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Crise no Iraque alimenta sonhos de independência dos curdos

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Mensagem por Vitor mango Sáb Jun 14, 2014 9:48 am

Crise no Iraque alimenta sonhos de independência dos curdos
Jim Muir
Da BBC em Irbil
Atualizado em  14 de junho, 2014 - 08:39 (Brasília) 11:39 GMT


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Curdos se fortificaram contra os insurgentes sunitas; tomada de cidade estratégica foi comemorada
Enquanto o caos se alastra no Iraque e os incêndios se aproximam da capital Bagdá, os curdos no norte aproveitam silenciosamente do tumulto para expandir e reforçar o seu controle na cidade de Kirkuk, rica em petróleo, e que estava há tempos nos sonhos de conquista da etnia.
A tomada da cidade no norte do país foi um movimento tanto defensivo quanto ambicioso e envolveu oportunismo e risco.
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"Parte da motivação foi evitar um desastre humanitário", disse uma fonte de alto escalão em Irbil.
"Se não tivéssemos preenchido o vazio deixado pela saída do exército iraquiano, todo mundo teria invadido a região do Curdistão. Tivemos meio milhão de pessoas batendo em nossas portas".
"É muito mais simples enviar 100 militares curdos para manter a segurança e assim as pessoas podem ficar. Uma vez que nossas unidades entraram, os desabrigados começaram a voltar."
Mas a situação é claramente mais do que isso. Os meios de comunicação curdos comemoraram a tomada da cidade como um passo para a reunificação histórica das terras curdas.
Joia da coroa
A cidade de Kirkuk, que tem uma população mista de curdos, árabes e turcomanos, tem sido um assunto delicado da política iraquiana.
Seu estatuto especial de cidade disputada foi reconhecido na Constituição iraquiana pós-Saddam Hussein e indicava alguns itens para que a cidade fosse "normalizada":

  • Retorno para o sul dos árabes que lá se estabeleceram durante o regime de Saddam
  • Volta dos curdos expulsos
  • Realização de um censo
  • Convocação de referendo para decidir se a cidade deve se unir à região autônoma do Curdistão.

Mas isso nunca aconteceu e Kirkuk, bem como as outras áreas disputadas por iraquianos árabes (sunitas e xiitas) e curdos, têm sido palco de embates entre essas forças. Agora, o governo iraquiano deixou Kirkuk cair nas mãos dos curdos.
Com o restante do Iraque envolvido em conflitos sectários e o governo de Bagdá em desordem, fica claro que a autoridade iraquiana terá dificuldade para desafiar a tomada de Kirkuk pelos curdos, já que eles acreditam que a cidade historicamente sempre lhes pertenceu.
A região do Curdistão já preocupou o governo iraquiano ao vender por conta própria seu petróleo e gás para a vizinha Turquia, com quem o governo regional havia desenvolvido uma estreita parceria mesmo com as suspeitas de que os turcos apoiaram os curdos.
Agora parece que a tomada de Kirkuk, rica em petróleo, pode levar à independência da região do Curdistão.
"De fato, ficamos mais perto da independência", disse uma fonte influente.
"Ninguém se esforçou mais do que a gente para manter o Iraque unido, mas agora estamos desistindo, não há esperança".
Mas essas ambições não são isentas de riscos.
Se a instabilidade se espalhar, pode afetar o atual boom de investimentos e da atividade econômica no Curdistão, que floresceu, enquanto a maior parte do Iraque, se viu estagnado.
Outras forças
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Os curdos esperavam há tempos controlar Kirkuk, cidade rica em petróleo
Até o momento, o grupo político que tem mostrado a cara na recente crise iraquiana é o extremista Estado Islâmico do Iraque e Levante (ISIS, sigla em inglês), um ramo da al-Qaeda.
Mas desde o início da insurgência anti-EUA desde 2004, ficou evidente que existem outras vertentes revoltadas, o que explica a rapidez com que avançam principalmente sobre as áreas sunitas.
Os curdos não têm simpatia pelos radicais do ISIS, mas mantêm contato com outros grupos, como os líderes dos Conselhos Militares e Revolucionários Iraquianos (MCIR, sigla em inglês), que inclui muitos ex-oficiais do Exército iraquiano.
Os curdos receberam garantias do MCIR de que não vão se aproximar das fronteiras do Governo Regional do Curdistão, segundo um porta-voz do MCIR.
Este grupo considera que seus combatentes são a voz mais importante nesta revolta, seguidos de militantes tribais e depois do ISIS, apesar destes atraírem as atenções da mídia internacional.
Quando os rebeldes sunitas tomaram a cidade de Fallujah, a oeste de Bagdá, em janeiro, o primeiro-ministro Nouri Maliki pediu aos curdos para enviar forças militares para ajudar a expulsá-los, segundo fontes.
Mas o pedido foi recusado. A mensagem da liderança curda ao MCIR simbolizava que eles não tinham nada contra os sunitas procurarem um caminho próprio, como o Curdistão.
Não é difícil prever um cenário futuro onde as forças curdas ajudem grupos "moderados", como o MCIR.
Mas há sinais de um potencial conflito entre as vertentes do movimento rebelde, embora no momento elas estejam atuando em conjunto.
Visões diferentes
Os sunitas veem o primeiro-ministro xiita como um intruso, um "terrorista", e a revolta deles têm muito a ver com isso.
Os americanos e demais países estão conscientes de que a turbulência reflete o fracasso de Maliki de incluir as principais forças políticas sunitas no processo político.
Apesar de suas diferenças visíveis, os vários grupos da revolta sunita estão de acordo sobre a necessidade de seguir em direção a Bagdá.
Mas como ocorreu com os curdos no norte, o curso dos acontecimentos dependerá muito do grupo que irá predominar dentro do movimento rebelde.
Se o ISIS prevalecer, conflitos sectários poderão ser esperados. Mas, se os grupos mais moderados predominarem, pode haver espaço para um acordo.

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