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OLHEM QUE NÃO, STÔRES

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Mensagem por O dedo na ferida Sex Dez 12, 2008 2:08 am

OLHEM QUE NÃO, STÔRES


Fernanda Câncio
Jornalista - fernanda.m.cancio@dn.pt



Como toda a gente com um mail público, recebo ultimamente muitos mails assinados por professores. Um dos últimos que recebi, "o professor do ano não é o da ministra", é uma espécie de elegia, com frases como "Professor do ano foi aquele que, com depressão profunda, persistiu em ensinar o melhor que sabia e conseguia os seus 80 alunos"; "aquela que tinha cancro e deu as suas aulas até morrer". Ou estas: "aquela que teve 5 turmas e 3 níveis diferentes"; "aquele que fez mestrado suportando todos os custos e sacrificando todos os fins-de-semana com a família"; "aquele que sacrificou os intervalos e as horas de refeição para tirar mais umas dúvidas". E ainda estas: "aquele que encontrou forças para motivar os alunos depois de ser indignamente tratado pelos seus superiores do ME"; "aquele que se manifestou ao sábado sacrificando um direito para preservar os seus alunos".

A mistura entre situações tão diversas e desconexas como um martírio relacionado com uma doença (que, a existir, só pode ser tratado como excepcional), ocorrências normalíssimas (que terá de especial ter cinco turmas de três níveis? Ou fazer um mestrado do seu bolso e no seu tempo livre?) e a obrigação de não prejudicar os alunos devido à exasperação com o ministério ou a decisão de escolher um sábado para uma manifestação é muito eloquente quanto à visão que muitos professores terão de si e do que a sociedade lhes deve. Lêem-se estas frases e fica-se com a sensação de que os que as escreveram e os que nelas se revêem se acham incrivelmente sacrificados e maltratados, e se encaram como missionários sem par no mundo do trabalho. Esta trapalhada, que não chega a ser um argumento, é o caldo de cultura do conflito que opõe a classe (se se pode falar de uma oposição da classe) ao ministério. Um caldo que ignora factos como o de que a comparação entre o tempo total de trabalho, o ratio professor/aluno e o nível salarial dos professores portugueses com os seus congéneres europeus (e não só) é, de acordo com um recente relatório da OCDE sobre educação (Setembro de 2008), muito favorável.

A nível do ensino básico, o ratio professor/estudante é de um para 11, abaixo da média da OCDE (16); e no secundário é o mesmo, também abaixo da média (13) - com a curiosidade de no privado haver um ratio superior. Sendo um dos países da OCDE com menor PIB per capita, Portugal está, nesse grupo, entre os que melhor paga aos professores. Por outro lado, se os professores portugueses em início de carreira estão entre os mais mal pagos da OCDE (em termos de poder de compra comparativo), a partir de 15 anos de carreira sobem na escala, ultrapassando a Suécia, a Itália e a Noruega, e no topo estão ao nível dos salários dos seus congéneres alemães e finlandeses, acima da Dinamarca, do Reino Unido e da França. Por fim, o tempo total de trabalho exigido aos professores portugueses (1440 horas/ano) está mais de 250 horas abaixo da média da OCDE. Dificilmente o retrato de uma classe mártir e explorada. Antes pelo contrário.
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Mensagem por O dedo na ferida Sex Dez 12, 2008 2:11 am

O ponto a que chegou a guerra da avaliação


As coisas ficaram claras na educação. A plataforma sindical, apoiada numa base radicalizada, começa a revelar o que se adivinhava: exige a suspensão do modelo actual, por inexequível; propõe um outro (ainda não revelado) que tem de incluir a eliminação da separação da classe em duas categorias (os professores e os titulares); tudo deverá ser negociado a partir de Janeiro; assim, no ano lectivo 2008/09 não pode haver avaliação, só no próximo ano lectivo; logicamente, para que 2008/09 não conte contra quem tudo isto propõe, a progressão, de todos os professores por igual, terá de ser automática.

O ministério parte de outros pressupostos: atendeu às queixas no plano operacional; simplificou o modelo; cada professor avaliador terá de classificar, apenas, três colegas num processo mais rápido; pretende que haja a oportunidade de confrontar as soluções debatidas e encontradas com a realidade das 12 500 escolas do país, organizadas em 1200 agrupamentos. No fim deste ano lectivo tirar-se-ão lições da experiência.

Querer isto, dizem os líderes sindicais, é ter uma posição "musculada", é "querer a guerra", é ser pouco "democrático". A resposta lógica é óbvia: desobediência generalizada a realizar a avaliação, radicalização da luta com greves, poder suspender a publicação de notas dos alunos, etc. Há apenas dois pormenores, que sustentam a intransigência do Governo: a necessidade de uma inadiável reforma e uma maioria absoluta. Perante o desafio frontal ao exercício da autoridade democrática decorrente do voto dos portugueses, é importante que todos os partidos definam o modelo que defendem para a avaliação dos professores e que querem inscrever no seu programa eleitoral.
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Mensagem por Vitor mango Sex Dez 12, 2008 7:24 am

Todas as noticias sobre a avaliaçao de professores resumo-as numa atitude ja exposta pelo Miguel Sousa avares

Os professores nao querem ser avaliados
Tudo o que se passa na rua são meras masturbações populares ...onde o Socrates tem colhido dividendos e os professors se teem enterrado
Claro que isto nada tem a ver com as justas causas envolventes
Meus caros
Para conduzir um carro ou um barquito tenho que mostrar prova que sei andar pela direita e conheço os sinais
Sera que um gajo tirou um curso e se sente apto para ensinar
Olhem eu ja fui professor e sai
sai porque ?
Porque nao me achei qualificado para ensinar
para ensinar eu tenho que ter uma prova que os alunos se sentem interessados numa aula


se um gajo nao tem qualificações para ensinar por mais que saiba da musica a sua continuaçao no ensinio vai criar alergias e contestações
por isso nao admira ver na TV os putos a dizerem que nao gostam da escola ...o melhor dizerem
porreiro a professora nao veio vamos ao cinema

Ser professor nao pode ser para todos
Vitor mango
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