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Para que servem as quase sanções anunciadas pela UE contra a Rússia?

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Para que servem as quase sanções anunciadas pela UE contra a Rússia? Empty Para que servem as quase sanções anunciadas pela UE contra a Rússia?

Mensagem por Vitor mango Sex Mar 07, 2014 12:41 am

Para que servem as quase sanções anunciadas pela UE contra a Rússia?

Para que servem as quase sanções anunciadas pela UE contra a Rússia? NATO-Vs-Russia


Não se pode chamar sanções ao que os países membros da União Europeia aprovaram hoje. Os líderes europeus decidiram suspender as negociações com a Rússia sobre o acordo de facilitação de emissão de vistos. Ficam também suspensas as negociações mais globais, com vista à assinatura de um novo acordo de cooperação entre as duas partes. Nesta primeira fase, o Conselho Europeu deu também o seu apoio aos membros do G8 que decidiram suspender os preparativos para a participação na próxima cimeira, marcada para Junho, na cidade russa de Sochi.
É difícil acreditar que isto faça recuar o Kremlin na sua intenção de anexar a Crimeia. Vladimir Putin não vai responder ao apelo do Soviete Supremo (Parlamento) da Rússia de adesão da península ucraniana até ao resultado do referendo antecipado para 16 de março. Depois, sentir-se-á “legitimado” pelo apoio da maioria da população da Crimeia.
Porém, poderá responder com sanções contra a União Europeia, que, segundo Moscovo, serão “assimétricas”.
Para nós portugueses, interessa a questão dos vistos, pois, como já é sabido, o turismo russo já tem peso na nossa economia. Segundo as estatísticas, mais de 100 mil cidadãos russos visitam anualmente o nosso país e a queda brusca deste número não deixará de prejudicar sensivelmente a nossa indústria turística.
Mas não é só o carácter económico que faz olhar com cepticismo para a utilidade dessa ameaça de sanção da UE. Esta questão é importante do ponto de vista moral. Os cidadãos russos não devem os primeiros a serem prejudicados por sanções, porque, caso contrário, isso atiçará o anti-ocidentalismo pelo Kremlin na sociedade russa.
Pelas notícias que me chegam de Moscovo, os consulados dos países da UE, nomeadamente de Portugal, continuam a passar vistos aos cidadãos russos na maior das normalidades.
Pessoalmente, considero que estas ameaças de sanções da UE são um sinal de que no seu seio não há unanimidade no que fazer para que a Rússia recue na sua intenção de anexar a Crimeia e, por isso, Bruxelas aprovam meias-medidas que não aquecem, nem arrefecem.
Se a União Europeia quiser entrar na via das “sanções a sério”, terá de tomar sanções muito fortes e duradouras contra a Rússia. Por exemplo, deixar de comprar combustíveis à Rússia, não exportar para esse país produtos agrícolas e outros (Moscovo importa cerca de 50% do que come), bem como congelar as contas bancárias e bens de dirigentes e oligarcas russos.
Isso só poderia acontecer se os europeus tivessem vontade de fazer sacrifícios enormes em nome da defesa da integridade territorial da Ucrânia, pois as respostas russas poderão ser também dolorosas: fechar o seu mercado aos produtos europeus, vender títulos da dívida europeia, etc.
Além disso, a escalada das sanções será obrigatoriamente acompanhada por uma desenfreada corrida aos armamentos, que poderá ser muito nefasta para ambas as partes.
Nesta situação, é muito difícil prever como é que o chamado Ocidente vai travar o desejo expansionista da Rússia depois desta anexar a Crimeia. Porque é isso que irá acontecer. Tanto mais que o novo governo da Ucrânia não consegue estabilizar as regiões que controla e não se sabe se conseguirá juntar forças militares e policiais capazes de travar o avanço de Putin.
Por enquanto, tanto os dirigentes russos, como ucranianos têm feito todos os esforços para evitar confrontos armadas e vítimas, mas é difícil acreditar que assim continue se Moscovo continuar a trabalhar no sentido da desintegração da Ucrânia.
A situação na Ucrânia tornou evidente que é necessário um novo sistema de relações internacionais na Europa, que só poderá sair do consenso dos grandes jogadores: UE, EUA e Rússia. Se esse consenso passar pela definição de zonas de influência, a Ucrânia deixará de existir como estado único ou ligado por uma ténue confederação; outros estados do antigo espaço soviético poderão ver a sua integração territorial ameaçada.



Publicada por José Milhazes à(s) 22:51 Sem comentários:

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