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Irã a caminho do protagonismo no Oriente Médio

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Mensagem por Vitor mango Qua Dez 04, 2013 7:04 am

Irã a caminho do protagonismo no Oriente Médio
Carta & Crônica

Henry Galsky

Irã a caminho do protagonismo no Oriente Médio

03/12/13 - 11h49

Irã a caminho do protagonismo no Oriente Médio  380551864

Este é um momento importante no Oriente Médio. Aliás, como o senso comum corretamente estabeleceu no Ocidente, o Oriente Médio é repleto de momentos importantes. A região é complexa mesmo e há poucos eventos que podem ser considerados isolados. Agora não é diferente. Enquanto os iranianos negociavam seus interesses nucleares na Suíça, o atentado terrorista que mandou a embaixada do país pelos ares no Líbano gritava para quem quiser ouvir que nada fica impune no Oriente Médio.

 

Esta premissa está tão correta que conecta, de uma só vez, o programa nuclear iraniano, a crise humanitária na Síria e o cenário regional mais amplo, envolvendo os Estados árabes do Golfo Pérsico, o Afeganistão, Israel e os ocidentais que querem ser ou deixar de ser parte dos esforços de apaziguamento.

 

O Oriente Médio não é para principiantes. Por isso, faço questão de lembrar algo que já escrevi muitas e muitas vezes por aqui: é preciso ter em mente os objetivos estratégicos dos atores envolvidos. E um dos principais – senão o principal – objetivos estratégicos do Irã é se tornar o ator hegemônico regional.

 

O problema é que, para isso, é preciso tempo. Também é preciso afetar drasticamente o equilíbrio de poder constituído. Para felicidade do líder-supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, o país está fazendo tudo certo, contando, neste momento, com um cenário mais amplo que lhe é muito favorável.

 

As negociações sobre o projeto nuclear do país têm muito a ver com isso. As obras para a constituição de usinas atômicas no Irã estão adiantadas e, sob o ponto de vista ocidental, é preciso convencer Teerã a regredir. Se isso vai acontecer ou não ninguém sabe, mas isso não é tão importante agora. Importante é que as usinas representam um fato consumado, um poder de barganha que o Irã já possui e do qual faz uso com muita habilidade.

 

Para ser a potência regional que pretende ser, o Irã fez várias alianças, apostando, basicamente, no principal fator a dividir o Oriente Médio: a batalha geopolítica entre Estados e grupos xiitas e sunitas. Este é o aspecto principal de quase tudo o que se passa regionalmente, e o Irã, como o maior Estado xiita do planeta, está envolvido até o pescoço nisso. Naturalmente, seus aliados estratégicos e regionais são a Síria de Bashar al-Assad (Estado que é majoritariamente sunita, mas controlado pela aliança alauíta-xiita estabelecida pela família Assad) e a milícia xiita Hezbollah, cuja proximidade étnico-ideológica com o regime iraniano transportou as forças de Teerã para a fronteira norte de Israel.

 

Para concluir, o Irã tem a situação a seu favor por duas razões: os americanos precisam de resultados internacionais e estão desgastados com seus aliados tradicionais no Oriente Médio – que são, curiosamente, os principais adversários regionais dos iranianos: Israel e os Estados do Golfo. Em segundo lugar, esta é a hora de Teerã ceder, justamente porque percebem – corretamente, por sinal – que o desgaste americano tem afastado os EUA da região (como mostram o protagonismo exercido pela Rússia durante a crise de armas químicas na Síria e o descontrole da situação no Afeganistão e no Iraque).

 

Os EUA estão loucos para resolver a situação rapidamente. Neste caso, resolver significa conseguir um acordo mínimo com o Irã e deixar um pouco de lado o problema permanente que o Oriente Médio representa a Washington. É com este vácuo de poder que Ali Khamenei e o presidente iraniano, Hassan Rouhani, sonham todos os dias.

 

É desta ausência momentânea americana que os líderes da República Islâmica do Irã querem se aproveitar para alterar a balança de poder vigente na região. De um lado, usam o Hezbollah para participar da farra sanguinária que se tornou a Síria – fruto do combate entre xiitas da aliança entre Hezbollah e Irã e sunitas da al-Qaeda. De outro, negociam um acordo com os ocidentais. O problema é que esta ambição iraniana representa uma possibilidade perigosa de mudança de status quo para todos os atores. Não é à toa que a bomba explodiu na embaixada iraniana num bairro xiita de Beirute (da milícia xiita do Hezbollah). No Oriente Médio, há muito poucos fatos isolados.

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Mensagem por Vitor mango Qua Dez 04, 2013 7:06 am

Para concluir, o Irã tem a situação a seu favor por duas razões: os americanos precisam de resultados internacionais e estão desgastados com seus aliados tradicionais no Oriente Médio – que são, curiosamente, os principais adversários regionais dos iranianos: Israel e os Estados do Golfo. Em segundo lugar, esta é a hora de Teerã ceder, justamente porque percebem – corretamente, por sinal – que o desgaste americano tem afastado os EUA da região (como mostram o protagonismo exercido pela Rússia durante a crise de armas químicas na Síria e o descontrole da situação no Afeganistão e no Iraque).

 

Os EUA estão loucos para resolver a situação rapidamente. Neste caso, resolver significa conseguir um acordo mínimo com o Irã e deixar um pouco de lado o problema permanente que o Oriente Médio representa a Washington. É com este vácuo de poder que Ali Khamenei e o presidente iraniano, Hassan Rouhani, sonham todos os dias.

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