ONU exige investigação para saber se Israel cometeu crimes de guerra

ONU exige investigação para saber se Israel cometeu crimes de guerra
Desde 8 de julho, dia do início do conflito, os ataques israelitas provocaram a morte de 600 palestianos, 74% dos quais são civis. Do lado israelita há 27 baixas militares e dois civis. Companhias áreas europeias e americanas mantém interdição de voos para Telavive.
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Manuela Goucha Soares |
13:32 Quarta, 23 de Julho de 2014 Última atualização há 20 minutos
Uma mãe palestiniana amparada depois de saber que perdeu o filho, ferido por israelitas / FOTO MOHAMMED SALEM / REUTERS
Navu Pillay, comissária das Nações Unidas para os direitos humanos, apelou à realização de uma investigação sobre a existência de possíveis crimes de guerra cometidos por Israel em Gaza. Estas declarações foram feitas no âmbito de uma  reunião de urgência do Conselho dos Direitos Humanos das Nações Unidas esta quarta-feira em Genebra.

A Palestina e outros Estados árabes pediram esta reunião da ONU para exigir que seja respeitado o direito internacional nos territórios palestinianos ocupados. A representante das Nações Unidas também condenou ataques indiscriminados do Hamas sobre zonas civis.

A convocatória desta reunião não foi apoiada pelos "países europeus e os Estados Unidos da América", informa a agência Lusa.

Israel reagiu "com irritação" a estas declarações da alta funcionária da ONU, segundo o jornal "The Jerusalem Post". Navu Pillay diz que estes "incidentes têm de ser averiguados de modo independente".

A comissária da ONU lembra ainda que existe "uma forte possibilidade de o direito humanitário internacional ter sido violado" diz a Lusa. A ser provada esta hipótese pode "constituir um crime de guerra.

Pillay recorda que, desde 8 de julho, dia do início desta fase mais recente do conflito israelo-palestiniano, os ataques israelitas já provocaram a morte de 600 palestiniano: 74% são civis, e entre as vítimas há 147 são crianças e 74 mulheres. A comissária da ONU informou que do lado israelita morreram 27 soldados e dois civis. Israel deteve também mais de 1200 palestinianos na Cisjordânia e em Jerusalém oriental, muitos dos quais foram postos em detenção administrativa, o que significa que estão presos sem nenhuma acusação.

"Os princípios de distinção e de precaução não foram claramente respeitados durante ataques indiscriminados dirigidos a zonas civis controladas pelo Hamas e outros grupos palestinianos armados", afirmou Pillay, lembrando que "as habitações civis não são alvos legítimos, a menos que estejam a ser usadas ou contribuam para propósitos militares".

Pillay relembrou o caso da morte de três crianças no colapso de um teto atingido por um projétil lançado como aviso. A ONU deu especial atenção ao impacto destes conflitos sobre as crianças que vivem na Faixa de Gaza, sublinhando em especial a morte de quatro menores e o ferimento de outros sete enquanto brincavam na praia.

Está a ser discutido um projeto de resolução que vai ser votado pelos participantes na reunião, condenando "firmemente as violações massivas e sistemáticas dos direitos do Homem durante as operações militares israelitas no território palestiniano ocupado após 13 de junho, em especial a ofensiva israelita em Gaza",informa a Lusa.


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