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Ariel Sharon completa quatro anos em coma

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Mensagem por Vitor mango Sáb Jan 02, 2010 2:06 pm

Ariel Sharon completa quatro anos em coma

(AFP) – Há 1 dia

JERUSALÉM, Israel — O ex-primeiro-ministro israelense Ariel Sharon completará quatro anos em coma no próximo dia 4 e até hoje nenhum líder político prosseguiu com seu "plano de separação" unilateral dos palestinos, cuja primeira etapa devia ser a retirada de Gaza, realizada em 2005, com o objetivo de fortalecer a segurança de Israel e tirar o exército nacional do atoleiro no território palestino.

Somente o partido centrista Kadima, criado por ele, reivindica seu legado político, embora tenha deixado seu projeto cair no esquecimento.

Nascido em 27 de fevereiro de 1928, Sharon, um ex-general que se tornou líder da direita nacionalista, sofreu um derrame cerebral em 4 de janeiro de 2006 e, desde então, é mantido vivo artificialmente, depois de ter caído num coma aparentemente irreversível.

Muitos israelenses sentem nostalgia da época em que Sharon era chefe de governo, devido aos fracassos de seu sucessor, o atual primeiro-ministro Ehud Olmert, na gestão da guerra no Líbano em 2006.

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Mensagem por Viriato Sáb Jan 02, 2010 5:12 pm

Deixa-te aí a dormir mais quatro anos porque já fizeste caca demais acordado...
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Mensagem por Vitor mango Dom Jan 03, 2010 1:41 am

Ontem no TV Historia foi contada a vi9da politica dele
Foi o primeiro politica a gritar
Vamos fugir de Gaza que aquilo é um lameiro tremendo ..mas antes mandou retirar os colonos ( á bruta ) e de seguida mandou deitar as casas abaixo que que ninguem beneficiasse delas
É isto que me chateia
Portugal saiu das colonias ( mesmo em macau ) e tudo fez para entregar os imoveis como estavam
Claro que o Sharon percebeu como militar que os colonatos seriam e sao o cancro de um estado anacronicamente religioso
Como rebenta ?
Por dentro
BUM
Milçitares e depois estudantes que nestas coisas visionam para alem das balas ja viramn que uma soluçao militar nao leva a nada e igualmente sustentar tanta malta vestida de smoking a apagar ideias retrogradas num mundo moderno é simples de risota pelo ridiculo
Se bem que nao seja interessante sustentar um sabio rabino a cheirar os sovacos da Historia e a ver a formula da arvca de noe a escolher os animais que iriam ser salvos de uma bia chuvada
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Mensagem por Viriato Dom Jan 03, 2010 4:35 am

Sharon é (foi?) um carniceiro. Nunca deveremos esquecer os massacres de Sabra e Shatila, actos completamente gratuitos e animalescos. Foi considerado criminoso e afastado do poder. Para reentrar, visitou com o intuito de provocar, os lugares santos para os palestinianos dando origem a uma antifada cujos reflexos ainda se mantêm. Está, para mim, ao mesmo nível de crueldade de Hitler, Staline ou Pol-Pot.
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Mensagem por Joao Ruiz Dom Jan 03, 2010 4:46 am

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Ariel Sharon completa quatro anos em coma Ariel_Sharon

Biografia

Ariel Sharon nasceu num assentamento israelita, no então Mandato Britânico da Palestina. Seu pai era um judeu de origem lituana e sua mãe uma judia russa. Os pais de Sharon fizeram parte da Segunda Aliá, um movimento sionista-socialista com orientação secular.

Em 1942, com a idade de 14 anos, Sharon entrou na Gadna, uma força paramilitar formada por jovens, e mais tarde ingressou no Haganá, força paramilitar judaica clandestina, que lutava pelo fim da administração britânica da Palestina.

Quando o Estado de Israel foi criado, em 1948 (e o Haganá foi incorporado às forças de defesa israelitas), Sharon tornou-se comandante das tropas da Brigada Alexandroni. Sofreu um grave ferimento na virilha, depois de enfrentar a Legião Árabe Jordana, durante a Segunda Batalha de Latrun, numa tentativa frustrada de libertar judeus sitiados em Jerusalém. Foi tratado e recuperou.

Em 1949, foi promovido a comandante da companhia, e em 1951 a oficial de inteligência. Abandonou o cargo para estudar História e Cultura do Oriente Médio, na Universidade Hebraica de Jerusalém. Um ano e meio depois, pediu para voltar ao trabalho, agora no cargo de major e líder da Unidade 101, a primeira das forças especiais israelitas.

A Unidade 101 realizou uma série de ataques contra os vizinhos palestinos, o que trouxe mais confiança a Israel e fortaleceu sua resistência. Entretanto, a unidade também foi criticada por ter atacado civis, no conhecido episódio do massacre de Qibya, no outono de 1953, quando cerca de 60 civis palestinos foram mortos num ataque na Cisjordânia. O próprio Sharon explodiu casas com civis palestinos dentro. No documentário: "Israel e os árabes: 50 anos de guerra", Ariel Sharon recorda o que aconteceu no confronto, que foi duramente condenado por muitos países ocidentais, inclusive os Estados Unidos da América:

Eu fui chamado para ver Ben-Gurion. Era a primeira vez que eu o via, e logo no início,disse-me:

'Deixe-me contar-lhe uma coisa: não importa o que o mundo diga sobre Israel, não importa o que eles digam a nosso respeito em nenhum lugar. A única coisa que importa é que nós podemos existir aqui, na terra de nossos ancestrais. E a menos que mostremos aos árabes que há um alto preço a ser pago pelo assassinato de judeus, nós não iremos sobreviver.'

Pouco tempo depois, apenas meses depois ae sua fundação, a Unidade 101 foi incorporada na 202 Brigada de Patrulheiros (da qual Sharon se tornaria comandante), que continuou a atacar alvos militares e civis, culminando no ataque da delegacia de polícia de Qalqilyah no outono de 1956.

Sharon é viúvo duas vezes. Logo após tornar-se instrutor militar, casou com a sua primeira esposa, Margalit, com a qual teve um filho: Gur. Margalit morreu num acidente de carro em 1962. Gur morreu em Outubro de 1967, quando um amigo o feriu acidentalmente, numa brincadeira com um antigo rifle de Sharon.

Depois da morte de Margalit, Sharou casou com sua irmã mais nova, Lily. Tiveram dois filhos: Omri e Gilad. Lily Sharon morreu de câncer em 2000.

Carreira política

Sharon ingressou na carreira política durante o governo do primeiro-ministro Menachem Begin e foi filiado no partido de esquerda, Mapai, durante as décadas de 40 e 50. Entretanto, depois de se afastar da vida militar, Sharon foi importante para a criação do Likud, partido liberal de centro-direita, em Julho de 1973.

O Herut, o Partido Liberal e outros sectores independentes foram integrados no Likud e Sharon tornou-se coordenador da campanha para as eleições de Novembro do mesmo ano. Todavia, duas semanas e meia depois do início da campanha eleitoral, eclodiu a Guerra do Yom Kippur e Sharon foi chamado a comandar as forças militares. Em Dezembro de 1973, foi eleito para o Knesset (Parlamento), mas um ano depois, cansado da vida política, renunciou.

De Junho de 1975 até março de 1976, Sharon foi assessor especial do primeiro ministro Yitzhak Rabin, trabalhando como um de seus conselheiros militares. Com a aproximação das eleições de 1977, tentou voltar ao Likud e substituir Menachem Begin como presidente do partido. Tentou convencer Simcha Ehrlich, que comandava o bloco do liberal do partido, de que ele teria mais chances do que Begin para vencer as eleições, mas não teve sucesso. Depois disso, tentou ingressar novamente no Partido Trabalhista e no centrista Dash, mas foi rejeitado por ambos. Formou então o seu próprio partido, o Shlomtzion, e conseguiu obter duas cadeiras no Knesset, nas eleições subseqüentes. Logo após as eleições, fundiu o Shlomtzion com o Likud e tornou-se Ministro da Agricultura.

Nessa época, apoiava o Gush Emunim, movimento que encorajava os assentamentos judeus na Judéia e Samaria. Sharon usou a sua posição para estimular a criação de uma rede de assentamentos na Cisjordânia e Faixa de Gaza e assim prevenir a possibilidade de retorno dos civis palestinos de lá expulsos . Conseguiu dobrar o número de assentamentos judeus na Cisjordânia e na Faixa de Gaza, durante sua gestão.

Depois das eleições de 1981, Menachem Begin recompensou Sharon pela sua importante contribuição para a vitória apertada do Likud, nomeando-o Ministro da Defesa.

No ano seguinte, Sharon dirigiu as operações de evacuação do Sinai, especialmente da cidade de Yamit, que algumas centenas de colonos israelenses irredutíveis se recusavam a evacuar. O exército é encarregado de retirá-los à força e demolir suas casas, na operação "Pomba vermelha". A difusão do episódio pela televisão marcou por muito tempo a opinião pública israelita.

Como ministro da Defesa, Sharon passou a apoiar e atiçar os cristãos contra os muçulmanos no Líbano, com o objetivo de fazer daquele país um posto avançado de Israel. Em 1982, após repetidos ataques da OLP, ao longo da fronteira do Líbano - então em guerra civil - as tropas israelitas invadiram Beirute. Na mesma ocasião falangistas libaneses maronitas invadiram dois campos de refugiados palestinos - Sabra e Shatila - situados em área controlada pelo exército israelita. Nesse episódio, segundo a Cruz Vermelha Internacional, 452 civis palestinos foram assassinados - embora outras fontes estimem o número de vítimas em até 3500 pessoas.

Mais de 500.000 israelitas se manifestaram contra o massacre e em 8 de Fevereiro de 1983, a comissão de inquérito oficial, dirigida pelo presidente da Corte Suprema de Israel, o juiz Yitzhak Kahan, publicou seu relatório, responsabilizando pessoalmente Ariel Sharon por não ter ordenado as medidas de segurança necessárias a impedir o previsível massacre. Assim, Sharon foi obrigado a deixar o Ministério.

Mesmo depois de ser forçado a deixar o cargo, continuou na vida política fazendo parte de sucessivos governos: como ministro sem pasta (1983–1984), Ministro do Comércio e Indústria (1984–1990) e Ministro da Construção para Habitação (1990–1992). Durante este período, era rival do então Primeiro Ministro Yitzhak Shamir, mas não foi bem sucedido ao tentar substituí-lo como presidente do governante Likud, nas várias oportunidades que teve.

A rivalidade entre Shamir e Sharon teve seu ponto alto durante a "Noite dos microfones", em fevereiro de 1990, quando Sharon tomou o microfone de Shamir, que falava para o Comitê Central do Likud, e disse a frase que se tornaria famosa: "Quem está varrendo o terrorismo?". A insinuação era que apenas Sharon sabia como desencorajar e acabar com os ataques. O incidente ficou marcado como uma tentativa aparente de derrubar a liderança de Shamir no partido.

Durante o governo de Benjamin Netanyahu (1996-1999), Sharon foi Ministro da Infra-estrutura Nacional e Ministro das Relações Exteriores (1998-1999). Com a vitória de Ehud Barak, do Partido Trabalhista, que assumiu o governo, Sharon tornou-se líder do Likud. Depois do colapso do governo de Barak, Sharon foi eleito Primeiro-Ministro de Israel, em Fevereiro de 2001.

Em 21 de Novembro de 2005, Ariel Sharon renunciou ao cargo de presidente do Likud e dissolveu o parlamento para formar um novo partido de centro chamando Kadima (Avante).

In Wikipédia


Quando se fala de alguém, principalmente de figuras públicas -goste-se ou não delas- é de toda a justiça, que se saiba do que se fala, porque há sempre as duas faces da moeda.

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Mensagem por Viriato Dom Jan 03, 2010 4:53 am

João Ruiz escreveu:

Quando se fala de alguém, principalmente de figuras públicas -goste-se ou não delas- é de toda a justiça, que se saiba do que se fala, porque há sempre as duas faces da moeda.

Rolling Eyes

Pois. Cada um escolhe a sua face. Eu aposto sempre em "cara". O João em "croa". Gostaria de dizer que a Wikipédia é feita por anónimos. É uma boa ferramenta mas não isenta. Depende de quem incluíu o texto. E aí não indica. Naturalmente foi algum membroa da sua família...
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Mensagem por ricardonunes Dom Jan 03, 2010 5:14 am

Para se perceber do que se está falar, aqui vai um relato na primeira pessoa.


Por que Sharon é um criminoso de guerra

Relato de uma testemunha ocular do massacre de 1982 em Sabra e Shatila

Pelo Dr. Ben Alofs

Media monitors Networks
Http://www.mediamonitors.net/copyright.html.

Sou um médico holandês, vivendo atualmente no norte do País de Gales. No verão de 1982 eu trabalhava como enfermeiro em Beirute Ocidental que, à época, estava sob sítio do exército israelense.
O negociador americano Philip Habib tinha intermediado um acordo mediante o qual o exército israelense abster-se-ia de ocupar Beirute Ocidental, depois que os fedayeens (combatentes palestinos) palestinos tivessem partido. Um segundo aspecto fundamental do acordo era que os EUA garantiriam a segurança da população civil palestina remanescente. A evacuação, supervisionada por uma força de manutenção de paz internacional, seguiu tranqüila e foi completada em 1º de setembro. Muito antes de 26 de setembro, a data que tinha sido acordada, a força de manutenção de paz internacional partiu entre 10 e 13 de setembro. No dia 3 de setembro, aconteceu a primeira violação do acordo Habib, quando as forças israelenses ocuparam Bir Hassan, na área suburbana ao sul de Beirute. Antes disso, Sharon havia afirmado que queria as forças de manutenção de paz fora de Beirute.
Depois do assassinato de Bashir Gemayel, o carismático e cruel líder dos falangistas, aliados de Israel, Ariel Sharon ordenou a invasão de Beirute Ocidental a pretexto da restauração da “lei e da ordem”. Contrariando essa afirmação, Beirute Ocidental estava perfeitamente tranqüila naquele momento. A invasão foi uma séria violação do acordo Habib. Mas mais importante era que desde o início da ocupação de Beirute Ocidental, o exército israelense, sendo uma força de ocupação sob a Quarta Convenção de Genebra e o Protocolo 1, tornou-se responsável pela segurança da população civil sob seu controle.
Os jornalistas israelenses Zeev Schiff e Ehud Ya’ari descrevem como Sharon insistiu no envio de milicianos falangistas aos campos de refugiados palestinos de Sabra e Shatila [ver “Israel´s Lebanon War” (“A guerra libanesa de Israel”)]. Para realizar isso, Sharon tinha tido encontros em 15 de setembro com Elie Hobeika, Fadie Frem e Zahi Bustani (líderes das milícias), assim como com Amin e Pierre Gemayel, os líderes políticos do partido falangista. Os líderes do exército israelense, Sharon incluído, estavam muito bem a par do modo de agir dos falangistas, logo depois do assassinato do seu líder. Qualquer pessoa com um conhecimento mínimo dos sentimentos dos falangistas com relação aos palestinos sabia o que iria acontecer se eles tivesse permissão para entrar nos acampamentos de refugiados.
“Tell al-Zaater” é um nome muito bem conhecido no Líbano e em Israel. Esse acampamento em Beirute Oriental, onde encontrei refugiados palestinos pela primeira vez em 1975, tinha sido sitiado durante 53 dias pelas milícias falangistas e das milícias maronitas “Tigres” no verão de 1976. Depois que os palestinos capitularam, a Cruz Vermelha Internacional, que deveria dar “salvo conduto” à população do acampamento, foi incapaz de impedir o assassinato de cerca de 1000 civis.
Os comandantes do exército israelense Eitan, Drori e Yaron fizeram comentários sobre como os falangistas estavam obcecados de vingança, falando de um “mar de sangue” e “kasash” (palavra árabe para “golpe” ou “corte”). Quando eles fizeram essas observações, Ariel Sharon deu luz verde aos falangistas para entrar em Sabra e Shatila. Eles assim o fizeram no anoitecer de 16 de setembro.
Enquanto o massacre estava sendo cometido, eu trabalhava no hospital de Gaza em Sabra. A situação era caótica e confusa. Muitos feridos foram levados ao hospital e nossa morgue encheu dentro de pouco tempo. A maioria das vítimas sofreram ferimentos a bala, mas uns poucos foram feridos por fragmentos de balas. Em 17 de setembro ficou claro que o “kataeb” (falangistas) e/ou as milícias de Saad Haddad (fundada e armada por Israel) estavam trucidando a população civil. Um garoto de 10 anos foi levado ao hospital. Ele tinha sido atingido por um tiro, mas estava vivo. Ele passou toda a noite ferido, deitado entre os corpos mortos de seus pais, irmãos e irmãs. À noite, os assassinos foram assistidos por holofotes israelenses.
Eu estava trabalhando com uma equipe de médicos e enfermeiros ingleses, americanos, holandeses e alemães. Tínhamos insistido em que a diretoria do hospital palestino fugisse para a parte norte de Beirute Ocidental. No sábado pela manhã, 18 de setembro, fomos presos pelas milícias falangistas/Haddad. Eles nos forçaram a deixar nossos pacientes para trás e nos levaram para fora de Sabra e Shatila pela via principal. Passamos por centenas de mulheres, crianças e homens que tinham sido cercados. Vimos corpos na estrada e em pequenas passagens estreitas. Os milicianos gritavam para nós e nos chamavam de "Baader Meinhof". Um enfermeiro palestino que julgava que ficando conosco estaria em segurança, foi identificado e levado para trás de um muro. Um momento depois vieram os tiros.
Momentos antes de alcançarmos a saída do acampamento vi uma imagem que estará para sempre em minha mente: um monte enorme de terra vermelha com braços e pernas aparecendo. Junto do monte, uma escavadeira militar com insígnias hebraicas. Um pouco fora do acampamento recebemos ordens de retirar as vestimentas hospitalares e fomos alinhados contra um muro. Foi nesse momento que um oficial do exército israelense passou num veículo militar. Ele salvou nossas vidas, ordenando aos milicianos que nos entregassem aos israelenses. Perto das fronteiras a sul a oeste dos acampamentos, vimos tanques e veículos militares israelenses.
Após uma interrogação nos quartéis militares os falangistas nos levaram para o posto de comando avançado israelense distante apenas 75 metros (250 pés). Era um edifício de quatro ou cinco andares à margem de Shatila. (Algumas semanas mais tardes eu estive no andar mais alto. Oferecia umas vistas excelentes da destruição de Shatila). Os soldados israelenses estavam visivelmente pouco à vontade, confrontados com mais de 20 europeus e americanos. Perguntaram o que queríamos. Respondemos que queríamos voltar para o hospital de Gaza. Impossível, disseram-nos, perigoso demais. Finalmente, dois de nós tiveram permissão de voltar ao hospital com um passe em hebraico e árabe.
Certamente havia uma coordenação entre os israelenses e os milicianos. O controle era na maior parte israelense. Era impossível para eles ver exatamente o que estava acontecendo nos becos estreitos de Sabra e Shatila. Mas logo que o massacre começou, soldados israelenses entraram com relatos das chacinas. Nem uma única vez o comando militar israelense tentou pôr um fim na matança. Grupos de civis, saindo dos acampamentos com bandeiras brancas, eram mandados de volta.
Até na manhã do Sábado, 18 de setembro, quando fomos retirados dos acampamentos, vimos novos grupos de falangistas entrarem nos acampamentos sob supervisão israelense. Cerca de 20 minutos depois que havíamos passado por grandes grupos de mulheres, crianças e idosos na estrada principal de Sabra, ouvimos uma orgia de fogo de metralhadoras. Swee, um médica ortopedista, disse-me que uma mãe palestina tinha tentado dar-lhe sua filhinha, como se adivinhasse o que estava prestes a acontecer. A criança foi arrebatada das mãos de Swee e devolvida à sua mãe. No Domingo, 19 de setembro, voltei a Sabra e Shatila junto com dois jornalistas, um dinamarquês e um holandês. O exército libanês havia cercado o acampamento e tentado manter fora os jornalistas. Encontramos uma entrada. Todos nós ficamos profundamente chocados com a extensão da destruição e selvageria dos assassinatos. Os israelenses tinham ordenado aos milicianos para deixarem os acampamentos em algum momento do Sábado. Estes últimos tinham conseguido provocar mais uma terrível destruição e matança depois que fomos retirados dos acampamentos na manhã do Sábado. A Defesa Civil Libanesa tinha dado início ao recolhimento dos corpos que não tinha sido enterrados pelas escavadeiras. Nunca saberemos quantas pessoas foram exatamente trucidadas durante aqueles terríveis dias 16, 17 e 18 de setembro de 1982. 1.500 talvez? 2.000? Ou até mais?
Quando as chuvas do outono começaram a cair no final de novembro, esgotos entupidos causaram alagamentos em Sabra e Shatila. O entupimento foi causado em parte pelos corpos que tinham se amontoado nos canos. Os corpos que foram recolhidos pela Defesa Civil Libanesa foram enterrados numa sepultura coletiva em Shatila. Uma grande sepultura coletiva num campo de golfe próximo, e outras sepulturas coletivas nunca iriam ser abertas. Proibidas pelo governo libanês e seu novo presidente Amin Gemayel, irmão de Bashir. O primeiro-ministro Begin disse: "Goyim mata goyim e acusam os judeus". É evidente que Hobeika, Frem e seus bandos foram diretamente responsáveis pelo massacre. Mas isso nunca teria acontecido se Sharon voluntária e conscientemente não tivesse dado a autorização para a operação.
Sharon queria destruir os últimos remanescentes da infra-estrutura da OLP no Líbano a qualquer custo. Eu estava em Sabra e Shatila. Não havia "2.000-3.000 terroristas", como alegou Sharon. Os únicos "terroristas" restantes foram um número de meninos de 10 a 12 anos que tentaram proteger seus familiares com pequenos rifles usados para caçar aves. Se pelo menos uma centena de fedayeens estivesse na retaguarda, nada daquilo teria acontecido.
Quando alguém põe uma serpente venenosa no berço de um bebê e o bebê morre, a responsabilidade recai diretamente sobre a pessoa que pôs a serpente no berço. Portanto, os comandantes israelenses Eitan, Dori e Yaron são diretamente responsáveis. Mas acima de todos, Ariel Sharon. Ele era o chefe. Poderia ter impedido essa tragédia. Mas ele queria expulsar os palestinos de Beirute para a Jordânia, que era "o estado palestino", de acordo com Sharon. Deir Yassin revisitado. "Animais bípedes", foi como Begin chamou os palestinos em 1982. Eitan falava sobre "baratas numa garrafa". Essa desumanização dos palestinos foi e ainda é a causa do frio desprezo do exército israelense pela vida dos palestinos.
Os 400.000 israelenses que protestaram em Telavive devem ser louvados. Em Israel, pelo menos houve um inquérito sobre o massacre pela comissão Kahane. O juiz libanês de investigação Germanos, para sua vergonha, não pôde sequer determinar a identidade dos autores libaneses. As conclusões da comissão Kahane foram fatalmente invalidadas e Sharon apenas considerado indiretamente responsável e portanto inadequado para ser ministro da Defesa. Mas isso o torna adequado para ser primeiro-ministro de Israel? Como a Suprema Corte de Israel explica isso? É minha opinião, com base no que descrevi acima, que Ariel Sharon é um criminoso de guerra. Vítimas de crimes de guerra clamam por justiça. Essa é razão pela qual Augusto Pinochet deve ser processado, Radovan Karadzjic, Ratko Mladic e Slobodan Milosevic.
O assassinato de Intissar Ismael clama por justiça. Intissar Ismael era uma atraente enfermeira palestina de 19 anos com quem trabalhei no hospital Akka, em Shatila, na noite de 14 para 15 de setembro. Nosso setor estava tranqüilo e ouvíamos o rádio. O apresentador do noticiário confirmou a morte de Bashir Gemayel. Pude ver o medo no rosto de Intissar. Tentei tranqüilizá-la. Na manhã seguinte, às sete horas, deixei o hospital e tomei a estrada principal de Shatila.
De repente aeronaves militares israelenses trovejavam sobre os acampamentos a baixa altitude. No lado de fora dos acampamentos tomei um táxi para Ras Beirute.
Nos cantos das ruas vi jovens libaneses. Estavam armados e olhavam em direção ao sul. O que eles estavam esperando? Seis dias mais tarde do que o planejado, voltei para o calcinado hospital Akka. O motorista de uma ambulância disse-me que Intissar tinha estado na residência das enfermeiras no departamento subterrâneo do hospital quando os falangistas entraram. Ela foi estuprada por um bando e depois assassinada. Seu corpo foi mutilado a ponto de ficar irreconhecível. Somente pelos anéis nos seus dedos seus pais puderam identificá-la.
Intissar clama por justiça. 2.000 pessoas inocentes clamam por justiça. Isso daria uma satisfação. Se Sharon – numa visita à Europa – fosse detido e transferido para a prisão de Scheveningen. Serei cínico demais quando digo que a Europa falha quando se trata de levar ao tribunal os crimes de guerra de Israel? E serei pessimista demais quando digo que Sabra e Shatila não foi nem o primeiro nem o último crime de guerra cometido por Ariel Sharon?
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Mensagem por Joao Ruiz Dom Jan 03, 2010 5:17 am

Pois. Cada um escolhe a sua face. Eu aposto sempre em "cara". O João em "croa". Gostaria de dizer que a Wikipédia é feita por anónimos. É uma boa ferramenta mas não isenta. Depende de quem incluíu o texto. E aí não indica. Naturalmente foi algum membroa da sua família...

Como já tive ocasião de dizer, a Wikipédia não é dona da verdade, mas acontece que outras fontes também o não são.

Por outro lado, não está na minha maneira de ser ir atrás de opiniões facciosas, que não têm em conta a realidade, por mera decisão clubista, tal como essa afirmação de ter sido um membro da minha família a escrever o que postei. Prezo demasiado a verdade histórica, para me permitir leviandades dessas...

Não posso garantir, que me não corra alguma gota de sangue judeu nas veias, mas se o soubesse, ainda teria mais rigor para com os assuntos que envolvam judeus.

De uma vez por todas, não tomo partido, nem por Israel, nem pela Palestina, enquanto de povo se fale, mas não me venham com o choradinho dos danos resultantes das asneiras políticol-religiosas, que uns e outros fazem, desnecessáriamente, em nome de utopias.

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Mensagem por Vitor mango Dom Jan 03, 2010 8:32 am

caro Joao

O mango jamais e em tempo algum esteve ao lado da força bruta quando é bruta
Estaria ao Lado dos Judeus quando as SS lhes batiam á porta e os levavam e o Vizinho encolheria os ombros dizendo
Ke se **** são judeus els que se entendao
Por isso tenho pulado e berradpcom quantas goelas tenho Infirmanado que o holocausto foi um massacre contra a humanidade .Se o apontarmos como uma ma fe contra os judeus estamos a diminuir e a concentrar um drama que é humano
E mais chato tinhamos que apontar aos alemaes de Hoje que eles teem sangue nazi e hitleriano
- o que seria injusto e absurdo ja que os alemaes sao um popvo ordeiro da Ordem e calmos
SAou capaz de ser mais anti-islamico que voces todos juntos e anti cor da pele que e que e sou capaz de colocar uma Sueca de olhos azuis e pele clara em Post pregada na parede se tivesse 17 anos como cimbolo da perfeiçao perfeita
So que
O tempo e o contacto com tudo o que era humano me modificou o caixote dos pirolitos
E o meu vizinho que é um cerebro quando secamos um palhinhas assopra-me alguns pensamentos
Manguelas temos que estar da juventude pah porque sao eles que vao ter razao .sao eles que ca ficam
Quando no medio Oriente vejo putos de todas as idades nas esquinas com pedras na mao enfrentando um colossal e disforme exercito escuto as vozes do meu vizinho
Mango a juventude vem garantir dezenas de anos de trolha naquela area
E quando a Moussad atirava bocas que os putos se explodiam para ir para as virgens oiu outras banalidades associadas á religião a coisa nao pegou nem pega
O culto da morte foi e é uma arte que os islamitas se defendem como nozes criamos a padeira de aljubarrota parea animar a maralha ou uma infinidade de santos para combater o inimigo
Ora meus queridos
Toso nós temos a 4ª classe e temos olhimhos para abrir para nao cairmos nuym dos lados da barricada
ha um problema serio - que mata pelo irracional
O problema é apontar caminhos nesta loucura de dente por alho e este por refogado
A soluçao é politica e so politicamente a paz é possivel mesmo que os judeus um dia se lembrem de inadir Gaza e matar tudo nao escapando nem sequer um coelho
Um estado saó é possível naquele area laico onde quem nascer de turbante ao leu ou volte oKU para meca tenha os mesmos direitso de quem anda por gosto de pires na tola
Onde cada qual vota e ganha e perde sem estar armado de metralha
Vitor mango
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Mensagem por Vitor mango Dom Jan 03, 2010 8:39 am

ricardonunes escreveu:Para se perceber do que se está falar, aqui vai um relato na primeira pessoa.


Por que Sharon é um criminoso de guerra

Relato de uma testemunha ocular do massacre de 1982 em Sabra e Shatila

Pelo Dr. Ben Alofs

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Sou um médico holandês, vivendo atualmente no norte do País de Gales. No verão de 1982 eu trabalhava como enfermeiro em Beirute Ocidental que, à época, estava sob sítio do exército israelense.
O negociador americano Philip Habib tinha intermediado um acordo mediante o qual o exército israelense abster-se-ia de ocupar Beirute Ocidental, depois que os fedayeens (combatentes palestinos) palestinos tivessem partido. Um segundo aspecto fundamental do acordo era que os EUA garantiriam a segurança da população civil palestina remanescente. A evacuação, supervisionada por uma força de manutenção de paz internacional, seguiu tranqüila e foi completada em 1º de setembro. Muito antes de 26 de setembro, a data que tinha sido acordada, a força de manutenção de paz internacional partiu entre 10 e 13 de setembro. No dia 3 de setembro, aconteceu a primeira violação do acordo Habib, quando as forças israelenses ocuparam Bir Hassan, na área suburbana ao sul de Beirute. Antes disso, Sharon havia afirmado que queria as forças de manutenção de paz fora de Beirute.
Depois do assassinato de Bashir Gemayel, o carismático e cruel líder dos falangistas, aliados de Israel, Ariel Sharon ordenou a invasão de Beirute Ocidental a pretexto da restauração da “lei e da ordem”. Contrariando essa afirmação, Beirute Ocidental estava perfeitamente tranqüila naquele momento. A invasão foi uma séria violação do acordo Habib. Mas mais importante era que desde o início da ocupação de Beirute Ocidental, o exército israelense, sendo uma força de ocupação sob a Quarta Convenção de Genebra e o Protocolo 1, tornou-se responsável pela segurança da população civil sob seu controle.
Os jornalistas israelenses Zeev Schiff e Ehud Ya’ari descrevem como Sharon insistiu no envio de milicianos falangistas aos campos de refugiados palestinos de Sabra e Shatila [ver “Israel´s Lebanon War” (“A guerra libanesa de Israel”)]. Para realizar isso, Sharon tinha tido encontros em 15 de setembro com Elie Hobeika, Fadie Frem e Zahi Bustani (líderes das milícias), assim como com Amin e Pierre Gemayel, os líderes políticos do partido falangista. Os líderes do exército israelense, Sharon incluído, estavam muito bem a par do modo de agir dos falangistas, logo depois do assassinato do seu líder. Qualquer pessoa com um conhecimento mínimo dos sentimentos dos falangistas com relação aos palestinos sabia o que iria acontecer se eles tivesse permissão para entrar nos acampamentos de refugiados.
“Tell al-Zaater” é um nome muito bem conhecido no Líbano e em Israel. Esse acampamento em Beirute Oriental, onde encontrei refugiados palestinos pela primeira vez em 1975, tinha sido sitiado durante 53 dias pelas milícias falangistas e das milícias maronitas “Tigres” no verão de 1976. Depois que os palestinos capitularam, a Cruz Vermelha Internacional, que deveria dar “salvo conduto” à população do acampamento, foi incapaz de impedir o assassinato de cerca de 1000 civis.
Os comandantes do exército israelense Eitan, Drori e Yaron fizeram comentários sobre como os falangistas estavam obcecados de vingança, falando de um “mar de sangue” e “kasash” (palavra árabe para “golpe” ou “corte”). Quando eles fizeram essas observações, Ariel Sharon deu luz verde aos falangistas para entrar em Sabra e Shatila. Eles assim o fizeram no anoitecer de 16 de setembro.
Enquanto o massacre estava sendo cometido, eu trabalhava no hospital de Gaza em Sabra. A situação era caótica e confusa. Muitos feridos foram levados ao hospital e nossa morgue encheu dentro de pouco tempo. A maioria das vítimas sofreram ferimentos a bala, mas uns poucos foram feridos por fragmentos de balas. Em 17 de setembro ficou claro que o “kataeb” (falangistas) e/ou as milícias de Saad Haddad (fundada e armada por Israel) estavam trucidando a população civil. Um garoto de 10 anos foi levado ao hospital. Ele tinha sido atingido por um tiro, mas estava vivo. Ele passou toda a noite ferido, deitado entre os corpos mortos de seus pais, irmãos e irmãs. À noite, os assassinos foram assistidos por holofotes israelenses.
Eu estava trabalhando com uma equipe de médicos e enfermeiros ingleses, americanos, holandeses e alemães. Tínhamos insistido em que a diretoria do hospital palestino fugisse para a parte norte de Beirute Ocidental. No sábado pela manhã, 18 de setembro, fomos presos pelas milícias falangistas/Haddad. Eles nos forçaram a deixar nossos pacientes para trás e nos levaram para fora de Sabra e Shatila pela via principal. Passamos por centenas de mulheres, crianças e homens que tinham sido cercados. Vimos corpos na estrada e em pequenas passagens estreitas. Os milicianos gritavam para nós e nos chamavam de "Baader Meinhof". Um enfermeiro palestino que julgava que ficando conosco estaria em segurança, foi identificado e levado para trás de um muro. Um momento depois vieram os tiros.
Momentos antes de alcançarmos a saída do acampamento vi uma imagem que estará para sempre em minha mente: um monte enorme de terra vermelha com braços e pernas aparecendo. Junto do monte, uma escavadeira militar com insígnias hebraicas. Um pouco fora do acampamento recebemos ordens de retirar as vestimentas hospitalares e fomos alinhados contra um muro. Foi nesse momento que um oficial do exército israelense passou num veículo militar. Ele salvou nossas vidas, ordenando aos milicianos que nos entregassem aos israelenses. Perto das fronteiras a sul a oeste dos acampamentos, vimos tanques e veículos militares israelenses.
Após uma interrogação nos quartéis militares os falangistas nos levaram para o posto de comando avançado israelense distante apenas 75 metros (250 pés). Era um edifício de quatro ou cinco andares à margem de Shatila. (Algumas semanas mais tardes eu estive no andar mais alto. Oferecia umas vistas excelentes da destruição de Shatila). Os soldados israelenses estavam visivelmente pouco à vontade, confrontados com mais de 20 europeus e americanos. Perguntaram o que queríamos. Respondemos que queríamos voltar para o hospital de Gaza. Impossível, disseram-nos, perigoso demais. Finalmente, dois de nós tiveram permissão de voltar ao hospital com um passe em hebraico e árabe.
Certamente havia uma coordenação entre os israelenses e os milicianos. O controle era na maior parte israelense. Era impossível para eles ver exatamente o que estava acontecendo nos becos estreitos de Sabra e Shatila. Mas logo que o massacre começou, soldados israelenses entraram com relatos das chacinas. Nem uma única vez o comando militar israelense tentou pôr um fim na matança. Grupos de civis, saindo dos acampamentos com bandeiras brancas, eram mandados de volta.
Até na manhã do Sábado, 18 de setembro, quando fomos retirados dos acampamentos, vimos novos grupos de falangistas entrarem nos acampamentos sob supervisão israelense. Cerca de 20 minutos depois que havíamos passado por grandes grupos de mulheres, crianças e idosos na estrada principal de Sabra, ouvimos uma orgia de fogo de metralhadoras. Swee, um médica ortopedista, disse-me que uma mãe palestina tinha tentado dar-lhe sua filhinha, como se adivinhasse o que estava prestes a acontecer. A criança foi arrebatada das mãos de Swee e devolvida à sua mãe. No Domingo, 19 de setembro, voltei a Sabra e Shatila junto com dois jornalistas, um dinamarquês e um holandês. O exército libanês havia cercado o acampamento e tentado manter fora os jornalistas. Encontramos uma entrada. Todos nós ficamos profundamente chocados com a extensão da destruição e selvageria dos assassinatos. Os israelenses tinham ordenado aos milicianos para deixarem os acampamentos em algum momento do Sábado. Estes últimos tinham conseguido provocar mais uma terrível destruição e matança depois que fomos retirados dos acampamentos na manhã do Sábado. A Defesa Civil Libanesa tinha dado início ao recolhimento dos corpos que não tinha sido enterrados pelas escavadeiras. Nunca saberemos quantas pessoas foram exatamente trucidadas durante aqueles terríveis dias 16, 17 e 18 de setembro de 1982. 1.500 talvez? 2.000? Ou até mais?
Quando as chuvas do outono começaram a cair no final de novembro, esgotos entupidos causaram alagamentos em Sabra e Shatila. O entupimento foi causado em parte pelos corpos que tinham se amontoado nos canos. Os corpos que foram recolhidos pela Defesa Civil Libanesa foram enterrados numa sepultura coletiva em Shatila. Uma grande sepultura coletiva num campo de golfe próximo, e outras sepulturas coletivas nunca iriam ser abertas. Proibidas pelo governo libanês e seu novo presidente Amin Gemayel, irmão de Bashir. O primeiro-ministro Begin disse: "Goyim mata goyim e acusam os judeus". É evidente que Hobeika, Frem e seus bandos foram diretamente responsáveis pelo massacre. Mas isso nunca teria acontecido se Sharon voluntária e conscientemente não tivesse dado a autorização para a operação.
Sharon queria destruir os últimos remanescentes da infra-estrutura da OLP no Líbano a qualquer custo. Eu estava em Sabra e Shatila. Não havia "2.000-3.000 terroristas", como alegou Sharon. Os únicos "terroristas" restantes foram um número de meninos de 10 a 12 anos que tentaram proteger seus familiares com pequenos rifles usados para caçar aves. Se pelo menos uma centena de fedayeens estivesse na retaguarda, nada daquilo teria acontecido.
Quando alguém põe uma serpente venenosa no berço de um bebê e o bebê morre, a responsabilidade recai diretamente sobre a pessoa que pôs a serpente no berço. Portanto, os comandantes israelenses Eitan, Dori e Yaron são diretamente responsáveis. Mas acima de todos, Ariel Sharon. Ele era o chefe. Poderia ter impedido essa tragédia. Mas ele queria expulsar os palestinos de Beirute para a Jordânia, que era "o estado palestino", de acordo com Sharon. Deir Yassin revisitado. "Animais bípedes", foi como Begin chamou os palestinos em 1982. Eitan falava sobre "baratas numa garrafa". Essa desumanização dos palestinos foi e ainda é a causa do frio desprezo do exército israelense pela vida dos palestinos.
Os 400.000 israelenses que protestaram em Telavive devem ser louvados. Em Israel, pelo menos houve um inquérito sobre o massacre pela comissão Kahane. O juiz libanês de investigação Germanos, para sua vergonha, não pôde sequer determinar a identidade dos autores libaneses. As conclusões da comissão Kahane foram fatalmente invalidadas e Sharon apenas considerado indiretamente responsável e portanto inadequado para ser ministro da Defesa. Mas isso o torna adequado para ser primeiro-ministro de Israel? Como a Suprema Corte de Israel explica isso? É minha opinião, com base no que descrevi acima, que Ariel Sharon é um criminoso de guerra. Vítimas de crimes de guerra clamam por justiça. Essa é razão pela qual Augusto Pinochet deve ser processado, Radovan Karadzjic, Ratko Mladic e Slobodan Milosevic.
O assassinato de Intissar Ismael clama por justiça. Intissar Ismael era uma atraente enfermeira palestina de 19 anos com quem trabalhei no hospital Akka, em Shatila, na noite de 14 para 15 de setembro. Nosso setor estava tranqüilo e ouvíamos o rádio. O apresentador do noticiário confirmou a morte de Bashir Gemayel. Pude ver o medo no rosto de Intissar. Tentei tranqüilizá-la. Na manhã seguinte, às sete horas, deixei o hospital e tomei a estrada principal de Shatila.
De repente aeronaves militares israelenses trovejavam sobre os acampamentos a baixa altitude. No lado de fora dos acampamentos tomei um táxi para Ras Beirute.
Nos cantos das ruas vi jovens libaneses. Estavam armados e olhavam em direção ao sul. O que eles estavam esperando? Seis dias mais tarde do que o planejado, voltei para o calcinado hospital Akka. O motorista de uma ambulância disse-me que Intissar tinha estado na residência das enfermeiras no departamento subterrâneo do hospital quando os falangistas entraram. Ela foi estuprada por um bando e depois assassinada. Seu corpo foi mutilado a ponto de ficar irreconhecível. Somente pelos anéis nos seus dedos seus pais puderam identificá-la.
Intissar clama por justiça. 2.000 pessoas inocentes clamam por justiça. Isso daria uma satisfação. Se Sharon – numa visita à Europa – fosse detido e transferido para a prisão de Scheveningen. Serei cínico demais quando digo que a Europa falha quando se trata de levar ao tribunal os crimes de guerra de Israel? E serei pessimista demais quando digo que Sabra e Shatila não foi nem o primeiro nem o último crime de guerra cometido por Ariel Sharon?

Kennedy quando foi assassinado deixou ao seu directo Presidente Jonshon o petisco da guerra do Vietnam
A guerra do Vietname foi feita porque os americanos temiam que os Russos a partir do Vietname ocupassem todo o mar envolvente .Hoje sabemos que isso nunca teve os intuitos da URSS
E o Jonshon envolveu-se ate á medula nesta guerra onde o comandante mor so berrava
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atolhado de sangue ate ao pescoço Jonshom morreu atormentado por uma guerra estupida louca e sem qualquer interesse logico

A guerra levada a cabo pelos Judeus é piuor ainda
è fanaticamente louca tentando separar pessoas terras ares e aguas rodenado o absurdo com muretos absurdos
É um guyerra que eles jamais opodem ganhar porque é absurda
A logica é explodir um dia destes por dentro com o exercito a dizer
Basta
e ai vamos ter ou um banho de sangue ou o 25 de Abril Judaico
Vitor mango
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Mensagem por Joao Ruiz Dom Jan 03, 2010 10:16 am

Até respeito esse relato na primeira pessoa, mas ainda não há o distanciamento útil, para que a História aquilate do que realmente se passou.

Por isso mesmo, nem sequer vou comentar, do mesmo modo que aqui não posto o massacre dos atletas israelitas por palestinos.

Já disse, e repito, que as emoções não fazem história e que as atrocidades existem dos dois lados, pelo que não visto camisolas, limitando-me a argumentar e contra-argumentar, como se deve fazer numa discussão sobre qualquer tema sem rótulos nem insultos e cingindo-me apenas aos factos que se vão sucedendo, procurando-lhes a razão, quase nunca consensual.

É assim que funciono e os meus posts o demonstram.

king .

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Mensagem por Vitor mango Sex Nov 22, 2013 1:30 am

amen
(suponho que ja esta vai fazer 7 anos SEO )

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Só discuto o que nao sei ...O ke sei ensino ...POIZ
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