Digam-me que é hipocrisia
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Digam-me que é hipocrisia
Lurdes Feio
3 h ·
Digam-me que é hipocrisia, que não importam os métodos quando o resultado é o mesmo, porque eu continuarei a afirmar, até que a voz me doa: o acto de matar não é sempre igual, nem para o matador nem para a sua vítima. Eu, que me auto-intitulo pacífica, imagino-me perfeitamente, num momento de desvario, a matar por desespero e raiva quem ousasse tirar a vida a alguém que eu ame de verdade. Poderia desferir-lhe uma paulada, poderia até dar-lhe um tiro, se tivesse alguma arma por perto. Mas jamais me imaginaria de faca na mão, a cortar-lhe o pescoço. Menos ainda a degolá-lo a frio, no meio de discursos cinicamente gravados em vídeo para mais tarde recordar. Esta é para mim a grande diferença entre sermos humanos ou carniceiros. E é por isso que eu não tenho a menor compaixão ou condescendência para com os "jovens portugueses" que se alistaram no Estado Islâmico e embarcaram numa aventura jihadista cujos objectivos e métodos conheciam perfeitamente. Não estamos a falar de actos irreflectidos próprios da juventude, nem de más decisões tomadas por imaturidade ou inexperiência. Falamos de gente que, desde cedo e sem motivo concreto, carrega no sangue os genes da violência e da crueldade. E que viajou para a Síria ou o Iraque para cortar cabeças de pessoas que não tocaram num fio de cabelo dos seus, nem sequer lhes assaltaram a casa ou os ameaçaram. E é por isso que me é absolutamente indiferente dizerem-me que, entre os 17 carrascos de outros tantos decapitados conhecidos ontem, havia um português, de apelido Dos Santos, nado e criado em França de pais portugueses emigrados. Um frio assassino para mim não é Português nem é nada, tenha ele nascido aqui ou na Lua. Um frio assassino, que se regozija com a carnificina promovida pelo Estado Islâmico, deveria ser considerado apátrida. Excluído de qualquer direito ou nacionalidade, banido simplesmente do seio da Humanidade, enjaulado talvez, como peça defeituosa e sem conserto. Mas nem assim eu permitiria que lhe cortassem o pescoço à minha frente. Lá está a diferença dos métodos...
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3 h ·
Digam-me que é hipocrisia, que não importam os métodos quando o resultado é o mesmo, porque eu continuarei a afirmar, até que a voz me doa: o acto de matar não é sempre igual, nem para o matador nem para a sua vítima. Eu, que me auto-intitulo pacífica, imagino-me perfeitamente, num momento de desvario, a matar por desespero e raiva quem ousasse tirar a vida a alguém que eu ame de verdade. Poderia desferir-lhe uma paulada, poderia até dar-lhe um tiro, se tivesse alguma arma por perto. Mas jamais me imaginaria de faca na mão, a cortar-lhe o pescoço. Menos ainda a degolá-lo a frio, no meio de discursos cinicamente gravados em vídeo para mais tarde recordar. Esta é para mim a grande diferença entre sermos humanos ou carniceiros. E é por isso que eu não tenho a menor compaixão ou condescendência para com os "jovens portugueses" que se alistaram no Estado Islâmico e embarcaram numa aventura jihadista cujos objectivos e métodos conheciam perfeitamente. Não estamos a falar de actos irreflectidos próprios da juventude, nem de más decisões tomadas por imaturidade ou inexperiência. Falamos de gente que, desde cedo e sem motivo concreto, carrega no sangue os genes da violência e da crueldade. E que viajou para a Síria ou o Iraque para cortar cabeças de pessoas que não tocaram num fio de cabelo dos seus, nem sequer lhes assaltaram a casa ou os ameaçaram. E é por isso que me é absolutamente indiferente dizerem-me que, entre os 17 carrascos de outros tantos decapitados conhecidos ontem, havia um português, de apelido Dos Santos, nado e criado em França de pais portugueses emigrados. Um frio assassino para mim não é Português nem é nada, tenha ele nascido aqui ou na Lua. Um frio assassino, que se regozija com a carnificina promovida pelo Estado Islâmico, deveria ser considerado apátrida. Excluído de qualquer direito ou nacionalidade, banido simplesmente do seio da Humanidade, enjaulado talvez, como peça defeituosa e sem conserto. Mas nem assim eu permitiria que lhe cortassem o pescoço à minha frente. Lá está a diferença dos métodos...
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Só discuto o que nao sei ...O ke sei ensino ...POIZ
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