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Megaempresário brasileiro-palestino: ocupação israelense sufoca economia local

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Mensagem por Vitor mango Ter Fev 11, 2014 1:24 am

Megaempresário brasileiro-palestino: ocupação israelense sufoca economia local
Adib Bakri, que viveu 30 anos em Porto Alegre, tem loja de departamento, rádios e franquias de redes de fast-food na Cisjordânia


"Tu não imagina quanto tempo, energia e dinheiro nós perdemos todos os dias por causa da ocupação [israelense]", diz Adib Bakri a Opera Mundi, falando um português com forte regionalismo gaúcho, acompanhado do sotaque árabe. “Nossa economia está sufocada, temos que enfrentar inúmeras restrições", lamenta.

Um dos maiores empresários na Cisjordânia, o brasileiro Adib Bakri calcula seu prejuízo em decorrência das restrições econômicas impostas pela ocupação israelense em centenas de milhares de dólares por ano. Segundo o ministério da Economia Nacional da ANP (Autoridade Nacional Palestina) o custo da ocupação para a economia palestina é semelhante ao PIB (Produto Interno Bruto) – cerca de 8 bilhões de dólares.
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Guila Flint/Opera Mundi
Megaempresário brasileiro-palestino: ocupação israelense sufoca economia local Ramallah
Bakri: "Se nós, palestinos, tivéssemos nossos próprios portos, aeroportos e alfândegas, seria uma maravilha"

No centro comercial de Ramallah o nome 'Bakri' aparece frequentemente nas placas, já que várias das grandes lojas no local pertencem ao empresário, que viveu 30 anos em Porto Alegre. A maior loja de departamento da cidade foi criada por ele há dois anos, com 2 mil metros quadrados de área e milhares de ítens expostos, principalmente no setor de vestuário, objetos domésticos e brinquedos.

Proprietário de 22 estações da rádio Ajyal, Bakri também é um dos grandes empresários palestinos na área das comunicações. "Minha paixão pelo rádio vem desde a adolescência, quando ouvia diariamente a radio Guaíba e a radio Gaúcha", conta.

Recentemente Bakri vem ampliando mais ainda os negócios, depois de obter a franquia das grandes redes norte-americanas de comida rápida Pizza Hut e KFC (Kentucky Fried Chicken). Após abrir cinco restaurantes em diversas cidades da Cisjordânia, ele pretende lançar mais 15 casas de delivery.
Guila Flint/Opera Mundi
Megaempresário brasileiro-palestino: ocupação israelense sufoca economia local Ramallah2
Uma das lojas de departamento de Bakri, em Ramallah, onde são vendidos itens de vestuário, objetos domésticos e brinquedos

Obstáculos

Apesar do rápido crescimento de seus negócios na Cisjordânia, Bakri afirma que o desenvolvimento poderia ser muito maior. "Muitas vezes, espero meses para conseguir liberar os produtos que importo para as minhas lojas. Importo da China, da Turquia e de vários países da Europa, mas as autoridades israelenses demoram muito para liberar produtos quando o destino é a Cisjordânia. Comerciantes israelenses, que compram nas mesmas fábricas que eu, conseguem retirar a mercadoria do porto de Ashdod em quatro dias. Às vezes eu espero quatro meses para retirar exatamente a mesma mercadoria", diz.

Nesse período em que a alfândega israelense retém as mercadorias no porto, Bakri é obrigado a pagar altas taxas de armazenamento. "Quando finalmente consigo liberar os containers, encontro cerca de 10% da mercadoria danificada, por causa da maneira como a alfândega israelense examina os produtos", afirma. "Se nós, palestinos, tivéssemos nossos próprios portos, aeroportos e alfândegas, seria uma maravilha", imagina o empresário brasileiro- palestino.
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Os problemas não terminam com a liberação das mercadorias dos portos israelenses, relata, pois até chegar à Cisjordânia os produtos ainda têm que passar por vistorias nos pontos de checagem militares nas entradas das cidades palestinas. "Dependemos dos horários de funcionamento dos pontos de checagem. Muitas vezes nossos caminhões ficam dias inteiros nas filas".

Bakri viaja frequentemente a negócios, mas são vários os obstáculos no caminho. "Para sair da Cisjordânia, os palestinos devem passar pela ponte Allenby, controlada por Israel, até a Jordânia, e só em Amã há acesso a um aeroporto internacional. Nesse caso, novamente dependemos dos horários de funcionamento das autoridades israelenses. Em dezembro, perdi oito dias para ficar três dias na Turquia, pois tanto na ida como na volta não consegui chegar a tempo à ponte Allenby", lembra.

Motor da economia palestina

De acordo com Hasan Abdeljabbar, do Ministério da Economia Nacional da ANP, em decorrência da ocupação israelense, os empresários palestinos arcam com custos "extras". "Todos os custos de importação são muito altos, nossos empresários pagam altas taxas para despesas de logística, vistorias de segurança e armazenamento", explica a Opera Mundi.

Guila Flint/Opera Mundi
Megaempresário brasileiro-palestino: ocupação israelense sufoca economia local Ramallah3
No centro de Ramallah, uma das unidades da rede de comida rápida KFC, cujo dono é o brasileiro-palestino Adib Bakri

"As mercadorias importadas para os territórios palestinos também devem ser aprovadas pelo Instituto de Padrões de Israel, que faz inúmeras exigências. Por exemplo, as etiquetas das roupas devem ser escritas em árabe, inglês e hebraico. Qualquer pequeno problema na escrita das etiquetas pode barrar a passagem de containers inteiros", acrescenta.

Segundo ele, a imposição de inúmeros obstáculos por parte de Israel faz com que grande parte dos comerciantes palestinos desista de importar sozinha e acabe utilizando agentes israelenses ou importe produtos fabricados em Israel.

Para Abdeljabbar, empresários como Adib Bakri são o "motor" da economia palestina. "Na Cisjordânia, o setor público emprega cerca de 160 mil trabalhadores e o setor privado emprega 500 mil", conta, salientando que "a ANP tenta facilitar ao máximo o trabalho dos empresários, tanto no aspecto fiscal como agilizando empréstimos bancários".

"Franquias internacionais, como KFC, são importantes para a nossa economia, pois nos dão credibilidade no mercado internacional", explica.

No dia da visita, o KFC em Ramallah, às 16h, estava bem cheio. "Agora até que está relativamente vazio, tu devia ver como fica na hora do almoço -- fica superlotado", diz Bakri, antes de ir visitar um restaurante da Pizza Hut, ao lado, que também estava cheio.

O empresário gostaria de expandir seus negócios para a Faixa de Gaza, que é um grande mercado, de mais de 1,5 milhão de pessoas. No entanto, diz, o envio de mercadorias importadas para lá é impossível em decorrência do bloqueio israelense e a abertura de uma estação de radio de Ramallah em Gaza não é permitida pelo Hamas, grupo islâmico que controla a região.

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Só discuto o que nao sei ...O ke sei ensino ...POIZ
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Vitor mango
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