Televisões, lojas e artistas boicotam Donald Trump por declarações xenófobas
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Televisões, lojas e artistas boicotam Donald Trump por declarações xenófobas
Televisões, lojas e artistas boicotam Donald Trump por declarações xenófobas
Ana Gomes Ferreira
02/07/2015 - 18:12
O candidato à presidência dos EUA chamou "traficantes, assassinos e violadores" aos imigrantes ilegais da América Latina, mas sobe nas sondagens e torna-se um problema para o Partido Republicano.
No final de Junho Donald Trump fez campanha no Iowa e visitou o museu John Wayne Brian Fran/Reuters
A meio de Junho, o empresário Donald Trump anunciou que é candidato à Casa Branca pelo Partido Republicano. "Ando a ser muito simpático, agora. Estou a tentar ser Presidente", explicou. Quanto mais simpatia espalha, mais problemas cria a um partido que não sabe o que fazer com esta figura controversa, polarizadora, que muitos não levam a sério mas que está a subir nas sondagens.
A maior subida nas sondagens coincidiu com a alienação de uma fatia importante do eleitorado, os hispânicos. No programa State of the Nation, da CNN, Trump fez o diagnóstico dos principais problemas do país e concluiu que, no topo da lista, está a imigração ilegal que entra pela fronteira mexicana. "Eu gosto do México. Eu gosto do povo mexicano. Faço negócios com mexicanos. Mas há pessoas, vindas de todos os lados, a entrarem por lá. E são maus. São mesmo maus", disse. "Há gente a chegar, e não estou a dizer que são só mexicanos, que são traficantes, assassinos, violadores."
Não são só mexicanos os que entram nos EUA pela fronteira Sul, mas são sobretudo eles. Como não são só os mexicanos que compõem a comunidade hispânica, que forma já um terço da população dos Estados Unidos, está a crescer e são uma fatia importante do eleitorado — tão importante que é cortejada por todos os que aspiram chegar à Casa Branca, republicanos e democratas.
Porém, foi do México que veio a maior indignação pelas palavras de Trump. O Governo mexicano fez um protesto oficial, o empresário Carlos Slim (a segunda pessoa mais rica do mundo) fez um protesto e surgiram tantos apelos na comunidade para um boicote a Trump que este se materializou. E se, para já, a "simpatia" de Donald Trump não parece estar a fazer grande mossa na sua persona política, está a causar enormes prejuízos ao empresário.
Na semana passada, a Univision, líder de audiência entre a população hispânica dos EUA, anunciou o boicote aos concursos Miss USA e Miss Universo (que Trump produz). A NBC Universal — que tem uma aliança com a Telemundo, a segunda televisão hispânica — pôs fim às relações comerciais com as empresas Trump, o que compromete a continuação do programa O Aprendiz, e Slim fechou as portas da sua Ora TV às organizações do magnata americano.
Várias estrelas do mundo latino anunciaram também a sua ruptura com o empresário. O cantor porto-riquenho Ricky Martin cancelou um torneio de golfe de caridade que estava a organizar num campo Trump; a actriz mexicana Salma Hayek considerou-o racista e a cantora colombiana Shakira denunciou o "discurso odioso" e a "ignorância" de Donald Trump nas suas contas no Twitter e no Facebook.
Um último golpe para o bolso — e para o ego — do candidato: a cadeia de lojas Macy's rompeu a sua associação com o empresário e deixa de vender a linha de vestuário Trump, composta de camisas, calças, blazeres, botões de punho... tudo o que um homem precisa para replicar The Donald, como é conhecido desde que fez fortuna na construção civil em Nova Iorque.
Claro que não foi apenas a xenofobia do candidato que motivou todo este boicote. Os hispânicos, juntamente com os chineses e os afro-americanos — dizem as estatísticas federais — são as comunidades que mais estão a fazer crescer o consumo nos Estados Unidos. E as empresas não querem perder consumidores e dinheiro. Atenta a este fenómeno, por exemplo, a Macy's lançou este ano uma colecção de roupa low cost com o nome de uma estrela mexicana, a actriz de telenovelas e cantora Thalia.
O empresário Donald Trump, como se previa, respondeu aos ataques. Processou a Univision, a quem exige 500 milhões de euros por quebra de contrato e acusa de perseguição política e limitação de liberdade de expressão. Estuda fazer o mesmo com a NBC.
Já Donald Trump o político, manteve as polémicas declarações e prometeu que, se for eleito Presidente, construirá um muro longo, a acompanhar toda a fronteira, para não deixar entrar os traficantes, assassinos e violadores. Uma linha de pensamento que, explica o jornal The Washington Post, se por um lado afasta os hispânicos, por outro atrai a população branca que se reconhece no discurso anti-imigração e com outras frases de Trump sobre a salvação dos produtos "made in USA" e o proteccionismo económico.
A polarização que Trump provoca na sociedade americana reproduz-se no Partido Republicano, que quase sete anos depois da última grande derrota eleitoral — as presidenciais de 2008, ganhas pelo democrata Barack Obama —, e quando falta pouco mais de um ano para a escolha de um novo Presidente, ainda tenta recompor-se e encontrar um caminho. Apesar das vitórias nas legislativas, que lhe deram o controlo do Senado e do Congresso, o partido está disperso e as facções rivais e antagónicas digladiam-se. Está em mau estado perante os democratas, que se mostram mais agregados e, para já, têm apenas um "cabeça de lista" às presidenciais, Hillary Clinton.
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Re: Televisões, lojas e artistas boicotam Donald Trump por declarações xenófobas
um Saloio Imbecil
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Só discuto o que nao sei ...O ke sei ensino ...POIZ
Vitor mango- Pontos : 117472
Re: Televisões, lojas e artistas boicotam Donald Trump por declarações xenófobas
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Trump é bem incisivo, falando sempre em traficantes, assassinos e violadores, não condenando, portanto, toda uma raça ou povo, mas vincando bem o que pensa de imigração, sem rei nem roque, realmente uma autêntica praga, não só nos EUA, mas também na Europa.
Trump é bem incisivo, falando sempre em traficantes, assassinos e violadores, não condenando, portanto, toda uma raça ou povo, mas vincando bem o que pensa de imigração, sem rei nem roque, realmente uma autêntica praga, não só nos EUA, mas também na Europa.
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