A revolução inevitável
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A revolução inevitável
Vem aí uma revolução
Sócrates falou muito no “choque tecnológico”. Agora é o momento de o relançar. O governo deve propor uma verdadeira revolução energética.
Domingos Amaral - DE
Nos próximos anos, já ninguém espera que os preços do petróleo desçam. Bem pelo contrário: há já estimativas que apontam para os 200 dólares por barril ainda antes do início de 2009. É um cenário terrível. Os protestos vão explodir por todo o mundo, os bloqueios vão multiplicar-se, as dores vão ser agudas para políticos e pessoas. O mundo entrou em angústia petrolífera. A inflação já começou a nascer por todo o lado, e continuará a crescer, imparável.
Os pedidos, por toda a Europa e também em Portugal, de que os governos diminuam os impostos, são previsíveis. Contudo, mesmo que os governos cedam, as coisas não melhoram muito. No curto prazo, menos ISP e IVA nos combustíveis podem aliviar os consumidores, mas se o preço internacional do petróleo continuar a sua subida, o alívio fiscal será comido enquanto o diabo esfrega um olho.
Da mesma forma, as petrolíferas, grandes multinacionais que a esquerda radical gosta de diabolizar, estão impotentes. Podem gerir um pouco melhor os seus recursos, e até diminuir lucros, mas nunca controlam o preço final do barril, e por isso são mais uma vítima do que um culpado nesta época difícil.
Como sempre na vida, uma dificuldade grave gera normalmente novas oportunidades. Esta escalada tremenda dos preços do barril de crude permite ao mundo enfrentar o futuro com mais lucidez, e o futuro é a perda de importância progressiva do petróleo. Eu diria mesmo que esta subida galopante prenuncia uma revolução energética mundial, e já não era sem tempo. Este quarto “choque petrolífero” pode ser o último, se o mundo se empenhar em substituir o petróleo por outras fontes de energia. Na verdade, não há tempo a perder. Seja na indústria automóvel, seja na geração de energia , o mundo terá de se revolucionar, de imaginar uma vida diferente. Não será talvez uma civilização diferente, mas será certamente uma forma de vida diferente.
Nos automóveis, camionetas e camiões, os sinais já vinham sendo dados, mas a velocidade de produção de novidades terá de aumentar drasticamente. Automóveis híbridos, automóveis a etanol, a biodiesel, e ainda a hidrogénio, serão os automóveis do futuro, e de um futuro que é já amanhã. Não é daqui a 15 ou 20 anos, mas daqui a um, dois ou três anos. A mudança do parque automóvel terá de acelerar a uma velocidade elevada, para que o mundo continue a rodar.
Quanto à produção de energia, haverá certamente uma crescente procura de energia nuclear. No caso português, era bom evitarmos essa escolha, e apostar tudo nas energias do sol, do vento e do mar. São três bens essenciais que por cá não faltam, e são mais limpos e bem menos perigosos que a energia nuclear. Antes um horizonte cheio de moínhos e painéis solares, e um mar com plataformas energéticas, do que um país com medo de acidentes nucleares.
A escalada dos preços do petróleo é também uma oportunidade para os políticos. No curto prazo, haverá complicações difíceis. Inflacção, subida dos juros, desemprego. Mas, com o passar do tempo, as sociedades vão ajustar-se na macroeconomia, e dar cada vez mais valor a quem souber indicar os caminhos do futuro. Na última campanha, Sócrates falou muito no “choque tecnológico”. Agora é o momento de o relançar. O governo deve propôr um choque tecnológico que seja uma verdadeira revolução. Apostar no sol, no vento, no mar, com incentivos fiscais grandes, por forma a desenvolver com rapidez essas mudanças. E, em vez de descidas no ISP e no IVA, uma revolução fiscal para quem apostar nos carros híbridos, a hidrogénio, a biodiesel ou etanol.
Se os políticos souberem, com políticas industriais inovadoras, liderar os países, o choque petrolífero actual poderá provocar uma revolução energética mundial boa. Mas, para isso, é preciso visão e coragem. Se não o fizerem, ficarão para trás, e serão corridos na primeira oportunidade. Sócrates devia pensar nisso. Ainda há tempo para evitar um choque eleitoral com um “choque tecnológico” positivo.
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Domingos Amaral, Director da revista “GQ”
Sócrates falou muito no “choque tecnológico”. Agora é o momento de o relançar. O governo deve propor uma verdadeira revolução energética.
Domingos Amaral - DE
Nos próximos anos, já ninguém espera que os preços do petróleo desçam. Bem pelo contrário: há já estimativas que apontam para os 200 dólares por barril ainda antes do início de 2009. É um cenário terrível. Os protestos vão explodir por todo o mundo, os bloqueios vão multiplicar-se, as dores vão ser agudas para políticos e pessoas. O mundo entrou em angústia petrolífera. A inflação já começou a nascer por todo o lado, e continuará a crescer, imparável.
Os pedidos, por toda a Europa e também em Portugal, de que os governos diminuam os impostos, são previsíveis. Contudo, mesmo que os governos cedam, as coisas não melhoram muito. No curto prazo, menos ISP e IVA nos combustíveis podem aliviar os consumidores, mas se o preço internacional do petróleo continuar a sua subida, o alívio fiscal será comido enquanto o diabo esfrega um olho.
Da mesma forma, as petrolíferas, grandes multinacionais que a esquerda radical gosta de diabolizar, estão impotentes. Podem gerir um pouco melhor os seus recursos, e até diminuir lucros, mas nunca controlam o preço final do barril, e por isso são mais uma vítima do que um culpado nesta época difícil.
Como sempre na vida, uma dificuldade grave gera normalmente novas oportunidades. Esta escalada tremenda dos preços do barril de crude permite ao mundo enfrentar o futuro com mais lucidez, e o futuro é a perda de importância progressiva do petróleo. Eu diria mesmo que esta subida galopante prenuncia uma revolução energética mundial, e já não era sem tempo. Este quarto “choque petrolífero” pode ser o último, se o mundo se empenhar em substituir o petróleo por outras fontes de energia. Na verdade, não há tempo a perder. Seja na indústria automóvel, seja na geração de energia , o mundo terá de se revolucionar, de imaginar uma vida diferente. Não será talvez uma civilização diferente, mas será certamente uma forma de vida diferente.
Nos automóveis, camionetas e camiões, os sinais já vinham sendo dados, mas a velocidade de produção de novidades terá de aumentar drasticamente. Automóveis híbridos, automóveis a etanol, a biodiesel, e ainda a hidrogénio, serão os automóveis do futuro, e de um futuro que é já amanhã. Não é daqui a 15 ou 20 anos, mas daqui a um, dois ou três anos. A mudança do parque automóvel terá de acelerar a uma velocidade elevada, para que o mundo continue a rodar.
Quanto à produção de energia, haverá certamente uma crescente procura de energia nuclear. No caso português, era bom evitarmos essa escolha, e apostar tudo nas energias do sol, do vento e do mar. São três bens essenciais que por cá não faltam, e são mais limpos e bem menos perigosos que a energia nuclear. Antes um horizonte cheio de moínhos e painéis solares, e um mar com plataformas energéticas, do que um país com medo de acidentes nucleares.
A escalada dos preços do petróleo é também uma oportunidade para os políticos. No curto prazo, haverá complicações difíceis. Inflacção, subida dos juros, desemprego. Mas, com o passar do tempo, as sociedades vão ajustar-se na macroeconomia, e dar cada vez mais valor a quem souber indicar os caminhos do futuro. Na última campanha, Sócrates falou muito no “choque tecnológico”. Agora é o momento de o relançar. O governo deve propôr um choque tecnológico que seja uma verdadeira revolução. Apostar no sol, no vento, no mar, com incentivos fiscais grandes, por forma a desenvolver com rapidez essas mudanças. E, em vez de descidas no ISP e no IVA, uma revolução fiscal para quem apostar nos carros híbridos, a hidrogénio, a biodiesel ou etanol.
Se os políticos souberem, com políticas industriais inovadoras, liderar os países, o choque petrolífero actual poderá provocar uma revolução energética mundial boa. Mas, para isso, é preciso visão e coragem. Se não o fizerem, ficarão para trás, e serão corridos na primeira oportunidade. Sócrates devia pensar nisso. Ainda há tempo para evitar um choque eleitoral com um “choque tecnológico” positivo.
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Domingos Amaral, Director da revista “GQ”
Viriato- Pontos : 16657
Re: A revolução inevitável
No seguimento da revolução esperada, faz sentido colar esta segunda parte do Editorial do DN, de hoje. Eu sei que o Ron deve estar furioso. A SIBS ser o melhor Multibanco da Europa??? Impossível, naquele país miserável....
Os estádios do Euro 2008 não são a única fonte de notícias susceptíveis de nos melhorar a disposição e evitar que sejamos tão pessimistas como aquelas pessoas que olham para os dois lados antes de atravessar uma rua de sentido único.
Protagonistas tão variados como a Cooperativa Agrícola de Reguengos de Monsaraz (Carmin), Renova e SIBS fornecem-nos exemplos luminosos.
No Alentejo, a Carmin tomou a sábia decisão de subir na cadeia de valor ao adquirir uma empresa distribuidora. "Queremos estar mais próximos do consumidor final", explicou José Canita, o presidente da cooperativa.
Em Torres Novas, a Renova arranjou uma solução engenhosa para contornar o aumento do preço dos transportes. Ao retirar o ar das embalagens conseguiu dilatar em duas toneladas (de 5,3 para 7,3) a capacidade de armazenamento de cada camião.
A terceira boa notícia vem de Londres. A Associação de Pagamentos do Reino Unido fez um estudo comparativo e concluiu que o melhor multibanco da Europa é o português.
O caminho de regresso à prosperidade não é o da lamúria, mas antes de seguir os exemplos do Portugal que faz bem.|
Os estádios do Euro 2008 não são a única fonte de notícias susceptíveis de nos melhorar a disposição e evitar que sejamos tão pessimistas como aquelas pessoas que olham para os dois lados antes de atravessar uma rua de sentido único.
Protagonistas tão variados como a Cooperativa Agrícola de Reguengos de Monsaraz (Carmin), Renova e SIBS fornecem-nos exemplos luminosos.
No Alentejo, a Carmin tomou a sábia decisão de subir na cadeia de valor ao adquirir uma empresa distribuidora. "Queremos estar mais próximos do consumidor final", explicou José Canita, o presidente da cooperativa.
Em Torres Novas, a Renova arranjou uma solução engenhosa para contornar o aumento do preço dos transportes. Ao retirar o ar das embalagens conseguiu dilatar em duas toneladas (de 5,3 para 7,3) a capacidade de armazenamento de cada camião.
A terceira boa notícia vem de Londres. A Associação de Pagamentos do Reino Unido fez um estudo comparativo e concluiu que o melhor multibanco da Europa é o português.
O caminho de regresso à prosperidade não é o da lamúria, mas antes de seguir os exemplos do Portugal que faz bem.|
Viriato- Pontos : 16657
Re: A revolução inevitável
Como sempre na vida, uma dificuldade grave gera normalmente novas
oportunidades. Esta escalada tremenda dos preços do barril de crude
permite ao mundo enfrentar o futuro com mais lucidez, e o futuro é a
perda de importância progressiva do petróleo. Eu diria mesmo que esta
subida galopante prenuncia uma revolução energética mundial, e já não
era sem tempo. Este quarto “choque petrolífero” pode ser o último, se o
mundo se empenhar em substituir o petróleo por outras fontes de
energia. Na verdade, não há tempo a perder. Seja na indústria
automóvel, seja na geração de energia , o mundo terá de se
revolucionar, de imaginar uma vida diferente. Não será talvez uma
civilização diferente, mas será certamente uma forma de vida diferente.
Subscrevo
Vitor mango- Pontos : 117583
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