Conflito de gerações
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Conflito de gerações
Conflito de gerações
Há dias, um muito jovem cronista do "Expresso", culto e de boa escrita, explicava que tinha sido em textos de Vasco da Graça Moura que tivera acesso, pela primeira vez, a alguns vocábulos estranhos, de um português de outros tempos. E dava como exemplo, entre outros, a palavra "mocho", que o escritor lhe ensinara também poder significar um pequeno banco. Dei comigo a pensar que há um mundo "novo" do qual nos distanciamos, cada vez mais.
Contei este episódio numa tertúlia. E logo um amigo me relatou uma coisa análoga. Tinha ido, com um colega muito mais jovem, a um bar da geração deste último. Aproximaram-se do balcão, sob a barulheira da forte música. À pergunta do barman sobre o que ia beber, optou por uma hipótese conservadora:
Contei este episódio numa tertúlia. E logo um amigo me relatou uma coisa análoga. Tinha ido, com um colega muito mais jovem, a um bar da geração deste último. Aproximaram-se do balcão, sob a barulheira da forte música. À pergunta do barman sobre o que ia beber, optou por uma hipótese conservadora:
- JB, com água lisa.
A resposta do rapaz surpreendeu-o:
- Não temos!
Essa agora! Bem à vista, na estante do bar, estavam duas garrafas do "Justierini & Brooks": uma do "blend" corrente, outra do "quinze anos". Apontou, não sem alguma ironia, para elas.
O barman respondeu, com um ar impávido:
- Não é o whisky. Não temos é a água que pediu.
O meu amigo continuou com um largo sorriso:
- Não têm água lisa?!
O rapaz manteve-se impávido:
- Não. Lisa não temos. Só temos Luso.
Publicado por Francisco Seixas da Costa à(s) 01:13 11 comentários:_________________
Só discuto o que nao sei ...O ke sei ensino ...POIZ
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