DE RUI CARDOSO. FOTOGRAFIAS DE RUI OCHÔA

http://aeiou.semanal.expresso.pt/unica/artigo.asp?edition=1878&articleid=ES306540&subsection=Abismos